Meus Votos a Francisco. Por Luis Fernando Amstalden

Posted on 17 de maio de 2012 por

14



 

Um jovem casal, de quem já me considero amigo, teve a pouco tempo seu primeiro filho. Alguns meses antes do nascimento do menino, eu conversava com sua mãe e comentei, pela pura curiosidade do fato, que a criança nasceria no ano chinês do dragão e, portanto, teria este signo no zodíaco oriental. Não foi a primeira vez na minha vida que falei isso a uma gestante. Não que eu acredite em horóscopo, mas porque acho curioso e exótico o zodíaco chinês.

Toda vez que fazia este comentário, ouvia perguntas do tipo: será rico(a)? Terá saúde? Será bonito(a)? Terá sucesso com o sexo oposto? Será inteligente? Enfim, coisas que, de fato, as pessoas costumam perguntar. Na verdade, eu não sei nada de horóscopo, mal sei o nome dos signos orientais e algumas poucas características atribuídas a cada um. Não tenho ideia, inclusive, se isso funciona ou não. Mas entendo o anseio humano de saber o seu futuro e o futuro dos filhos. No entanto, minha amiga fez uma pergunta que me surpreendeu e que eu nunca havia ouvido antes: “Ele será uma boa pessoa? Eu só espero que ele seja bom, com tanta coisa ruim que a gente vê por aí…” Foi tão bom ouvir esta pergunta singela. Quisera tê-la ouvido mais vezes, quisera que mais mães e pais desejassem mais que seus filhos fossem bons do que ricos ou poderosos.

O que eu poderia responder a minha amiga? Quem pode dizer qual será o seu próprio futuro ou o de outra pessoa? A cada minuto fazemos escolhas que condicionarão o amanhã, mas ao mesmo tempo, estamos sujeitos a uma série de influências e fatores econômicos, sociais, culturais e físicos, sobre os quais não temos controle algum. No fundo a vida é uma espécie de “aposta”. “Apostamos” em nossas escolhas e esperamos que elas nos levem ao melhor. Mesmo assim elas estão sujeitas ao que está fora de nós, ao que nos é externo. Criar e educar uma criança é assim também. Você pode fazer o melhor de si, mas mesmo este “melhor” é uma escolha que você faz em um determinado momento. Esta, por sua vez, é condicionada pelo que você sabe e pelo que você acredita no momento em que escolheu e não significa que não irá mudar de ideia no futuro. Às vezes, mas nem sempre, é até bom que mudemos. Pode significar que nós aprendemos mais.

De qualquer modo, Camila e Will, uma coisa eu posso dizer: sua pergunta me mostra que vocês estão no caminho certo. Os orientais dizem que “o caminho correto já é o resultado correto”. E assim, seja lá o que aconteça, vocês já estão acertando, já estão fazendo do Francisco uma “pessoa boa” pelo simples fato de ser isso, e não algo mais mundano, que vocês desejam. Tenham confiança nesta escolha. No mais, podemos desejar profundamente que tudo dê certo. Eu desejo. E expresso meus Votos a Francisco da seguinte maneira:

Francisco…

Que como o de Assis

Você ame os animais

E entenda tudo o que existe na Terra

Como seus irmãos e irmãs.

Que como o Xavier,

Você tenha a coragem

Para atravessar mares e medos

E defender aquilo no que acredita

Que como o De Holanda

Você tenha a poesia

Nas suas palavras, nos seus gestos

E nas suas ideias

E que como Francisco

Você seja único e precioso

Mas que sempre se lembre

Que todos os outros também o são.

Posted in: Artigos