A Estrela de Natal. Por Luis Fernando Amstalden

Posted on 22 de dezembro de 2024 por

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Dizem que, quando Jesus nasceu, uma estrela brilhou forte no céu, indicando o fato e até a localização da manjedoura, pelo menos para aqueles que, como os reis magos, sabiam exatamente de que se tratava.
Foi mesmo assim? Eu não sei. O que sei é que todas as religiões tem seu lado poético para descrever seus grandes marcos. E a imagem de Jesus nascendo em um estábulo, sem outro lugar e ainda a presença de humildes pastores e até dos animais, é uma das mais poéticas e significativas imagens religiosas que eu conheço e não estou falando só do cristianismo.
Ao mesmo tempo, todas as religiões tem, em suas narrativas, significados que muitos chamariam de “ocultos”, mas que eu prefiro chamar de “sutis”. Então, permitam-me tomar a narrativa da Estrela de Natal em um significado sutil, pelo menos em minha percepção.
Penso que, um significado sutil desta estrela é o de que, os muitos que a viram, com exceção dos reis magos, segundo as escrituras, não tinham como saber que era o nascimento do Cristo. SE a estrela apareceu nos céus, deve ter sido vista em muitos lugares além da Palestina e por muitos povos que não os judeus que já esperavam o Messias.
E para mim, esse acontecimento deve ter intrigado as demais pessoas, nações e povos. Mas talvez, claro, só talvez, elas tenham sentido que “havia algo lá”. Que havia um grande acontecimento, um grande fato e, ainda talvez, uma grande esperança. Talvez eles tenham sentido que nesse “algo”, havia uma explicação e a promessa de redenção de todas as dores deste mundo.
É desta maneira que eu gosto de interpretar a narrativa da Estrela de Natal e do nascimento do Cristo. Eu não tenho como saber o que aconteceu e eu não tenho como saber porque as coisas acontecem neste mundo. Não tenho como saber porque tantas dores, misérias e sofrimentos. Sei que muitos destes sofrimentos nós poderíamos evitar, tais como a fome, a pobreza, a violência e outros que são frutos de nossas atitudes. Mas não são todas as dores que podem ser evitadas e eu não sei porque é assim e porque todas as formas de vida tem que sofrer.
Mas, lá no fundo de minha mente, onde está “escuro”, escuro para minha compreensão racional, escuro e misterioso como o cosmo, brilha um ponto, como se fosse uma estrela. Não é uma estrela tão luminosa quanto a narrada pelo Evangelho, mas sim pequena, porém, muito firme.
Essa “estrela”, esse “ponto luminoso” sempre me atinge quando perco a força, quando fico muito desanimado ou deprimido. É esse ponto que me diz que “há algo lá”. Há algo que eu não consigo entender, mas que me fortalece e promete um sentido, uma explicação e uma redenção para todas as misérias deste mundo em um outro mundo, outra dimensão que eu não posso perceber agora.
É desta forma que imagino que quem quer que tenha visto a Estrela de Natal e não sabia o que acontecia, tenha se sentido e tenha se enchido de força e esperança.
E é desta forma que eu espero que, neste Natal, independente de sua fé ou até da falta dela, você “veja” a Estrela de Natal como eu a “vejo” dentro de mim.
E que da luz dela você tire a força para continuar a buscar o equilíbrio e o sentido da vida que tantas vezes parecem nos fugir.
Afinal, por menor que seja essa luz, ela me diz que “há algo lá”.
E quem irá provar que não há?

Dedicado a todos e todas que, como eu, as vezes ficam muito cansado.

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