Ultimamente temos visto notícias de animais silvestres que, sem espaço, comida e água limpa invadem as cidades pedindo socorro. Se sobreviverem em geral vão para os zoológicos, onde a tristeza os consumirá. E o novo Código Florestal a ser votado quer tirar-lhes mais espaço ainda. A barragem de Santa Maria – há tempos contestada por especialistas – causará o mesmo impacto. Aliás, o que os inexpressivos políticos e empresários de nossa região, que só sabem de negócios e lucros entendem de barragens e dos impactos socioambientais que elas trazem? Somente os humanos precisam de alimento, espaço e vida? Quando, afinal, essa geração obesa vai dominar sua voragem? “Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz” dizia Sócrates percorrendo o mercado de Atenas. Tratamos os animais como inimigos; no entanto os balcões dos supermercados estão cheios de seus cadáveres, além do mais precisamos deles para tudo, como cobaias inclusive na busca da cura para nossas doenças. “O homem branco deve tratar os animais desta terra como seus irmãos. Há uma ligação em tudo”. (Chefe Seatle – 1854).
(Antônio Carlos Danelon é Assistente Social e, desde que eu era garoto, milita em pela cidadania, justiça social e meio ambiente, sempre numa visão ética muito lúcida. Seguidor desde blog envia este texto como colaboração. Seja bem vindo!)
Samuel Groppo
4 de maio de 2012
Luis, um dado que muitos talvez não tenham por desinformação é que mais de 60% dos produtos hortícolas (nisso incluímos frutas, verduras, legumes) são perdidos entre a colheita até o consumidor final. Há tanta discussão pra se ter terras a mais pra plantar, sendo que primeiramente cuidamos mal do que colhemos atualmente (isso sem citar o que é perdido com as “maravilhosas” rodovias e o caos logístico brasileiro). Além de tudo isso há uma vasta área que é 3 vezes maior que a área com culturas, só de pastagens, sendo mais da metade dela degradada. Está realmente na hora de mudarmos na urna e votarmos em alguém que aproxime a pesquisa do campo, aumentando ainda mais o “sucesso” do agronegócio brasileiro
blogdoamstalden
5 de maio de 2012
Com certeza, Samuel. Na verdade nós não produzimos para alimentar ninguém, e sim para o mercado. Assim, tais perdas são toleradas as perdas porque os preços cobrados cobrem os custos das perdas. Agora, se o critério fosse outro, o da real utilidade e necessidade do produto, então tudo mudaria. As perdas seriam catastróficas. Curioso como são as coisas, não? Talvez somente em períodos de caos social e econômico é que percebemos o valor do básico. Até então, o básico (alimento) que falta aos pobres não é levado em conta.