O novo somos nós. Por Luis Fernando Amstalden

Posted on 10 de setembro de 2018 por

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Nunca deixei de votar e nem votei em branco. Isso porque o “não voto” é, na minha opinião, negar a mim mesmo o mínimo de direito e responsabilidade que tenho como cidadão.
E dizer que não vai votar porque não quer ter responsabilidade sobre o que advir da eleições, significa exatamente o contrário, significa ser responsável pela eleição daquele que, talvez, seja o candidato que tenha as piores propostas e que se elegerá por um carisma pessoal ou uma imagem feita pela mídia. Assim você assume a responsabilidade de, com seu voto nulo ou abstenção, deixar o país nas mãos do pior, do mais mentiroso ou construído.
Mas, assim como todos eu estou cansado da nossa política viciada e corrupta. Estou cansado dos mesmos no poder e das suas falcatruas que são assassinas, porque indiretamente causam mortes por um ou outro motivo. Logo, coo todos, eu quero algo novo…

E quem é o “novo”? Infelizmente, em termos de candidatos à presidência, não há novos.. Todos, com exceção talvez de Guilherme Boulos, estão ligados a grupos que já estão ou estiveram no poder ou estão, eles próprios no poder legislativo ou executivo há bastante tempo. Um partido ou um candidato pode intitular-se “novo”, mas eu não acho que nenhum realmente o seja.
Sendo assim, penso que não me resta opção a não ser escolher, dentre o que temos no cenário, alguém que tenha duas características fundamentais.
A primeira é que represente o mínimo do que eu espero em temos de governo e que tenha realmente condições de fazer o que se propõe. E por condições eu penso, inclusive, nas condições técnicas e não mirabolantes.
Em segundo lugar, alguém que tenha condições de evitar um mal maior, um retrocesso ao autoritarismo e à estupidez arrogante e totalitária de uma ditadura. Sim, eu admito, minha escolha nesse momento perigoso, será também motivada pela preocupação com a própria democracia, que para muitos, cansados das velhas politicagens, não funciona mais.
Entendo a frustração dos que pensam assim, posto que eu mesmo sinto-me cansado e frustrado. Mas ao contrário destes, eu digo que o que nos faz mal não é a democracia, mas a falta dela. Eu digo que nunca tivemos, na História do Brasil, democracia plena, nunca tivemos uma população realmente organizada pelos seus interesses e, pior ainda , penso que a maioria do nosso povo sequer entendeu direito ainda o conceito de democracia. E o que eu quero é que entendamos e a pratiquemos de verdade. O que eu defendo é que a corrupção, a canalhice e a falta de pudor e ética na política, só vão ser minimizadas com MAIS democracia, com uma democracia REAL, AMPLA E IRRESTRITA, não com ditaduras.
Logo, não posso aceitar um candidato que já acenou com a dissolução das instituições democráticas e faz apologia ao autoritarismo. Evitar que tal candidato se torne presidente, é uma necessidade vital, e isso me força a escolher alguém que, além de representar meus interesses como cidadão, como citei acima, tenha condições de ir para um segundo turno e vencer fascistas disfarçados.
No entanto, há uma instância que realmente pode ser renovada e deve. Falo do Congresso. Nele, dentre uma gama maior de candidatos, podemos escolher novos, que estiveram fora da política ou se estiveram dentro, que tenham um histórico de honestidade e serviço. Podemos evitar velhas ratazanas no Congresso, votando maciçamente em novos.
Estamos restritos por uma estrutura política de legenda, é fato, e isso precisa mudar. E para que mude, temos que tentar eleger novos congressistas, porque os velhos não querem a mudança.
Mas, sejam eleitos ou não aqueles que eu escolherei, o trabalho da construção da verdadeira democracia não acaba aí. Ao contrário, ele apenas começa. Após as eleições, eu pretendo organizar-me com aqueles que votaram e/ou pensam parecido comigo, e COBRAR, seja pela internet, seja nas ruas, seja por outras atitudes, que os eleitos HONREM o que prometeram, não repetindo estruturas viciadas e assassinas. Essa cobrança, essa organização DEPOIS das eleições, é que é o verdadeiramente novo, e isso, isso não está nas mãos e político algum, mas nas NOSSAS, na minha e nas suas. Escolha, faça campanha, vote e depois COBRE.
Para encerrar, digo que, diante do cenário atual e dentro das condições que expus acima, voto em Ciro Gomes para presidente e Tábata Amaral para deputada federal. De resto, escolherei ainda, mas serão do mesmo partido, não porque eu esteja filiado a este ou pense que é isento de vícios, mas por saber que, se não queremos “mensalões” e “toma lá, dá cá”, precisamos de um congresso afinado com o Poder Executivo.
Sei que vou receber críticas e questionamentos de todos os lados, mas sempre fui mais fiel ao que penso e analiso do que a pressões socias.
PS: chamar alguns políticos de “ratazanas” não deixa de ser uma injustiça para com esses animais. Ratazanas só procuram sobreviver, não se candidatam a nada e não mentem. São o que são. Perdoem-me ratazanas (animais), danem-se ratazanas políticas.

presPorém, somente o voto em um ou outro não basta. Ao votar escolhemos, é claro, em cima de propostas que podem não ser cumpridas.