Nunca deixei de votar e nem votei em branco. Isso porque o “não voto” é, na minha opinião, negar a mim mesmo o mínimo de direito e responsabilidade que tenho como cidadão.
E dizer que não vai votar porque não quer ter responsabilidade sobre o que advir da eleições, significa exatamente o contrário, significa ser responsável pela eleição daquele que, talvez, seja o candidato que tenha as piores propostas e que se elegerá por um carisma pessoal ou uma imagem feita pela mídia. Assim você assume a responsabilidade de, com seu voto nulo ou abstenção, deixar o país nas mãos do pior, do mais mentiroso ou construído.
Mas, assim como todos eu estou cansado da nossa política viciada e corrupta. Estou cansado dos mesmos no poder e das suas falcatruas que são assassinas, porque indiretamente causam mortes por um ou outro motivo. Logo, coo todos, eu quero algo novo…
E quem é o “novo”? Infelizmente, em termos de candidatos à presidência, não há novos.. Todos, com exceção talvez de Guilherme Boulos, estão ligados a grupos que já estão ou estiveram no poder ou estão, eles próprios no poder legislativo ou executivo há bastante tempo. Um partido ou um candidato pode intitular-se “novo”, mas eu não acho que nenhum realmente o seja.
Sendo assim, penso que não me resta opção a não ser escolher, dentre o que temos no cenário, alguém que tenha duas características fundamentais.
A primeira é que represente o mínimo do que eu espero em temos de governo e que tenha realmente condições de fazer o que se propõe. E por condições eu penso, inclusive, nas condições técnicas e não mirabolantes.
Em segundo lugar, alguém que tenha condições de evitar um mal maior, um retrocesso ao autoritarismo e à estupidez arrogante e totalitária de uma ditadura. Sim, eu admito, minha escolha nesse momento perigoso, será também motivada pela preocupação com a própria democracia, que para muitos, cansados das velhas politicagens, não funciona mais.
Entendo a frustração dos que pensam assim, posto que eu mesmo sinto-me cansado e frustrado. Mas ao contrário destes, eu digo que o que nos faz mal não é a democracia, mas a falta dela. Eu digo que nunca tivemos, na História do Brasil, democracia plena, nunca tivemos uma população realmente organizada pelos seus interesses e, pior ainda , penso que a maioria do nosso povo sequer entendeu direito ainda o conceito de democracia. E o que eu quero é que entendamos e a pratiquemos de verdade. O que eu defendo é que a corrupção, a canalhice e a falta de pudor e ética na política, só vão ser minimizadas com MAIS democracia, com uma democracia REAL, AMPLA E IRRESTRITA, não com ditaduras.
Logo, não posso aceitar um candidato que já acenou com a dissolução das instituições democráticas e faz apologia ao autoritarismo. Evitar que tal candidato se torne presidente, é uma necessidade vital, e isso me força a escolher alguém que, além de representar meus interesses como cidadão, como citei acima, tenha condições de ir para um segundo turno e vencer fascistas disfarçados.
No entanto, há uma instância que realmente pode ser renovada e deve. Falo do Congresso. Nele, dentre uma gama maior de candidatos, podemos escolher novos, que estiveram fora da política ou se estiveram dentro, que tenham um histórico de honestidade e serviço. Podemos evitar velhas ratazanas no Congresso, votando maciçamente em novos.
Estamos restritos por uma estrutura política de legenda, é fato, e isso precisa mudar. E para que mude, temos que tentar eleger novos congressistas, porque os velhos não querem a mudança.
Mas, sejam eleitos ou não aqueles que eu escolherei, o trabalho da construção da verdadeira democracia não acaba aí. Ao contrário, ele apenas começa. Após as eleições, eu pretendo organizar-me com aqueles que votaram e/ou pensam parecido comigo, e COBRAR, seja pela internet, seja nas ruas, seja por outras atitudes, que os eleitos HONREM o que prometeram, não repetindo estruturas viciadas e assassinas. Essa cobrança, essa organização DEPOIS das eleições, é que é o verdadeiramente novo, e isso, isso não está nas mãos e político algum, mas nas NOSSAS, na minha e nas suas. Escolha, faça campanha, vote e depois COBRE.
Para encerrar, digo que, diante do cenário atual e dentro das condições que expus acima, voto em Ciro Gomes para presidente e Tábata Amaral para deputada federal. De resto, escolherei ainda, mas serão do mesmo partido, não porque eu esteja filiado a este ou pense que é isento de vícios, mas por saber que, se não queremos “mensalões” e “toma lá, dá cá”, precisamos de um congresso afinado com o Poder Executivo.
Sei que vou receber críticas e questionamentos de todos os lados, mas sempre fui mais fiel ao que penso e analiso do que a pressões socias.
PS: chamar alguns políticos de “ratazanas” não deixa de ser uma injustiça para com esses animais. Ratazanas só procuram sobreviver, não se candidatam a nada e não mentem. São o que são. Perdoem-me ratazanas (animais), danem-se ratazanas políticas.
presPorém, somente o voto em um ou outro não basta. Ao votar escolhemos, é claro, em cima de propostas que podem não ser cumpridas.
Antonio
14 de setembro de 2018
Mais uma vez tomo a liberdade de lhe responder assim como novamente me permito discordar em alguns pontos deste post, neste longo comentário.
Concordo integralmente com suas colocações iniciais de que o voto nulo, branco ou a abstenção permite a eleição daquele que foi melhor construído que geralmente é o pior dos candidatos.
De fato, exceto por Boulos não há “novos” nesta eleição, todos de uma maneira ou de outra estão ligados à política que se pratica neste país.
Política que é o meio civilizado de acomodar divergências e interesses, mas começou ser demonizada por ação direta da Rede Globo, especialmente pelo jornalista Alexandre Garcia que tempos atrás apresentava um quadro mostrando as ações grotescas de parlamentares na câmara federal.
Ao invés se insurgir contra atos, até certo ponto risíveis, mostrar indignação e exigir mais responsabilidade mudava o foco para a comédia e o pouco caso dos parlamentares para com seu ofício de legislar.
Concordo também que nunca vivemos um regime plenamente democrático, exceto talvez pelos períodos do Presidente Kubistchek e no governo João Goulart.
Sempre vivemos em um arremedo de democracia, um regime que chamo de “bandalhocrácia” onde sempre valeu a lei do mais forte ou do mais poderoso em que todos queriam e querem direitos, mas nenhum pensava ou pensa nas obrigações. Esse regime se acentuou depois da Constituição de 1989.
De lá para cá vivemos um regime de licenciosidade. Democracia, só para “inglês ver”!
Essa desdita tem um responsável na minha modesta opinião, o Sr. Ulysses Guimarães que foi um dos artífices e participante ativo do Golpe de 64 que lutou com unhas e dentes para que o Congresso da época fosse também Constituinte.
A vaidade pessoal de um deputado que sequer apresentara um único projeto de lei durante os inúmeros mandatos que recebeu pelas urnas e queria se inserir na história do país, como o “Senhor Diretas”!
Ele conseguiu seu objetivo e nós pagamos o preço da sua vaidade!
Nunca tivemos uma população organizada, é verdade, como não temos uma população minimamente educada, com seu senso crítico desenvolvido, com capacidade de captar os fatos, analisar e emitir seu julgamento. Nunca tivemos governos que priorizassem a educação e a formação das pessoas. Uma parte, uma pequena parte, a tal elite ou que pensa ser elite que pôde e pode estudar em boas escolas recebe o que se pode chamar de educação, mas mesmo essas na maioria não recebem nem receberam educação no que chamo de humanismo, não se tornaram nem se tornam seres humanos, são formados para serem máquinas de ganhar dinheiro e subir na vida, seja pelos próprios méritos, seja usando os mais humildes como escada. Em geral são os que falam em meritocracia. Se ao menos as oportunidades fossem iguais eu aceitaria a meritocracia.
A imensa maioria do povo e essa pretensa elite não foram, nem são educados para viverem e compreenderem que o país é uma comunidade, como em um condomínio. O país nada mais é do que um imenso edifício onde o direito de um termina onde começa o direito do outro e todos devem zelar pela água, pela energia, gás, dispor o lixo de forma adequada cuidar para que a administração use bem o valor arrecadado pela taxa condominial de forma a atender a maioria naquilo que for possível e nem sempre é possível fazer tudo que se deseja. Substitua algumas palavras e temos o país.
O povo não tem noção de quem é responsável pelo que, como na recente falta d’água em São Paulo em que se culpava a presidente quando o responsável era e foi o governador Alckmin partícipe da privatização da SABESP que por interesse em distribuir dividendos aos acionistas não executa obras necessárias para conter gastos e aumentar os lucros a distribuir. Ainda há a agravante de ter permitido através da CETESB o plantio de eucaliptos na região de Guararema, Jacareí e Alto da Serra, áreas de mananciais que abasteciam o reservatório do Alto Tietê que talvez nunca mais atinja sua capacidade máxima porque mais de 50% da entrada de água provinha de olhos d’água que secaram ou reduziram a vazão em razão dos eucaliptos plantados na região.
Agora começam meus pontos de discordância.
Realmente há um candidato que acena com a dissolução das instituições e pensa e fala em resolver todos os nossos problemas usando de violência.
Uma figura criada e insuflada para ajudar o golpe que tirava uma presidente eleita.
Uma besta fera criada pelos que queriam o golpe que cresceu mais do que previam e que rompeu as correntes e passou a andar livremente pelos apoios que recebeu.
Como ando por esse país em função do trabalho e gosto de conversar com todos, eu infelizmente constatei que o golpe ao menos serviu para que tirássemos a máscara de que somos um povo gentil e amistoso.
Fico assustado com a quantidade de pessoas dispostas a votar e eleger esse candidato que me assusta ainda mais porque é oriundo, formado pela AMAN, a escola de oficiais do exército e seus contemporâneos, pela idade são os homens que como altos oficiais comandam as tropas do exército.
Muitos sabem que ele deveria responder a um inquérito por ofensas ao seu comandante na AMAN, ao Ministro do Exército à época e pela publicação de um artigo em que pregava destruir as bancas de jornal que vendiam jornais e periódicos de oposição ao governo da época.
Como todo fascista, é um covarde e ao invés de responder ao inquérito que tinha final previsível, expulsão com desonra com perda da pensão preferiu pedir baixa e viver do soldo de capitão aposentado.
Digo que o golpe serviu para tirarmos a máscara porque tem sido eleito e reeleito pelo Rio de Janeiro sempre com mais de 300.000 votos e muitos daqueles que ouvi pretendem depositar o voto a seu favor, sabendo disso tudo ou porque são adeptos e querem a violência que diz irá praticar no governo.
Boa parte são evangélicos pentecostais e muitos outros tem formação técnica ou superior. Posso lhe dizer que por esse interior ouvi de muitas mulheres que irão votar nesse candidato.
Quanto ao voto no Ciro Gomes, também discordo embora reconheça suas qualidades e capacidade. Nego meu voto a ele porque a meu ver age como um abutre que sobrevoa um animal nos estertores da vida, aguardando o momento de refastelar-se com a carcaça. Refiro-me ao Lula e aos votos que teria se fosse candidato.
Não lhe nego o direito de se candidatar, mas em nenhum momento deu qualquer declaração incisiva sobre e contra o processo que levou Lula à cadeia.
Um processo espúrio totalmente baseado e convicções de juízes e promotores mancomunados e instruídos pelos EUA para fazerem o que fizeram com brilhantismo, destruir um país. Destruíram, movidos por convicções religiosas e outras nem tanto!
Quanto ao congresso, discordo também.
Com as mudanças na lei eleitoral feitas por esse governo que é uma ditadura de fato e conforme estudiosos da política será a menor renovação das Casas Legislativas, federais e estaduais em todo o período republicano.
Os votos de legenda levarão os mesmos caciques dos partidos de volta à Câmara dos Deputados e as Assembleias estaduais; para o Senado talvez haja uma renovação maior, mas mesmo essa não será suficiente para qualquer mudança efetiva.
Infelizmente uma declaração do Presidente da Câmara, o deputado Rodrigo Maia, de que a Câmara não é uma casa para atender pedidos e pleitos da população voltará a ser repetida.
Com atual lei eleitoral para que haja uma renovação seria preciso que a população não votasse em nenhum candidato de todos os partidos que apoiaram o golpe. Impossível que isso ocorra! Logo teremos mais do mesmo, um ou outro novato e bem intencionado, mas os 365 vendidos continuarão lá votando a favor dos seus interesses ou dos interesses daqueles que financiam suas campanhas.
Continuarão se vendendo por uns trocados como tem sido!
A situação do país é desalentadora e ao mesmo tempo assustadora.
O nível de desinformação, da falta de cultura geral, demonização da política insuflada pela Rede Globo e outras emissoras, Folha, Veja e outros periódicos é um absurdo.
Some-se a isso o fanatismo incutido pelas igrejas neopentecostais que brilhantemente fizeram muito bem o mesmo papel desempenhado pela Igreja Romana na Idade Média e temos o país e a população de hoje.
Não há nenhuma diferença entre os que apoiam o fascista ou a ecológica daqueles que nas praças da Idade Média gritavam: – Queimem a Bruxa!
Um país medieval, com um povo medieval na sua imensa maioria!
O novo e o até então correto não significa garantia de mudança.
Usando a frase: Quer conhecer verdadeiramente alguém, não lhe dê dinheiro dê-lhe poder! Exemplos não faltam.
Os magistrados do STF, na maioria pelos seus atos e sentenças, negam e rejeitam tudo aquilo que pregavam antes de assumir seus atuais cargos.
Políticos, muitos deles do PT, agiram e agem da mesma forma.
Faz no seu artigo colocações sobre cobranças, cobrar cumprimento digno do mandato, correto, é o caminho civilizado.
Mas, cobrar como?
Continuarão a dar de ombros porque infelizmente não vivemos em uma democracia e sim em uma canalhocracia que infelizmente acabou com esse país hoje transformado, como na Idade Média em um feudo fundamentalista exportador de Suco de Laranja, Celulose, minerais, proteína vegetal e animal.
Um país dividido em castas onde a mobilidade social será ainda mais difícil; sem perspectivas de trabalho, de desenvolvimento social e econômico e cada vez mais violento.
Quando houve o golpe, pouco antes da votação que alijou a presidente do poder, escrevi a vários congressistas pedindo que consumado o golpe renunciassem para expor a ditadura que submetia o país e que convocassem uma coletiva de imprensa onde declarariam a ilegitimidade do atual governo e se comprometiam com seus partidos a reverter qualquer venda ou alienação de patrimônio com prejuízo total aos possíveis investidores, já que negociavam com um governo sem legitimidade.
A resposta de todos foi que não podiam abandonar o congresso senão Temer faria o que quisesse.
Quando da primeira reforma proposta pelo Temer a mudança na educação, houve o envio do projeto, discussões, votação etc.
Voltei a escrever dizendo que indo à votação sabendo de antemão que perderiam porque 365 deputados e 55 senadores estavam vendidos ou foram comprados e nesse caso nada mais fariam do que legitimar a medida tive como resposta o bloqueio do meu email. Por todos, diga-se de passagem que o único que não me bloqueou foi o Senador Humberto Costa, os outros todos me bloquearam.
Qualquer que seja o eleito, se voltado para um governo popular pouco poderá fazer, pois qualquer coisa deveria começar pela reestatização ou recuperação do que foi vendido e pela reversão pura e simples de todas as medidas tomadas pelo que chamo de Anão Narcisista.
Para isso precisaria do apoio irrestrito das Forças Armadas, mas essas infelizmente são o TUDO da frase com Supremo com tudo, dita pelo senador Jucá.
Aceito a pecha de responsável ou de irresponsável, mas na próxima eleição e segundo turno se houver, pela primeira vez não irei comparecer à junta eleitoral.
Cansei de votar no “menos pior”!
Não vou dar meu voto para legitimar a hipocrisia e a bandalheira que por certo continuará.
Não precisam dele!
Aqui faço um parênteses talvez compareça as urnas para votar e Goulart para presidente, estou avaliando se vale a pena!
Como informação, esclareço que não votei para eleger ou reeleger Lula, votei em outro candidato, mas fui obrigado a reconhecer que com todos os erros foi o melhor presidente que esse país já teve e em função do meu trabalho, comprovei que na Europa Lula goza de prestígio igual ao de Nelson Mandela.
É muito triste para mim que viveu o Golpe de 64 esteve nas ruas entre 66 e 68 e que a certa altura pensava que nunca mais viveria algo parecido, viver o que vivemos hoje me entristece profundamente porque se antes lutávamos para ter de volta a liberdade hoje lutamos pelo que.
Sem as riquezas que permitiriam nosso desenvolvimento e soberania seremos o que nunca deixamos de ser, uma colônia agrícola para o mundo desenvolvido e internamente para os poucos que nos dominam, um feudo fundamentalista.
Tainá
17 de setembro de 2018
Posso compartilhar no facebook?
Antonio
17 de setembro de 2018
AUTORIZO
blogdoamstalden
21 de setembro de 2018
Não se se vc. quer publicar meu post ou o comentário do Antônio. Mas, ambos autorizam.
blogdoamstalden
21 de setembro de 2018
Meu amigo. Estou com um sério problema na vista. Eu não consigo ler agora. Vou ler e responder depois. Abs.