Dez coisas que percebi na quarentena. Por Luis Fernando Amstalden

Posted on 2 de abril de 2020 por

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Eu estou seguindo a quarentena da maneira mais rigorosa possível. Não quero me infectar, já que estou no grupo de risco e também não quero contaminar ninguém caso eu seja infectado.
E ficar em casa permite que descubramos algumas coisas do quotidiano que nos passam despercebidas. Compartilho algumas delas com vocês aqui.
1) É incrível como, nas poucas vezes em que tenho que sair, seja na rua para reabastecimento e pagamento de contas (estas últimas NÃO tem seguido a quarentena, o que acho um absurdo) seja na área comum do prédio para jogar o lixo fora ou receber encomendas, começo a ter coceiras insuportáveis no nariz… Eu sei, não devemos tocar olhos, boca e nariz para evitar contaminação, mas é só sair que sinto uma coceira incontrolável. Pergunto-me se é um efeito alérgico ao ar livre..
2) Meu apartamento é pequeno mas bem arejado. Tenho três pequenas sacadas que ficam abertas, até porque na maior delas está a caixa de areia de meus gatos. Isso é bom, penso eu, porque circula o ar. Um efeito curioso é que, ficando mais em casa, posso sentir o cheiro do que os vizinhos cozinham. Legal isso, sociologia mesmo.. Dá para fazer uma análise parcial dos hábitos alimentares do meu prédio. E também dá para perceber que um de meus vizinhos faz uso não medicinal de canabis…
3) Tenho desenvolvido certa fobia de elevador… Acho que você entende. Cada vez que o uso fico pensando se corro o risco de me contaminar nas teclas. E é pior se ele acabou de ser usado. Para evitar isso, além de usar álcool em gel depois de usar o elevador, não ando com mais gente nele. Aliás tenho preferido usar as escadas, o que é um bom exercício. O chato é que se encosto nos corrimões, sinto imediatamente vontade de coçar o nariz… alergia?
4) Uma vez que fico em casa e o meu vizinho TAMBÉM, pude perceber que ele consome canabis várias vezes ao dia e TODOS OS DIAS… Mas, tudo bem, não é mesmo? Eu não tenho nada com isso, apesar de não ser um consumidor. Só começo a ficar preocupado. Será que tal quantidade pode gerar algum efeito de fumante passivo em mim?
5) Respiração e estresse. A quarentena e a pandemia geram ansiedade e para isso, é muito importante que façamos exercícios respiratórios. Isso também ajuda caso sejamos infectados, uma vez que melhora a capacidade pulmonar. Eu tenho saído até a sacada e feito esses exercícios, respirando profundamente e segurando a respiração antes de exalar. Curiosamente o cheiro da maconha fumada pelo meu vizinho na sacada abaixo não tem me incomodado. Em termos de efeito, a prática de respiração tem dado certo. Fico mais relaxado e tranquilo. Mas confesso que tenho sentido um aumento do apetite…
6) É impressionante como a bateria de celulares, tablets e outros aparelhos acaba rápido. Desde o início do confinamento eu tenho a impressão de que estou mais conectado e por isso as baterias acabarem. É uma situação irritante. Eu compenso fazendo mais exercícios respiratórios na sacada a fim de me acalmar. E funciona. Não só me acalmo como fico mais conectado com outras realidades.. sei lá… inclusive com a realidade do meu vizinho maconheiro… Eu nunca o vi pessoalmente, mas sinto que ele é um cara legal e tenho vontade de dar boas risadas com ele..
7) Música é outro remédio para a ansiedade. O melhor, eu sei, são músicas clássicas, relaxantes… Mas eu não sei por que, tenho dado preferência para rock nacional. E percebo uma tendência a repetir constantemente alguns cantores, principalmente Raul Seixas. Mas tudo bem, fico feliz ouvindo e cantando “maluco beleza” junto om o Raul e com meu vizinho…
8) Comida acaba muito depressa.. Principalmente doces. Não sei que raios acontece, mas acabam rápido demais. Nessa situação a meditação e os exercícios de respiração na sacada não ajudam… Pelo contrário. O negócio é improvisar temperando o feijão com açúcar. Meu parça do apartamento debaixo parece sentir o mesmo efeito de falta de açúcar. Ouro dia senti um cheiro vindo da cozinha dele que, posso jurar, era de carne seca com rapadura…
9) Eu confesso que estou muito bem. Mas com vontade de comer coisas não comuns para mim. Coisas simples, da vida simples, tais como pé de moleque, paçoquinha, cocada, goiabada, leite condensado direto da lata, churros, doce de batata doce… Ah… não sei o que acontece…
10) Aqui eu quero dizer que… que… Sei lá, eu esqueci o que que quero dizer. Kkkkkkkk Só sei que meu parça do apto de baixo é um pustcha maluco maconheiro da P@#%& E EU ESTOU SAINDO PARA DAR UM ABRAÇO NELE. DEPOIS VAMOS PROCURAR UM SUPERMERCADO PARA COMPRAR DOCES E ELE VAI PARAR EM UM OUTRO LUGR PARA COMPRAR MAIS MACONHA. E QUE SE F@#% A “QUGRIPEZINHA”. ELA NÃO PEGA EM MALUCO, COMO FICOU DEMONSTRADO. KKKKKKKK

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