Não há remédio para essa gente. Por Eloah Margoni

Posted on 19 de setembro de 2013 por

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Eloah Marconi foto

Nossos vereadores, com certa honrosa exceção, estão sendo campeões na arte de conseguirem a antipatia popular e de infringirem normas de bom tom e alguns regulamentos. Pouco lhes importa.

Defendem ou pensam defender com unhas e dentes suas posições, seus salários, seus jantares e ceias, seu poder enfim. Ridiculamente também mostram autoritarismo e medo excessivos. Alguns protagonizam cenas de ridícula histeria.

Certamente contam com a suposta ignorância e alienação de seu eleitorado. Sempre esperam ser mais uma vez reeleitos, mais uma e mais outra. Alguns, de fato, infelizmente ainda o foram.  Por outro lado, dificilmente conseguirão galgar os tão ambicionados degraus, geralmente pouco limpos e lustrosos, das escadarias da política estadual e nacional, pela qual, copiosamente, babam.

Na noite do dia 12/09, o movimento Reaja Piracicaba deu lição belíssima de organização e de cidadania, de coragem, de inteligência e de classe. Mesmo cerceado, cercado por quase todos os policiais da cidade que, talvez  a contragosto, foram convocados para lá estar, deixando assim os bairros descobertos e sem proteção, por obra mais uma vez de nossos laboriosos representantes da câmara, o Reaja roubou a cena, arrasou.

 

A centena de representantes do movimento sentou-se fora e tomou a rua.  Deu voz a seus justos anseios. Falou e seu som repercutiu nos arredores, repercutiu além. Foi bonito e intenso.

Dentro da “ casa de leis”, por detrás das grades, dos vidros, dos policiais, dos seus assessores assalariados, dos escudos e aparatos, os representantes, que se mostram tão pouco representativos ( uma vez que se recusaram a receber um documento com vinte e cinco mil assinaturas e que impediram de pessoa, regularmente inscrita, ocupar a Tribuna Popular) mais pareciam pobres seres enjaulados, numa situação bufa, loucos pra saberem o que se passava lá fora!  E lá fora,  na vibração emocionante da noite, sob a lua, ninguém quis saber de nada o que ocorria lá dentro. Aliás, a gente já sabe.

 Eloah Margoni é médica e ambientalista