Nova Coluna: Recanto da Polêmica, Por Eduardo Stella

Posted on 30 de janeiro de 2014 por

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Eduardo Stella é Desenvolvedor de Sistemas e Ativista, atuando na área de cidadania e meio ambiente. Já participava eventualmente do Blog, mas agora passará a assinar uma coluna mensal, intitulada “Recanto da Polêmica”. Sua intenção, como diz a apresentação do seu texto, é criar o debate que leva ao crescimento. Hoje ele reproduz seu discurso em uma das audiências públicas feitas para debater as obras da Hidrovia e os impactos que elas causarão, inclusive a inundação de Tanquã. Bem vindo Eduardo.

balaio[1]

“Concordando ou discordando, sua opinião quando feita de modo educado e embasado é muito bem vinda. Vamos aprender juntos a construir o conhecimento.”

Prezados senhores e senhoras presentes aqui nessa audiência pública.



Compartilharei brevemente a experiência de ter visitado o tanquã para conhecer inloco o que antes só conhecida por notícias ou comentários. Amigos e amigas aqui presentes … relato que ao chegarmos no local ficamos deslumbrados ante a beleza do lugar e mais ainda, em relação a quente acolhida que tivemos por parte dos moradores do local.

Demos uma pequena volta no bairro e fomos procurar um barqueiro para nos guiar no que seria “mini-pantanal”. Saímos a observar o território … onde logo já vimos o famoso tuiuiú, vimos centenas de garças voando em bando. No meio dessas garças de vez em quando aparecia uma cor-de-rosa que chamava a atenção por sua exuberância. Vimos o ratão do banhado, uma espécie de rato que fica de tamanho entre a capivara e uma ratazana e mais uma incrível biodiversidade que sou incapaz de elencar aqui. Foi uma grata surpresa no final do nosso passeio observarmos um casal de pássaros em extinção, e também uma pata selvagem nadando tranquilamente com vários patinhos atrás dela.

Concidadãos aqui reunidos, senhores idealizadores do projeto e demais pessoas, temos alguns questionamentos que ainda estão sem respostas ou as respostas não são satisfatórias. Rogo principalmente a sociedade civil aqui fartamente presente, que cobrem todas as respostas pertinentes pois, enquanto pairar UMA SÓ dúvida, APENAS UMA, não poderemos ir adiante sob pena de cometermos um grande erro que poderá ter impactos ambientais e sociais desconhecidos.

Indago aos senhores empreendedores:

O que será transportado na hidrovia? O que será descarregado e o que será carregado? As barcaças subirão vazias?

Há alternativas de uma extensão ferroviária a fim de evitar esse iminente desastre ambiental?

Vimos diversas moradias de gente humilde e trabalhadora, mas isso difere muito de condições ruins, como colocado antes. Quanto será pago as famílias do local, para onde e quando serão remanejadas?

Há especulações de que o porto injetará um volume de mais de 700 caminhões por dia no já caótico trânsito de Piracicaba. Isso procede? Caso não proceda, gostaríamos de saber como se escoará os itens que serão descarregados no porto de Ártemis. É possível dizer quando a integração ferroviária ficará pronta?

Como último questionamento: O que está sendo feito além das audiências em horário comercial e em períodos de férias para a transparência das informações?

Uma boa noite a todos os presentes e eu me encerro por aqui.