As guerras nunca são decididas pelas pessoas comuns, mas sim pelas “elites” político-econômicas. Sua motivação tampouco é nobre. Geralmente a guerra ocorre por poder e dinheiro. E o preço em sangue, dor e morte, também não é pago pelas elites que decidem as guerras. Um ou outro personagem acaba morto, mas a esmagadora maioria que comanda, escapa com vida e, às vezes, ainda mais poderosa e rica.
A I Guerra Mundial (1914 – 1918) não foi diferente. As elites decidiram e comandaram e os homens e mulheres comuns sofreram e morreram. O que aconteceu de diferente nesta guerra foi a combinação de armas modernas com táticas antigas, que prendeu milhões de homens em milhares de quilômetros de trincheiras, lutando por poucos metros de terreno que eram perdidos logo a seguir.
Não demorou para que muitos soldados, vindos do povo, percebessem a insanidade de tudo aquilo e, na véspera de Natal de 1914, um fenômeno espontâneo ocorreu nas trincheiras. Milhares de soldados pararam de lutar, num cessar fogo auto proclamado. Em muitos pontos das trincheiras, o fenômeno foi ainda mais longe. Soldados inimigos se confraternizaram, trocaram comida, cigarros e chegaram a cantar e assistir serviços religiosos juntos.
O filme Feliz Natal (Joyeux Noel – Merry Christmas) de Christian Carion, feito em 2005, é uma dramatização inspirada nestes fatos. Em um ponto da linha de frente, um contingente francês, um inglês e um alemão se confraternizam na noite de Natal e no dia seguinte. O ponto de partida é a música que une os opostos e daí em diante, ocorre a liberação da humanidade de cada grupo.
Não vou contar mais. Não quero estragar seu prazer de ver a obra. É um filme fantástico, principalmente para ser visto nesta época. Eu mesmo já o assisti várias vezes e não me canso de assitir novamente. Faz me lembrar que, apesar de tudo, o ser humano ainda tem esperança. Se não, já estaríamos extintos faz tempo.
Ah, uma curiosidade. Os comandantes e políticos não gostaram, óbvio, mas alguns soldados também não. Sabe o nome de um que não gostou de ver aquela festa? Adolf Hitler, então cabo do exército alemão.
Não, ele não aparece no filme. Mas sabemos o que sua crítica significava.
Valéria Pisauro
21 de dezembro de 2013
Boa dica!
Evandro Mangueira
21 de dezembro de 2013
hum vou aproveitar para ver….
blogdoamstalden
21 de dezembro de 2013
Não vai se arrepender…