A Câmara de Piracicaba não quer ouvir o povo. Por Luis Fernando Amstalden

Posted on 12 de setembro de 2013 por

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reaja 1209

http://g1.globo.com/sp/piracicaba-regiao/noticia/2013/09/camara-de-piracicaba-proibe-grupo-contrario-salarios-de-usar-tribuna.html

A Câmara de Vereadores de Piracicaba, não quer nos ouvir. Proibiu um cidadão de falar na Tribuna Popular porque este teria “ameaçado” um vereador. E o que ele faria do alto da tribuna? Agrediria fisicamente o vereador? Não acredito nesta motivação. Penso que a proibição deveu-se ao medo de ouvir a reivindicação popular, que começa com o questionamento dos subsídios auto concedidos pelos vereadores e vai até a demanda por uma democracia mais plena, mais transparente e participativa.

A Câmara de Piracicaba convocou a polícia para protegê-la, para cercar o prédio e “evitar agressões e depredações”. Estão com medo? Medo de quem? De um pseudo grupo da internet que tem sede no Rio de Janeiro? Não acho que seja este o medo. Acho que é o medo de ter que respeitar a população e fazer outro tipo de política, menos subserviente a interesses de poucos; uma política com menos privilégios e mais atenção à democracia e ao bem público. A Câmara de Piracicaba deveria temer sim pela sua segurança física, mas isto porque, como foi anunciado pela imprensa, não tem nem alvará de funcionamento por falta de condições de segurança. Esta mesma Câmara que se solidarizou com as vítimas do incêndio da Boate Kiss em Sta. Maria (RS) deveria dar o exemplo e conhecer seu próprio prédio. Parece que não conhece. Parece que só conhece seu status seguro e não quer contestação.

http://g1.globo.com/sp/piracicaba-regiao/noticia/2013/09/camara-de-piracicaba-funciona-sem-estrutura-obrigatoria-contra-incendio.html

Lamento por todos.

Pelos cidadãos que não podem entrar em sua casa.

Pela democracia que é ofendida.

Por aqueles que são enganados pelo temor e pelo pânico falsamente gerados.

Pelos policiais que terão que cumprir ordens contra seu próprio povo e seu próprio direito de cidadania.

E também pelos vereadores, que do “alto” de seus poucos votos, muitos dos quais por legenda e outros por clientelismo, estão perdendo uma grande oportunidade histórica de dialogar, conversar e fazer a diferença. Alguns deles esperam se eleger deputados nas eleições de 2014. Mas, diante de todos os fatos, desgastaram tanto sua imagem que, para conseguir, terão que abusar do clientelismo. Aja dinheiro para isso…

De qualquer maneira, eu pertenço ao povo. Sou um cidadão. E vou hoje, à manifestação.

Serei pacífico, como fui em todas. E irei, independente de quantas pessoas mais estarão lá. Independente de quantos policiais estarão lá. Irei consciente de que a História é longa e aquilo que foi sonho e esperança no passado, tornou-se realidade no presente. E neste presente agora, eu “sonho” e tenho esperança em um mundo melhor, mais democrático e transparente. E agirei, deixarei meu manifesto e minha presença  para que, no futuro, minha esperança seja realidade. Agirei como quem planta uma árvore e a rega, aduba, mesmo sem saber se irá colher os frutos, mas certo de que, no futuro, alguém vai.