Considerações sobre a barragem de Santa Maria da Serra. Por Ricardo Caiuby de Faria

Posted on 23 de janeiro de 2014 por

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barragem

No dia 12 de dezembro passado houve a terceira audiência pública para apresentar e analisar o EIA (Estudo de Impacto Ambiental)para a construção da barragem de utilização múltipla, de Santa Maria da Serra.Foi realizado aqui em Piracicaba no auditório da FUMEP.

Grande público presente, entre autoridades do executivo, legislativo, do judiciário (promotoria do meio ambiente), do Congresso Nacional (deputado Thame) da academia (professores da área do meio ambiente), membros de ONGs ligadas ao meio ambiente, universitários, principalmente da UNIMEP e pessoas interessadas, sem vínculo com organizações.

A exposição dos estudos coube ao do Dr.Casemiro Tercio Carvalho, diretor do Departamento Hidroviário ligado à Secretaria de Logística e Transporte do Governo do Estado de São Paulo  coma presença de grande parte de sua equipe técnica, e também com a apresentação do Dr. José Roberto Santos, representante do consórcio contratado para elaborar o EIA- RIMA.

Após as exposiçõesdos  referidos técnicos abriu-se para os debates com a intervenção de cerca de 40 pessoas dos diversos estratos mencionados.

A maioria dos manifestantes usou da palavra com uma ideia preconcebida a respeito do projeto. Ouvia-se dizer: “sou contra a barragem”, mas apresentavam argumentos parciais, sem visão do todo, sem conhecimento técnico a respeito, visão estreita e particularizada,de somente um aspecto, o ambiental. Faltou, em muitos casos, umavisão de futuro.

Alguns eram descrentes da capacidade das autoridades envolvidas nos estudos, sem um olhar mais aberto para benefícios econômicos, sociais e ambientais advindos da melhora do crescimento da infraestrutura do intermodal hidro-ferroviário que o projeto contempla, não só para Piracicaba, como para todo o nosso estado e para os estados de Goiás e Mato Grosso do Sul.

Alguns alegaram que, onde já existe a circulação hidroviária os alimentos não chegam mais baratos até o consumidor e os impactos ambientais não foram sanados. Vale a pena relembrar queo que falta no nosso país são políticas publicas que visem o bem comum, isto citando “en passant”, a nossa grave situação sócio/econômica.

A circulação (pelo modal hidroviário) dos mais baratos que se dispõe para transportar grandes contingentes de suprimentos, que vem do centro e norte de nosso estado e do Mato Grosso do Sul e do sul de Goiás, com destinado ao porto de Santos e São Sebastião, entre outros destinos próximos a nossa capital, como soja, milho, celulose, cana de açúcar, açúcar, etanol, material de construção, etc. E o que desce o rio Piracicaba e Tietê com gasolina pura que será misturada (hoje com 25% de etanol) nas regiões mais próximas do consumo, evitando o “turismo do etanol”, óleo diesel, calcáreo, fertilizantes, lubrificantes, máquinas e equipamentos, etc.

Não somos e não podemos ser uma província fechada aos interesses de toda uma grande parte do país, notadamente do setor do agronegócio.

Fazendo referencia a frase citada em algum momento:“se existe dúvida a respeito das consequências,então não faça”,com 50 anos de atividade profissional ininterrupta, peço licença aos doutores para dizer: “em caso de dúvida, aprofundem-se os estudos e façam de tudo para não truncar o desenvolvimento nacional principalmente em suas obras de infraestrutura, que é um dos gargalos mais evidentes e que pesam sobremaneira no “custo Brasil”.

Eng. Agr. Ricardo Caiuby de Faria

Diretor da Sucral Engenharia e Processos Ltda e membro do Conselho de Ética do PSDB

A quem queira conhecer e aprofundar no assunto favor entrar no site:

http://www.transportes.sp.gov.br/programas/projetos/santamaria.asp