No dia 12 de dezembro passado houve a terceira audiência pública para apresentar e analisar o EIA (Estudo de Impacto Ambiental)para a construção da barragem de utilização múltipla, de Santa Maria da Serra.Foi realizado aqui em Piracicaba no auditório da FUMEP.
Grande público presente, entre autoridades do executivo, legislativo, do judiciário (promotoria do meio ambiente), do Congresso Nacional (deputado Thame) da academia (professores da área do meio ambiente), membros de ONGs ligadas ao meio ambiente, universitários, principalmente da UNIMEP e pessoas interessadas, sem vínculo com organizações.
A exposição dos estudos coube ao do Dr.Casemiro Tercio Carvalho, diretor do Departamento Hidroviário ligado à Secretaria de Logística e Transporte do Governo do Estado de São Paulo coma presença de grande parte de sua equipe técnica, e também com a apresentação do Dr. José Roberto Santos, representante do consórcio contratado para elaborar o EIA- RIMA.
Após as exposiçõesdos referidos técnicos abriu-se para os debates com a intervenção de cerca de 40 pessoas dos diversos estratos mencionados.
A maioria dos manifestantes usou da palavra com uma ideia preconcebida a respeito do projeto. Ouvia-se dizer: “sou contra a barragem”, mas apresentavam argumentos parciais, sem visão do todo, sem conhecimento técnico a respeito, visão estreita e particularizada,de somente um aspecto, o ambiental. Faltou, em muitos casos, umavisão de futuro.
Alguns eram descrentes da capacidade das autoridades envolvidas nos estudos, sem um olhar mais aberto para benefícios econômicos, sociais e ambientais advindos da melhora do crescimento da infraestrutura do intermodal hidro-ferroviário que o projeto contempla, não só para Piracicaba, como para todo o nosso estado e para os estados de Goiás e Mato Grosso do Sul.
Alguns alegaram que, onde já existe a circulação hidroviária os alimentos não chegam mais baratos até o consumidor e os impactos ambientais não foram sanados. Vale a pena relembrar queo que falta no nosso país são políticas publicas que visem o bem comum, isto citando “en passant”, a nossa grave situação sócio/econômica.
A circulação (pelo modal hidroviário) dos mais baratos que se dispõe para transportar grandes contingentes de suprimentos, que vem do centro e norte de nosso estado e do Mato Grosso do Sul e do sul de Goiás, com destinado ao porto de Santos e São Sebastião, entre outros destinos próximos a nossa capital, como soja, milho, celulose, cana de açúcar, açúcar, etanol, material de construção, etc. E o que desce o rio Piracicaba e Tietê com gasolina pura que será misturada (hoje com 25% de etanol) nas regiões mais próximas do consumo, evitando o “turismo do etanol”, óleo diesel, calcáreo, fertilizantes, lubrificantes, máquinas e equipamentos, etc.
Não somos e não podemos ser uma província fechada aos interesses de toda uma grande parte do país, notadamente do setor do agronegócio.
Fazendo referencia a frase citada em algum momento:“se existe dúvida a respeito das consequências,então não faça”,com 50 anos de atividade profissional ininterrupta, peço licença aos doutores para dizer: “em caso de dúvida, aprofundem-se os estudos e façam de tudo para não truncar o desenvolvimento nacional principalmente em suas obras de infraestrutura, que é um dos gargalos mais evidentes e que pesam sobremaneira no “custo Brasil”.
Eng. Agr. Ricardo Caiuby de Faria
Diretor da Sucral Engenharia e Processos Ltda e membro do Conselho de Ética do PSDB
A quem queira conhecer e aprofundar no assunto favor entrar no site:
http://www.transportes.sp.gov.br/programas/projetos/santamaria.asp
Adhair Ricci Junior
23 de janeiro de 2014
Talvez eu não soube interpretar, porém um ou outro trecho me pareceu confuso. O que ficou claro no texto é a defesa da construção da barragem em prol “notadamente do setor do agronegócio”. Também é citado o aspecto ambiental como “somente um aspecto”, porém este aspecto me parece tão importante como qualquer outro. Sinceramente, estas considerações não esclareceram ou acrescentaram nada ao assunto. Ao clicar no link: http://www.transportes.sp.gov.br/programas/projetos/santamaria.asp surge “The page cannot be found”. Portanto não foi possível “me aprofundar no assunto”.
Anônimo
23 de janeiro de 2014
De fato há muitas dúvidas a respeito da viabilidade da barragem, sobretudo a ambiental, que foi objeto das discussões na audiência pública, que afinal era sobre o Estudo de Impacto Ambiental. Até concordo com a proposta do Engenheiro Ricardo Cayubi: “em caso de dúvida, que se aprofundem os estudos”. No entanto, não é isso o que está ocorrendo, o projeto está sendo levado a “toque de caixa”, de maneira açodada, com pouco tempo para discussão, muito menos para o aprofundamento dos estudos. Está se discutindo a barragem sem sequer saber da viabilidade econômica ou ambiental do terminal ou da ferrovia. É como assinar um cheque em branco.
Antonio Camarda
23 de janeiro de 2014
O assunto em pauta é delicado e requer bom senso, respeito ao meio ambiente que é prioritário em relação ao progresso a qualquer preço.
O articulista demonstra desprezo ao meio ambiente ao citar: “visão estreita e particularizada,de somente um aspecto, o ambiental.” Também menciona “A maioria dos manifestantes usou da palavra com uma ideia preconcebida a respeito do projeto.” . Quanto a este aspecto estive no dia 21 de janeiro em uma reunião pública sobre o assunto, na prefeitura da cidade de Anhembi,
E eu como a maioria do auditório, acabamos vaiando após fala de um participante, funcionário da prefeitura que defendeu o projeto com unhas garras e dentes, e para finalizar conclui que já poderia considera-se como aprovado tal projeto. Isto sim é ideia pre concebida, descabida, pois ainda existem dúvidas crucias que enrolam mas não respondem.
Vi listas de questionamentos dentre elas uma reivindicando respostas à 34 itens de impactos ambientais e 21 impactos econômicos.. A ideia do projeto em toda sua abrangência, é louvável, desde que suspeitos “paus mandados” ou corrompidos não sejam levados em consideração, pois ficou claro que a apreciação de tal projeto esta limitada a poucos , pois as reuniões são marcadas em horário de trabalho, o que inviabiliza muita gente, desde engenheiros e especialista e ate população participar.
Já é um meio suspeito de evitar opiniões diferentes das pre concebidas pelos interessados em tal obra, incluindo os especuladores imobiliários. Uma prova maior de que existe um “trabalho” de bastidores, para convencer principalmente os leigos e que habitam área a ser inundada, foi a declaração de uma representante dos ribeirinhos que citou sem maldade que no domingo pessoal de uma das grandes empresas esteve la e patrocinou um churrasco. Quem tem convicção e seriedade não precisa enganar ninguém com churrascos…..
O autor cita ainda o custo brasil….mas se analisarmos o custo brasil em toda a sua extensão, a destruição de um eco sistema , para viabilizar 45 km de navegação, orçado em 1,5 bilhões de reais , mas que por experiencia sabemos que não fica por menos de 4 bilhões….. e os problemas que especialistas já citaram a respeito do impacto sobre a cidade de piracicaba, não justificam tal citação pois o custo brasil é muto mais crítico quando abordamos: burocracia, reforma tributária , corrupção desenfreada , etc.
Como mencionei a ideia do projeto em toda sua abrangência é louvável, desde que sejam descartadas todos os problemas irreversíveis, e fica o questionamento de muitos: porque não Ferrovia? Já que boa parte sera via férrea poque não completar estes entorno de 45 km com via férrea? Não traria problema algum, ocuparia-se um espaço mínimo, Alegam custos do frete ( pois o custo da ferrovia seria bem pequeno, e não daria muitos desvios compensadores para os bolsos de muitos )
O assunto nos estudos que vi tratam a ferrovia com desprezo, e é muito fácil manipular números quando valores tão altos estão em jogo. Por outro lado talvez nem seja tanto corrupção mas um preconceito incutido na cabeça dos subdesenvolvidos, colonizados de que a prioridade deveria ser pra sempre rodovias, e agora com as inviabilidades com o aumento da frota….apelaram para a hidrovia o que é muito bom desde que rios e represas tenham condições favoráveis .
É bom lembrar que os países ricos que incutiram essas ideias anti ferrovia , ( chegamos ao absurdo de sucatear tudo) são entrecortados por vias férreas ( não são idiotas), e agora a china esta no mesmo compasso construindo dezenas de metros gigantescos , e trens balas sem importar de ninguém…enquanto o micro trem bala rio s. paulo (importado) a mais de vinte anos não sai do papel , e muita gente já mamou nas tetas da corrupção só do projeto.
Para finalizar concordo com o comentário de Adhair Ricci Junior sobre o artigo onde menciona: “O que ficou claro no texto é a defesa da construção da barragem em prol “notadamente do setor do agronegócio”. ” .
Eduardo
24 de janeiro de 2014
Camarda,
Todos estávamos lá e presenciamos a fala do engenheiro da prefeitura de Anhembi falar que a barragem já era certa. O Paiva provocou o assunto em Águas de São Pedro e o tal engenheiro voltou a descarregar na tréplica.
Ele falou que a especulação imobiliária em Anhembi está a toda lá de tão certa que é a obra.