Um jovem casal, de quem já me considero amigo, teve a pouco tempo seu primeiro filho. Alguns meses antes do nascimento do menino, eu conversava com sua mãe e comentei, pela pura curiosidade do fato, que a criança nasceria no ano chinês do dragão e, portanto, teria este signo no zodíaco oriental. Não foi a primeira vez na minha vida que falei isso a uma gestante. Não que eu acredite em horóscopo, mas porque acho curioso e exótico o zodíaco chinês.
Toda vez que fazia este comentário, ouvia perguntas do tipo: será rico(a)? Terá saúde? Será bonito(a)? Terá sucesso com o sexo oposto? Será inteligente? Enfim, coisas que, de fato, as pessoas costumam perguntar. Na verdade, eu não sei nada de horóscopo, mal sei o nome dos signos orientais e algumas poucas características atribuídas a cada um. Não tenho ideia, inclusive, se isso funciona ou não. Mas entendo o anseio humano de saber o seu futuro e o futuro dos filhos. No entanto, minha amiga fez uma pergunta que me surpreendeu e que eu nunca havia ouvido antes: “Ele será uma boa pessoa? Eu só espero que ele seja bom, com tanta coisa ruim que a gente vê por aí…” Foi tão bom ouvir esta pergunta singela. Quisera tê-la ouvido mais vezes, quisera que mais mães e pais desejassem mais que seus filhos fossem bons do que ricos ou poderosos.
O que eu poderia responder a minha amiga? Quem pode dizer qual será o seu próprio futuro ou o de outra pessoa? A cada minuto fazemos escolhas que condicionarão o amanhã, mas ao mesmo tempo, estamos sujeitos a uma série de influências e fatores econômicos, sociais, culturais e físicos, sobre os quais não temos controle algum. No fundo a vida é uma espécie de “aposta”. “Apostamos” em nossas escolhas e esperamos que elas nos levem ao melhor. Mesmo assim elas estão sujeitas ao que está fora de nós, ao que nos é externo. Criar e educar uma criança é assim também. Você pode fazer o melhor de si, mas mesmo este “melhor” é uma escolha que você faz em um determinado momento. Esta, por sua vez, é condicionada pelo que você sabe e pelo que você acredita no momento em que escolheu e não significa que não irá mudar de ideia no futuro. Às vezes, mas nem sempre, é até bom que mudemos. Pode significar que nós aprendemos mais.
De qualquer modo, Camila e Will, uma coisa eu posso dizer: sua pergunta me mostra que vocês estão no caminho certo. Os orientais dizem que “o caminho correto já é o resultado correto”. E assim, seja lá o que aconteça, vocês já estão acertando, já estão fazendo do Francisco uma “pessoa boa” pelo simples fato de ser isso, e não algo mais mundano, que vocês desejam. Tenham confiança nesta escolha. No mais, podemos desejar profundamente que tudo dê certo. Eu desejo. E expresso meus Votos a Francisco da seguinte maneira:
Francisco…
Que como o de Assis
Você ame os animais
E entenda tudo o que existe na Terra
Como seus irmãos e irmãs.
Que como o Xavier,
Você tenha a coragem
Para atravessar mares e medos
E defender aquilo no que acredita
Que como o De Holanda
Você tenha a poesia
Nas suas palavras, nos seus gestos
E nas suas ideias
E que como Francisco
Você seja único e precioso
Mas que sempre se lembre
Que todos os outros também o são.
Marina Machado
17 de maio de 2012
Adorei esse post. Quando eu estava grávida da Taís, a minha tia sempre chegava perto da minha barriga e dizia: “Que seja saudável e inteligente, porque o resto é indiferente!” Acho que isso já basta não? O resto é consequência da educação e valores.
Anônimo
17 de maio de 2012
Lindo texto. Quando engravidei ouvi diversas vezes: “Nooossa, vc grávida??!” (eu era sempre a única da turma que nem pensava em casar e ter filhos e, é claro, fui a primeira a fazer tudo isso!), e ao noticiar a gravidez ouvi de um ex-chefe o seguinte: “Parabéns pela gravidez, pessoas com a sua sensibilidade são sempre mães maravilhosas e que criam excelentes cidadãos. Óbvio que não é essa a sua preocupação nesse momento, mas para o bem da humanidade, é o que importa.” E nos momento mais chatos que envolvem o “educar” (e olha que alguns momentos são terríveis…rsrrrrss) lembro do que ouvi e tento fazer de minha filha uma boa pessoa, um bom ser humano.
Renata Whitaker Penteado
17 de maio de 2012
Lindo texto. Quando engravidei ouvi diversas vezes: “Nooossa, vc grávida??!” (eu era sempre a única da turma que nem pensava em casar e ter filhos e, é claro, fui a primeira a fazer tudo isso!), e ao noticiar a gravidez ouvi de um ex-chefe o seguinte: “Parabéns pela gravidez, pessoas com a sua sensibilidade são sempre mães maravilhosas e que criam excelentes cidadãos. Óbvio que não é essa a sua preocupação nesse momento, mas para o bem da humanidade, é o que importa.” E nos momento mais chatos que envolvem o “educar” (e olha que alguns momentos são terríveis…rsrrrrss) lembro do que ouvi e tento fazer de minha filha uma boa pessoa, um bom ser humano.
Anônimo
17 de maio de 2012
Belo texto. Preocupar-se com o bem jé um grande bem.
Daniela Zotelli Monteiro
17 de maio de 2012
Luis Fernando Ferraz Amstalden, que maravilha o sentimento de gratidão que proporcionou minha família sentir.
Me emocionei demais com suas palavras.
Sei que o francisco será iniciador de projetos maravilhosos, e que terá muito otimismo, com isso conseguirá levar alegria a todos, e também será sincero.
Que em seus momentos de fúria, dúvida ou raiva, ele se lembre do amor de sua família e amigos para que possa agir sempre da melhor forma!
Agradeço você pelas palavras lindas e sábias!
Álvaro de Oliveira Monteiro
17 de maio de 2012
Tenho cinco filhos, e sempre procuramos educá-los de forma que, mais do que almejar a obtenção de coisas materiais, procurassem viver dignamente, seguindo o caminho do bem, com honestidade, respeitando as pessoas, fazendo coisas que caracterizem uma pessoa boa, amante do próximo, amante de Deus! Com a pergunta que fez, a Camila mostrou que nossa dedicação não foi em vão. Meu agradecimento a Deus por ter-nos escutado, fazendo dela, assim como de todos os nossos filhos, uma pessoa especial, como o Will o é, e como será nosso princepezinho. Ao Luis Fernando o agradecimento pela oportunidade, pela alegria e pela emoção que nos proporcionou. Apenas pessoas boas identificam e enxergam as boas pessoas.
Anônimo
17 de maio de 2012
Adorei o texto , muito lindo!!!
Renan Almeida
17 de maio de 2012
Muito bom Professor,
saudades das suas aulas!
blogdoamstalden
18 de maio de 2012
Há nos países desenvolvidos uma corrente de pesquisadores que acredita que as novas gerações de pais e mães tendem a se preocupar mais com valores “pós materialistas” em relação a seus filhos. Eu não tenho certeza de que isso é regra, penso ser mais exceção. De qualquer modo, algum comportamento deste tipo existe, como mostram os comentários da Camila, da Marina e da Renata, além do Álvaro. É bom saber que eu estava sendo mais pessimista do que o real. Continuem insistindo nesta busca de um novo modelo de educação, não é fácil, né Renata? Mas é fundamental. Abraços a todos e obrigado pelas saudades das aulas, Renan.
Anônimo
21 de maio de 2012
Oi Fe. Li esse texto junto do meu cunhado Chico Crocomo. Ele se emocionou . Se lembrou de sua mae. Pensou que talvez assim ela tivesse pensado quando escolheu seu nome. Parabens pela sua sensibilidade, Tao rara hoje em dia. Bjs
soraya
21 de maio de 2012
Nao é mais anônimo. Parabens meu querido. Soraya
Pricila Perini Rigotti Franco
22 de maio de 2012
Lindo, quanta sensibilidade e talento …
vcs Merecem Cá e Will bjos
Camila Zotelli Monteiro Zerbinatti
22 de maio de 2012
É mto bom ver que mais pessoas pensam como nós, pois assim meu filho convivirá com pessoas boas, puras, felizes por serem simplesmemte quem são e como vivem…sem ter que disputar ou querer demonstrar quem não são ou aquilo que não tem. Vou dar o melhor de mim assim como o fizerem meus pais, Alvaro e Sandra, e espero que Francisco seja iluminado com esse lindo poema dedicado a ele. Luis faço das palavras de Daniela as minhas, e quero agradecê_lo novamente por sua sensibilidade e dedicação deste artigo para mim, Will e ao Francisco.
Anônimo
3 de julho de 2013
Lindo eu me comovi com a postagem … quero que meu filho seja assim também … a sua alma se releva quando você faz algo bom para pessoas que você sequer conhece … ensine-o que a bondade vem de dentro, que todos somos iguais, que humanos não tem valores numéricos maiores que sua família, que amor não se dá apenas a pai e mãe … que os campos tem mais valores que as casas e que coisas não materiais são mais concretas do que ele imagina!