O Povo saiu às ruas com a música da FIAT, símbolo do capitalismo destrutivo, que prioriza o transporte individual e particular em detrimento ao transporte público que deveria ser eficiente e acessível, mas pensando bem, poderia ser outra, poderíamos ter cantado o famoso refrão da Mc Beoyonce:
“Não olha pro lado, quem tá passando é o bonde
Se ficar de caozada, a porrada come.”
Deveríamos esperar uma música, mais apurada, de Maria Bethânia quando seus CDS custam R$ 69,90? (Fonte: http://www.submarino.com.br) ou que a população admirasse a linguagem usada por Nando Reis?
Ou se apegasse aos símbolos da pátria amada, quando o hino nacional tem uma linguagem rebuscada e não representa em nada a realidade da língua falada pelo povo.
Até hoje não sei se foram as margens plácidas que ouviram o brado retumbante de um povo heróico, ou se quem ouviu era indeterminado e por isso não aparece como sujeito.
Há quem diga que a primeira é a opção correta, mas se fosse hoje esse grito as margens do Ipiranga, eu ficaria com a segunda opção como verdadeira.
É verdade, as pessoas saíram dos seus sofás e de frente ao canal plim-plim sem muita instrução política e sem uma música melhor, mais representativa, como hino, mas como disse Ricardo Boechat, saímos às ruas como uma bomba que explode e não tem direção certa, não tem objetivo certo, ou era de se esperar que todos fossem com um plano governamental nas mãos, pronto para ser altercado?
A população conhecia as suas necessidades, mas não como solucioná-las, e para ser franco, acho que nem os nossos políticos sabem direito quais as soluções.
Agora surgem diversas teorias conspiratórias, tem gente que acha que o partido da oposição é quem manipulou tudo isso, e têm outros que acham que o da situação é que quer aplicar um golpe.
Essa semana fui chamado de pelego, essa não é uma palavra para ser usada em uma conversa civilizada, mas isso se deu devido ao meu posicionamento partidário, então entendo a força que leva alguém a apelar para xingamentos por falta de boa argumentação.
Concordo, o que ocorreu nas ruas foi apartidário, mas é verdade que para ocorrer toda a manobra de discussões e apresentações, das mais variáveis formas de se fazer política na nossa sociedade, se deu por pessoas partidárias. Não existe um único movimento social, ou política social que não tenha vindo de alguém ligado a uma ideologia política, esquerda ou direita e suas nuances.
Estive dentro do furacão e de lá ouvi os gritos, li as placas e todos os pedidos pareciam fazer parte da ideologia, que considero, mais de esquerda do que de direita, e de fato, encontrei muitos amigos e conhecidos ligados a essa ideologia.
Existe sim, uma direita, bem organizada, que resolveu aparecer para cutucar a população com, nem sempre, verdades contra o partido da situação; e por sua vez a reação de uma esquerda. É comum vermos informações difamatórias de ambos os lados e com os mais diversos teores; quanto a esse jogo sujo, que se utiliza de um analfabetismo político histórico, para inserir informações duvidosas e tendenciosas, com mensagens curtas, rápidas e sem fonte de origem, só tenho a lamentar.
Ser chamado de pelego, fez com que eu refletisse, e vendo melhor agora, tenho um posicionamento:
Não é queimando bandeiras e violentando ideologia partidária, com peso cravado na história, que iremos resolver os problemas. Agora é hora de fortalecermos os movimentos, e a minha opção será sempre pelo social.
A reforma política se faz urgente, e compartilho com muitos a decepção ao que se refere a políticos que ajudei a colocar no poder, mas precisamos juntar força e não negar os que dedicaram suas vidas para o trabalho em prol das políticas em âmbito local ou nacional.
As bandeiras não devem ser esquecidas, pois foram lavadas com sangue de muitos inocentes e vítimas de um sistema.
Entendo que a nossa Presidenta, e também outros, não atuam como verdadeiramente desejamos, mas precisamos nos apoiar na diretriz principal dos partidos, e no que melhor favorecem a livre expressão democrática.
Os partidos existem para melhor representar uma parcela da sociedade, talvez o que ocorreu nas ruas não pertença à velha esquerda que estava acostumada a discutir com poucas ideias e poucas opiniões, e habituada a ouvir apenas os pensamentos semelhantes. Pelo amor de Deus, mandar o povo pra casa, justificando-se em um preconceito de que eles são desinformados, ou pior ainda, abandonarem as ruas, os que têm fundamento político bem definido, por medo de que seja um golpe, isso não se faz, não nesse momento em que a coisa está tomando forma e rumo.
Onde foi que aprendemos como se faz história?
Não, não é indo para casa e ficando confortável em determos o conhecimento (e também a arrogância), como diz o sábio Raul: com a boca escancara cheia de dentes, esperando a morte chegar, que resolveremos esse impasse, não é por medo de um golpe que os que acreditam no social, abandonarão as ideologias sociais.
O PT pode não representar muitos dos brasileiros de esquerda, mas os demais partidos sociais ainda são tímidos, ou radicais demais e tudo isso dificulta a aproximação com a população. Diferentemente do Fora Collor, estamos mudando efetivamente a nação e não apenas o presidente (a).
Sem falar que presenciei esquerdistas com discursos dignos de um opressor. Havia placas nos protestos que apoiavam, deliberadamente, a menor idade penal, sem falar em gritos, como: “Filho da puta”, “vai tomar no cu”, “viado”, linguagem típica de uma juventude, mas que são palavras que ofenderam muitos que estavam lá, também representando a causa, ou alguém que seja filho de uma profissional do sexo, não poderia está lá? Ou mesmo os gays?
Cuidado companheiro, você pode está rumando pro lado que só sabe excluir.
Sejamos sensatos, e apoiemos as bandeiras, e, mesmo que não te represente, respeite-a.
A democracia se faz com a total liberdade de ideologia partidária e política, o inverso disso chama-se ditadura!
Evandro Mangueira, Nascido em 1979 na cidade de Cajazeiras, que tem por título “A cidade que ensinou a Paraíba a ler.” Atualmente mora em Piracicaba-SP, cidade que adotou como sendo sua também. Tem por formação Gestão Financeira, mas encontra-se nas letras tanto quanto se encontra nos números.
Autor do livro: Arcanjo Gabriel
julho 3rd, 2013 → 20:07
[…] “O Povo saiu às ruas com a música da FIAT, símbolo do capitalismo destrutivo, que prioriza o transporte individual e particular em detrimento ao transporte público que deveria ser eficiente e acessível, mas pensando bem, poderia ser outra, poderíamos ter cantado o famoso refrão da Mc Beoyonce:” Continue lendo no Blog do Amstalden […]
julho 7th, 2014 → 07:21
[…] Trechos do artigo A Explosão Apartidária. […]