
Fonte da Imagem: http://noticias.uol.com.br/album/2014/01/13/rolezinhos-causam-tumulto-em-shoppings-de-sao-paulo.htm
Você não é bem vindo naquele lugar. Lá, recebe olhares frios, hostis, de desprezo e até mesmo de medo. Os seguranças o acompanham de perto, às vezes ostensivamente. Você é jovem, e como todos os jovens, um tanto inseguro, desejando encontrar uma identidade e a aceitação dos demais. No entanto, o que você percebe é que é indesejável naquele lugar. Você e os seus amigos. Não adianta o fato de que você está usando roupas novas, ás vezes, até mesmo de grife. Não adianta o fato de que você está com um tênis novo. Você continua sendo mal visto, olhado com desconfiança, enfado e até mesmo repulsa, já que suas poucas roupas novas não escondem sua condição social. No bolso você tem algum dinheiro, mas não muito. O suficiente para um sorvete, um refrigerante ou um suco. Mas não para as roupas bonitas, os tênis e sapatos, os relógios ou mesmo as lanchonetes e restaurantes. Você sente sua fragilidade lá. No templo do consumo, onde tudo está à venda e tudo é feito para criar o desejo (que, diga-se de passagem, jamais deve ser plenamente satisfeito, caso contrário o cliente não volta) você não pode consumir. E se não pode consumir, não é nada. Ou melhor, é. É indesejável! Alguém que atrapalha, polui o “ambiente”, toma o tempo dos vendedores e usa a estrutura que se destina aos pagantes.
E de repente, você não está sozinho. Você é “muitos”. Está com os seus amigos, com aqueles que são como você, indesejáveis. Você combinou com eles. E com eles está mais “seguro”. Melhor ainda, pode ver, agora, mais temor nos olhos dos outros do que o desprezo e a repulsa. Não é necessário fazer nada. Basta estar ali em grupo, em um grande grupo e as coisas mudam. Aquilo que o expulsava, agora o teme. Não é bom, na verdade. Seria melhor ser bem tratado e poder comprar; sim, comprar, se “afogar” em toda aquela “felicidade” a venda. Mas você não tem como aumentar o dinheiro em seu bolso, não pode comprar. Pode aumentar seu grupo, mas não o seu dinheiro. E isto, ah, isto já é alguma coisa. É uma vingança e um lembrete. Sim, somos indesejáveis, não podemos comprar, nossas roupas novas não são do mesmo padrão das suas e até a cor de nossa pele não é exatamente a que seria melhor aceita. Mas nós somos muitos, nós somos a verdadeira maioria.
Alguns lhe dizem: por que não vão se reunir em outro lugar? Você se reúne em outros lugares, mas ali, ali é o shopping, o centro de tudo, da sociedade em que você vive. A sua casa é na periferia, e lá é apenas a periferia. O centro está aqui. Este “buraco negro” que suga tudo e todos para manter a indústria e o comércio funcionando. A propaganda “não mente”. No centro está a beleza, o bem estar, o prazer. E tudo a venda. É por isto que você vai. Porque todos são convencidos a ir, só que nem todos são bem vindos.
Alguns dizem: “trabalhe, ganhe dinheiro e então vá gastar no shopping”. É, você pode trabalhar, mas com o que sabe, o que estudou e a que foi condicionado desde criança, sua chance não é muito boa. Claro, você pode trabalhar no shopping… Sempre precisam de atendentes de lanchonete, que podem ter sua foto presa na parede como “funcionário” do mês. Mas seu futuro não promete o acesso total ao consumo. Talvez em suaves prestações, mas só depois. Agora não. Talvez nem no futuro. Afinal, qual seria o custo da mão de obra se não existisse a “periferia” para fornecer o trabalho abundante? É, talvez nem no futuro você seja bem vindo. Não é o seu lugar.
Mas você vai. E vai em grupo. E se sente forte. E agora é temido e não esnobado. O “Senhor Shopping” tem medo de você, tem medo de você fora do seu lugar e, no entanto, você está lá, onde eles não o querem. E você corre, seus amigos correm. Todos se assustam e fecham as portas. Você ri, vocês riem, até que as sirenes da polícia vem lembrar qual é o seu lugar…
William H. Stenico
22 de janeiro de 2014
Excelente texto Amstalden, mas vou fazer umas colocações independentes de “rolezinho”…
Se for seguir a linha de raciocínio colocada, significa que entre pegar um salário de chapeiro (e gastar numa especialização, faculdade pra tentar subir na escadinha) e ficar sem trabalhar( porque chapeiro não da futuro), é mais vantagem ficar sem trabalhar?
-“Ah mas a pessoa não tem educação boa o suficiente pra conseguir passar num vestibular”
MENTIRA, pode não conseguir passar em cursos públicos, mas faculdade privada com mensalidades abaixo de um salário de atendente de lanchonete, estão com vagas SOBRANDO. E cursos de especialização nem exigem vestibular… técnicos por exemplo….
-“Ah mas esse tipo de pessoa não tem acesso a essas informações”
Pra ver que vai ter rolezinho no facebook tem? Internet tá aí…
O problema que vejo é que a culpa nunca é nossa, é sempre do governo, da educação, das origens, da sorte, do alinhamento dos planetas, de Deus… afinal todos precisam tirar o seu da reta né? Enquanto não parar com essa cultura de não assumir responsabilidades, o Brasil vai continuar na b*&ta que tá. Alias, quem estuda é trouxa né? Quem trabalha também…
ROUPAS de MARCA:
Saia na rua, vá em lugares onde está mesmo a diversidade, veja quem estão de posse de artigos de vestuário realmente caros, que alias, são caros para vc andar como um outdoor na rua.
Meus parabéns, “peão do sistema”. Já não tem nada mesmo, gasta com uma camiseta que brilha no escuro escrito “NIKE”, alias isso sabe escrever direito né?
“Mas mino dahora é mino que ostenta, esse sim as mina caem em “SIMA””.
Essa reclusão social imposta por vestuário e consumo, será que não é mais influente nas classes mais baixas? Nunca vi duas pessoas de jeans e camiseta lisa dizendo, não serei seu amigo porque vc não tem dinheiro pra comprar um boné maior que sua cabeça…
É o tipo de coisa que faz com que haja mercado para todo tipo de produto… Maravilha,viva o capitalismo… quer dizer, é tudo culpa dele né?
Afinal com o capitalismo o dinheiro fica em poder dos “magnatas” apenas de “meia duzia” e não com o governo, que deveria distribuir de maneira correta, assim como faz com os excelentes servicos que já temos, como SUS… Pronto a culpa não é do governo é do capitalismo.
Vou votar no partido que me der algum beneficio, nem que seja uma bolsa crack, bolsa puta, bolsa familia, bolsa de estudo…. opa essa última eu não quero…
Uma vez o próprio Lula disse mais ou menos com essas palavras: “O pobre é o melhor investimento para campanha politica, sabem porque? Porque ele é barato!”
Então apenas pra finalizar, ao meu ver o foco do problema é único e exclusivo da cultura de colonia que ainda vivemos, de esperar nossos “sinhorios” nos dar beneficios e continuarmos reclamando que a culpa de eu viver fodido é dele de ser “mão de vaca” e não me dar carne de porco, apenas resto pra fazer feijoada. E não minha, a culpa nunca é minha….
Abcs!
blogdoamstalden
22 de janeiro de 2014
Olá Willian. Obrigado pelo elogio e pela participação. Vamos lá:
Eu não disse que não vale a pena trabalhar. Disse que o trabalho de “chapeiro” ou seja lá o que for, não permite o acesso ao mundo do hiper consumo que é pregado. O chapeiro tem que comer, morar, vestir etc. E ainda é condicionado (como todos somos) ao mundo do “ser é ter”. Daí a frustração.
Faculdades particulares tem, sim, vagas de sobra. Mas, meu amigo, eu conheço este fenômeno de dentro. Os alunos chegam lá tão fracos do ensino médio e básico, que não há como acompanhar. Sabe o que acontece? Todo mundo é aprovado… Até porque, para estas faculdades, é negócio. Não digo que não existam boas faculdades privadas, mas não são estas que estão se proliferando. No fundo, a questão NÃO é a faculdade, mas o ensino fundamental e médio. Nós e os pobres pagamos por ele (é só vc. ver nas prateleiras dos supermercados o quanto em impostos) e não se tem uma política educacional realmente boa. Prefere-se ter estádios de futebol para a copa e pontes ligando nada a lugar algum. Isto dá lucro para empreiteiras e pagar professores (e exigir resultados) não dá.
Não digo que não existam responsabilidades individuais. Mas existe um universo muito diferente entre estas classes e o seu ou o meu. Você aprendeu valores e eles outros. Não os defendo, não acho que sejam bons, mas são uma distorção sim. E o que vc. acha ser a solução? Jogar a polícia em cima e deixar que se matem? Muita gente acha isso e achava no passado. Malthus, no seu primeiro trabalho, defendeu que os pobres teriam que ser extintos não se reproduzindo… Eu não sei,meu amigo, mas acho que esta solução não funcionou e justificou coisas terríveis na História.
Não, não acho que os pobres valorizam mais as grifes. Acho que o capitalismo em sua forma atual (hiperconsumo e propaganda) é sim responsável por uma supervalorização do inútil. E não sou eu que digo isto só por minhas ideias. Se vc. quiser, posso dar uma lista de livros de autores muito sérios e respeitados que explicam bem o fenômeno.
Não sei de onde vc. puxou a questão do PT. Eu não defendo o partido, aliás, se vc. olhar bem o Blog, verá que eu os questiono duramente. E, sim, as falas do Lula e muitas outras coisas me decepcionam profundamente.
Por último, concordo com você com a cultura da colônia. Também já escrevi sobre isto. Mas vc. já parou para pensar que, se não fosse esta cultura do assistencialismo, 99% da classe política não se elegeria? Que o clã Sarney e tantos outros estão no poder por causa desta cultura? Em Piracicaba existem vereadores que estão no poder a vinte anos porque distribuem tábuas para construir barracos? Então, o raciocínio é outro. A escola pública é ruim e as bolsas e outros assistencialismos se mantém porque interessa a quem manda. O shopping é um resultado que eles vão tentar contornar, mas não mudar.
Concordo plenamente com sua afirmação implícita de que as pessoas precisam lutar pelos seus caminhos. Mas para isto é preciso ter condições mínimas de cultura e não só de cultura formal, mas também de respeito e honestidade. E estes valores não são divulgados aqui, principalmente pela elite política que sempre dá um jeitinho. O povo acaba dando também. E aí está nossa tragédia. Que tal se ao invés de voltarmos nossas críticas contra os jovens inconsequentes, as voltássemos contra quem faz deste país sua propriedade privada? Todos eles, de que partido forem? Abraço
William H. Stenico
22 de janeiro de 2014
Obrigado pela resposta Amstalden. Referente ao PT, nem foi a ele de maneira direta que quis dizer e sim ao que vc mesmo citou na resposta:
“Mas vc. já parou para pensar que, se não fosse esta cultura do assistencialismo, 99% da classe política não se elegeria?”
Acredito que neste ponto concordamos, apenas citei o Lula por lembrar dessa fala, o exemplo das tabuas é o mesmo…
Outro ponto em que concordamos, muitas faculdades, privadas principalmente, possuem um ensino ruim, com certeza, inclusive na minha área(TI) tem muito essa discussão de se deveria entrar um orgão regulamentador para exigir diplomas dos profissionais de TI, e que o ensino é péssimo e não justifica nada, mas isso é outra questão.
Agora, vamos lá, o ensino público esta ruim, faculdades e cursos privados estão ruins, oque nos resta então?? trabalho em esteiras??? Existe um mínimo que o ser deveria buscar para tentar ser percebido, se destacar, o problema que nossa cultura valoriza isso pelo caminho mais fácil. Agora, por pior que esteja, não deveriam existir campanhas de incentivo ao progresso PESSOAL?? Mas quem tem interesse em investir nisso??
Voltando ao exemplo do chapeiro, um estágio em qualquer área também não te dá acesso a tudo oque é oferecido, 3 anos de trabalho arduo, também não, 10 anos também não é garantia, e comprar um IATE ou uma ILHA PARTICULAR sempre será para poucos, não adianta querer justificar que a falta de vontade, estimulo e vagabundagem é explicável por causa de que a atual situação da pessoa não a permite comprar oque deseja. Alias, sabemos controlar nossos desejos? Avaliar oque realmente nos será útil?
Não acredito que deixar a policia descer o cacete seja solução, aliás, referente aos “rolezinhos”, sinceramente não tenho opinião alguma ainda, no fundo acho que é a “distração do momento” para problemas maiores.
Um esclarecimento, a questão de se amarrar a migalhas, eu não estava focando apenas em jovens inconsequentes(apesar de o exemplo ter sido direto a eles), a questão de se amarrar a migalhas é cultural, é aquela coisa do cara que arruma um emprego novo(QUALQUER CLASSE), vem as perguntas:
– Quanto é o vale alimentação? Ganha cesta básica? É uma ou duas horas de almoço? Paga uma ou duas vezes no mês? O Sindicato é qual? Ganha celular? Ganha carro? PAGA ALGUMA COISA POR FORA?? É Banco de Horas??
O foco acaba sendo mais em benefícios do que em salários e oportunidades de crescimento? Ora, oque são beneficios senão “bolsas migalhas” sendo distribuídas para inquietar o mercado de trabalho? São como aquelas promoções em que se vende QUANTIDADE ao invés de QUALIDADE…. “Olha só quantos beneficios!! :O”
Querendo ou não nossa cultura, independente da classe, é meio maternal, de querer alguem para nos dar oque “precisamos”. Decidir e pensar, cansa. Decida por mim… Quanto preciso pra almoçar? Ahhh ok, obrigado. Quanto preciso pra me aposentar?? Aaa obrigado, o governo já faz isso pra mim… Obrigado INSS… Quantas pessoas que tem vida BOA pensam em aposentadoria, em futuro? Já está tudo dado… Tudo decidido pra nós… mas aí se o governo mudar isso… acabou o mundo…
Assista essa palestra do TED que achei fantastica ( http://www.ted.com/talks/dan_ariely_asks_are_we_in_control_of_our_own_decisions.html)
Perceba, oque estou colocando aqui não é referente a classe social.
Continuando essa linha de raciocínio, temos sempre alguém que toma conta nossa, que tomam decisões por nós, mesmo que isso seja ruim para nós mesmos.
Acho que estamos em acordo também que quanto a menor educação(independente de classe novamente), mais influenciável ela é, afinal se vc quer que uma ameba se mova para a direita, basta dar um peteleco nela.
Jogando isso para o nosso cenário, temos muita gente sem base nenhuma na educação, sendo em sua MAIORIA pobre e dependente do governo para além de tudo, ESTUDAR. O Governo deixa a qualidade do ensino ruim propositalmente(como vc mesmo diz “A Elite”), tendo algo mais ou menos assim:
Ensino ruim? Mais amebas… Mais amebas? Mais precisarão de ajuda(Quanto mais ajuda precisa, pior está a situação)…. Pior a situação? Mais barato de agradar… Mais barato de agradar? Mais gente é possível de agradar… Mais gente agradecida? Mais votos…
Agora vem a questão que quero deixar pra você faz tempo e acho que sua resposta vai ser fodástica…
De certa forma, isso é compra de votos, mas feita de maneira legal. A maioria fica feliz, pq são muuuuuitos pobres e sem base educacional/filosofica se contentando ao ponto de dizer: “Graças a esse politico que eu tenho a ajuda tal(bolsa família que seja)”….
Vivemos em uma Democracia, onde os votos são decididos pela MAIORIA. Se a MAIORIA está contente com este tipo de coisa, os errados somos nós? Qual seria a solução para este tipo de problema? Quando tento pensar numa solução para este problema eu me vejo chutando as bases da democracia, onde seria necessário colocar um tipo de qualificação mínima para votar, porém isso defenderia apenas o interesse de um determinado grupo, que também foram qualificados por um sistema ruim que podem nem pensar direito… Ou seja, a Democracia foi burlada??? hahaha
Vou deixar um link também sobre uma entrevista do Eneias ao Roda viva que tem uma discussão PARECIDA com qualificação X politica:
Na entrevista ele ataca bastante o Lula, mas ignoremos essa parte….
Um grande abraço professor e aguardo sua resposta!!
Eduardo
22 de janeiro de 2014
“Vivemos em uma Democracia, onde os votos são decididos pela MAIORIA.”
Aí é que você se engana … não é a maioria que é representada nas casas de Lei. Em Piracicaba pouco mais de 17% tem representação … o restante não.
William H. Stenico
22 de janeiro de 2014
Quis dizer na urna, no momento de eleger os representantes…
Obrigado Eduardo!
Eduardo Stella
23 de janeiro de 2014
amigo william,
não foi isso que eu quis dizer. eu falo sobre matemática eleitoral.
William H. Stenico
23 de janeiro de 2014
Eduardo, boa noite.
Essa eu não sabia mesmo, e aparentemente só piora a situação…
Referencia lida: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,como-funciona-a-complexa-matematica-eleitoral-no-brasil,618735,0.htm
Obrigado amigo!
blogdoamstalden
31 de janeiro de 2014
Willian, até agora não consegui responder seu comentário. E por dois motivos. Um, já está me faltando tempo. Dois, no final, o foco do seu comentário levou a uma mudança do assunto. Agora o tema é duplo: mérito (que nós sociólogos chamamos de meritocracia) e democracia. Com esta mudança eu tomei outra decisão. Ao invés de responder aqui, vou escrever um ou mais artigos a partir de seu comentário. Daí publico e aviso que é um produto de nosso diálogo. O que vc. acha? Tenho, ainda, que fazer o mesmo com temas sugeridos por dois ex colegas seus. O João Pagotto e o Iberê Camargo. Abração. PS: não estou conseguindo ver o vídeo do Enéas..
William H. Stenico
2 de fevereiro de 2014
Faaala Professor, tudo tranquilo?
Olha só resposta com direito a artigo?? Legal, vou ficar no aguardo, são assuntos que darão bastante pano pra manga, e qualquer coisa, se não conseguirmos discutir nos comentários, nós podemos convidar o pessoal todo do Blog e reunir no Shopping e debater lá, OU também podemos comprar várias caixas de cerveja, alugar um carro de som e nos apropriarmos de uma praça, quem for falar usa o microfone, deixa tudo no volume mais alto. Quem for perdendo os argumentos tem que mergulhar na fonte…. kkkkkkkk
Apesar de serem dois assuntos(Meritocracia e Democracia) perceba que tentei criar uma ponte entre os dois. Seria interessante um texto sobre isso, porém gostaria de lhe pedir, então, que a meritocracia não fosse jogada de maneira “pura”.
Posso estar falando besteira, mas acredito que dificilmente alguém poderá simplificar o “mérito”, mas caso o faça gostaria que tentasse colocar algumas bases da economia no assunto, se possível de sua opinião sobre as frases “prontas”:
“Quanto maior o risco maior o prêmio, e o prejuízo” – (Essa vc vai poder usar para o lado negativo ou negativo, espero que vá para o positivo)
E essa outra que tem várias “versões” mas achei uma do Ludwig(Não sou seguidor dele, antes que venham me apedrejar citando outra frase absurda que um dia ele possa ter postado…)
“A regra de salários vale para o mundo inteiro: Oferta x Procura. Você é pago pela sua raridade, não pela sua importância, tempo de casa, etc. Exemplo: Professores são importantes, e ganham pouco.”
Bom chega de escrever, já te dei muito trabalho por hora…. hehhehehe Vou tentar me manter mais ativo no blog. São bacanas os assuntos e maneiras em que são abordados…
Vc conseguiu ver a palestra do TED?
Segue novamente o Link do Eneias(outra fonte): http://www.youtube.com/watch?v=B955LKpStrE
Grande abraço professor!
André
23 de janeiro de 2014
Garoto… sou teu fã… arrebentou!
William H. Stenico
27 de janeiro de 2014
Hhahaha… oloco André… Obrigado!
vini
22 de janeiro de 2014
Virou moda apropriar-se de algo e distorcer a bel prazer para defender uma postura ideológica.Sem-vergonhice de primeira.Reunir 6 mil,10 mil ,12 mil pessoas em um ambiente sem aviso prévio e organização alguma só poderia terminar em confusão.O espaço do shopping mal consegue abrigar essa quantidade de indivíduos e ainda sem responsabilidade alguma por suas ações , e querem que sejam bem recebidos ? Sempre os vi nos shopping e nunca percebi nenhum impendimento de entrar e sair das lojas.
Foi-se o tempo em que defendiam a disciplina , o respeito e o trabalho.Agora virou essa patetice.
blogdoamstalden
22 de janeiro de 2014
Caro Vinicius. Antes de mais nada, obrigado por comentar. Porém discordo que o texto seja uma defesa ideológica. Eu tentei, sim, retratar algo do ponto de vista de uma contradição. De um lado existem os shoppings e uma sociedade que valoriza somente o consumo e de outro lado existe um grande grupo que não consegue acessar a isto. O fenômeno gera tensão, angústia que é o que eu creio que está acontecendo. Eles não são educados ou cordatos necessariamente. São jovens que estão respondendo ao chamado inconsequente do consumo e do shopping como um “templo” moderno. E são inconsequentes sim, nas suas atitudes. Eu tentei passar esta sensação, não sei se fui feliz no texto, mas foi o que tentei. Agora falemos sério, não devemos cobrar esta mesma disciplina, trabalho e respeito dos nossos políticos? O exemplo ou falta dele, vem de cima. Roseana Sarney e clã privatizam presídios, perdem o controle da criminalidade, dão os prédios sem concorrência para os que financiam suas campanhas. Em Piracicaba os vereadores aumentam seus subsídios e se recusam a ouvir o povo, sustentamos (e os pobres também) milhares de vagabundos em cargos públicos e pagamos subsídios para empresas que não fazem nada. Tudo isto, meu amigo, não reproduz os valores de disciplina, trabalho e respeito. Eles não tem nada disto e a sociedade brasileira, na sua “elite” (o que não inclui a mim e talvez nem a você)não tem disciplina, respeito e nem valor ao trabalho. Conheço gente que trabalha duro anos a fio e não tem nada. Não sou paternalista. Não quero passar a mão na cabeça de ninguém, mas sei de uma coisa: as chances não são iguais e os pobres também pagam por educação de qualidade, saúde e segurança. Tudo isso poderia lhes dar mais chance, mas eles não recebem (e nem nós), pelo que pagam. Isto tudo mais o apelo para o consumo, a hipervalorização do consumo e dos espaços artificiais do consumo, levam a situações de tensão como estas. Acho, meu amigo, que precisamos de uma reconsideração total do nosso mundo, para pobres e ricos. Abraço e mais uma vez, obrigado.
Eduardo
22 de janeiro de 2014
Vini … onde está na Lei a capacidade de lotação de um lugar?
Está ainda na constituição de Vargas … que precisava pedir permissão do Estado pra se reunir …
Alexandre Diniz
22 de janeiro de 2014
Fantástica apresentação professor!! A sociedade está repleta de reacionários. Estou escrevendo um texto sobre reacionários e já te mando.
blogdoamstalden
22 de janeiro de 2014
Aguardo com prazer, Alexandre. Abs.
Evandro Mangueira
22 de janeiro de 2014
Digo, na verdade, reproduzo o que uma socióloga disse em um canal de TV durante a madrugada (perdoe-me não saber seu nome): Excluímos a tantos, excluímos e construímos condomínios fechados, carros blindados, portas com mais trincos. Isolamos a um grupo que pode pagar por segurança, mas a cada dia excluímos mais e isolamos, seguramente, menos. O fim disso? Os excluídos, um dia, perceberão que são a maioria e que a maioria detém a força. [nota minha] Esse dia está chegando
blogdoamstalden
22 de janeiro de 2014
Acho, Evandro, que eles já percebem. Mas o complicado é que a via de expressão deles não é necessariamente mais questionadora ou política, e sim da revolta pura e simples. O que falta é um projeto e eu penso que este projeto é o da cidadania plena.
Hipocrisia F.C
22 de janeiro de 2014
só uma coisa a dizer….hipocrisia!!! das mais absurdas, já lidas aqui pq nem tudo que se escreve é realmente o que a pessoa faz ….exclusão, inclusão isso na pratica foi algo que inventaram para acobertar menores infratores, onde na realidade a grande maioria dos jovens sonham mesmo em ser traficante dono do morro, cantar funk onde incentiva a violência contra PM japoneses coreanos onde faz apologias as drogas, na verdade esse jovens querem mesmo é viver do que e errado, por que trabalhar…acordar cedo estudar a noite e foda!!! mais fácil é ficar por ai barbarizando…sou a favor da proibição dos rolezinho…uma coisa e vc ir ao shopping com um amigo outra e vc marcar encontro com mais 100 pessoas pra ficar coibindo as outras pessoas
blogdoamstalden
22 de janeiro de 2014
Caro Hipocrisia FC. Obrigado por se expressar. O Blog visa isto mesmo, o debate. Mas não concordo. Por favor, dê uma olhada nas respostas que enviei ao Vinícius e ao Willian Stenico acima. Acredito que expressam bem o que eu lhe diria também. Abraço.
Marlene
22 de janeiro de 2014
Precisamos reinventar essa sociedade que apodreceu….chegaram no coração do consumo…na catedral da classe média… quem sabe disso tudo surja algo novo!
Bruna
22 de janeiro de 2014
Parabens por mostrar o outro lado. Tentei fazer isso com algums pessoas da familia e o que consegui foi: você esta andando muito com AQUELES seus amigos.
O que eles querem é apenas um lugar para se divertir, baile funk nao pode, se juntar nos postos a semutran multa, se encontrar nas praças a policia da enquadro, em qual lugar mais eles podem se reunir?
Pedro Gobett
22 de janeiro de 2014
“Com o tempo, uma imprensa cínica, corrupta e demagógica formará um público tão vil quanto ela”. (Joseph Pulitzer)
Não me estranham opiniões na contra-mão da inclusão, prof. Amstalden. Elas fazem parte do corpo social, que como sabemos, está doente. Não fosse isso não teríamos tanta violência, só pra começar… Abçs, sou seu fã!! =)
Eduardo
22 de janeiro de 2014
Pedrão …
Matou a pau …
Carla Betta
22 de janeiro de 2014
Eu adorei o texto; adorei esta nova perspectiva de ver com os olhos de outro alguém, do ponto-de-vista dos participantes dos rolezinhos! Com todas as angústias da adolescência e a “pressão” do mundo consumista. Precisamos nos reinventar mesmo! Precisamos rever nossos conceitos e URGE que apontemos outras saídas, novos valores e outras perspectivas de viver para os jovens!
Evandro Mangueira
22 de janeiro de 2014
Gosto do Willian Stenico, que descordando apresenta nome e cara. Repito o que já disse em outros momentos, estamos vivendo uma transformação e “ai” de quem não perceber isso logo.
Evandro Mangueira
22 de janeiro de 2014
“discordando”
William H. Stenico
22 de janeiro de 2014
Opa Evandro, obrigado. Mas qual problema discordar? Alias, não discordo por completo, é oque disse em resposta ao Amstalden, meu comentario não ataca os rolezinhos, apesar de parecer, estou tentando pensar de maneira mais abrangente, a questão do sempre é culpa dos outros… “Terceirizar a culpa”.
Quanto a mostra a cara, não vejo problema, tento ao máximo respeitar a opinião dos outros, e se todos concordassem com tudo não haveria debate/troca de informações… hehehe
Abraços!
Evandro Mangueira
22 de janeiro de 2014
Problema algum, mas acho que é bom mostrar o nome. Tem gente que posta nesse blog (ou em outros) e ao discordar não se identificam, daí aproveitam para agredir.
Daisy Costa
22 de janeiro de 2014
‘Eles pra lá e nós pra cá’ : este é o pensamento secular em país herdeiro da escravidão, até Chico Buarque, que tem neto afrodescendente sofre com a discriminação da cor da pele. Nesse comportamento atual da juventude há um grito de socorro, pois esta, há 500 anos foi sendo relegada e, quem estudou em escola pública há mais de 30 anos atrás, sabe que eram de boa qualidade, mas pelo fato de que o rico e pobre estudavam juntos, só por isso … mas essa realidade foi sendo descartada para que o filho do rico tivesse um ensino diferenciado, daí pra cá assistimos à decadência da educação. Fora isso, nossa sociedade foi mudando seu comportamento, filhos sem pai, ou sem mãe, ou sem os dois, largados por aí, por que existe uma mídia destrutiva que rege nossas leis, dita nossos comportamentos, nossa forma de pensar, portanto as famílias atuais são fruto desta doutrina midiática e da negligência de políticas públicas há séculos, que vai afunilando para esse grito de socorro. Portanto não apoio de maneira alguma qualquer discriminação a seres humanos a abordagem deve ser pelo amor, não pela dor e, acima de tudo usando a inteligência, não a violência… As ‘reportagens’ que chegam até nós são através da mídia que mostra o que interessa à ela e aos capitalistas donos dos shoppings, claro, e forçam a sociedade nesse formato de opinião. Por tudo q li até agora, sempre questionando-me, não houve nada que desabonasse os assim chamados ‘baderneiros’. E, repito o pensamento bem colocado acima pelo Pedro Gobet: “Com o tempo, uma imprensa cínica, corrupta e demagógica formará um público tão vil quanto ela”. (Joseph Pulitzer)
Luis Augusto Giannetti Machado
22 de janeiro de 2014
Perfeito !!!!
Retratoi PERFEITAMENTE !!!!
André Sanson
22 de janeiro de 2014
Olá meus caros,
Numa singela análise e opinião pessoal, penso que os “rolezinhos” tem uma certa legitimidade enquanto movimento social (afinal, a reivindicação de um determinado grupo vai de encontro com a realidade que ele vive, que é diferente da que vivo); porém, se eu enxergar esses ”rolezinhos” eqto. baderna e arruaça sou totalmente contra. E não apenas esse movimento em si, mas todo e qualquer movimento que traga prejuízos para a sociedade.
Muito tem se discutido, e não apenas nesse artigo, sobre os problemas da sociedade brasileira e da supervalorização do consumo, mas gostaria de saber a opinião de vocês sobre qual seria a solução para o Brasil?
Vocês não acham que vivemos uma crise de liderança no país? Quando digo liderança, penso num sentido “poético” da palavra, onde o líder seria uma pessoa integra e inspiradora. Tal pessoa seria capaz de motivar as demais a darem o melhor de si em prol da coletividade.
Pensemos no caso do Joaquim Barbosa, onde o mesmo disse apenas obviedades e foi quase que ovacionado pela sociedade.
Abs e até mais;
blogdoamstalden
31 de janeiro de 2014
André, não existe uma “solução” para o Brasil, assim como não existe uma “solução” para o mundo. O que existe é uma eterna construção de um mundo físico e cultural e de uma sociedade, que pode ser mais ou menos harmônica entre si e com o meio ambiente. O que importa é a tentativa de construirmos de fazermos diferente, melhor. E isto significa o debate, que leva ao crescimento, como estamos fazendo aqui. Valeu por comentar. Abs.
Marcelino Agostini
22 de janeiro de 2014
Com todo o respeito aos que pensam o contrário, mas concordo em parte com o texto do Professor. Não acredito que a força policial seja uma solução. No entanto, certamente deve haver um controle por parte do próprio Shopping a fim de evitar abusos (que acontecem, sim). Não estou falando de controlar quem entra e quem sai! Mas uma segurança mais rígida dentro do estabelecimento. Os rolezinhos acontecem há muito tempo (anos, eu diria) e só ganharam repercussão agora por causa dos tumultos em ALGUNS Shoppings do país. Acontecem há pelo menos 2 anos aqui em Piracicaba. No início ocorriam do lado de fora, próximo ao segundo acesso, em uma rua pouco movimentada, e chamado de “Rave”. Aos poucos começou a adentrar o Shopping. E os relatos de incidentes são frequentes: brigas entre diferentes “tribos” e assaltos são exemplos. Não estou generalizando, mas é preciso cautela ao analisar essa situação. Recuso-me a acreditar que são todos “marginais”, que “sonham em morar no morro vendendo drogas”. Mas se um dia aquelas mesmas pessoas, que vêem esses jovens como uma “classe reprimida”, saíssem de seus carros e passassem a pé pelo segundo acesso ao Shopping Piracicaba, entenderiam do que estou falando. Muitos vândalos estão no meio deles, e por vezes roubam quem por ali passa. Há grupos (“tribos”) violentas, que atacam outras dessas tribos.
Algo parecido ocorre em um bairro da periferia de Piracicaba, onde jovens se reunem em uma avenida e fazem bagunça, com música alta, racha, dirigindo de moto no contramão em grupo, madrugada afora. O que as duas situações têm em comum?
Os jovens, em sua maioria, estão completamente alienados, e a pior droga que consomem é essa subcultura que prega a “ostentação”, não só de roupas caras, mas de “poder”: Eu sou o cara, Sou do PCC, Tenho carro com pneu rebaixado, Eu meto bala nos “Vermes” (Polícia). Conheço uma jovem assim. Outro dia perguntei a ela quando arrumaria um trabalho para ajudar a mãe que está com dificuldades financeiras. Ela respondeu, rindo: “Ah, pode sentar e esperar!”
Esses jovens alienados não vêem o trabalho como possibilidade, vêem o envolvimento com o crime como motivo de orgulho.
Repito, não estou generalizando, mas é fato que há uma parcela considerável de marginais no meio destes jovens que a mídia proclama que “invadem” os Shopping. Não acho que seja exatamente uma invasão, mas há bagunça sim. Não se deveria discutir coisas como preconceito racial ou social, mas a falta de respeito e o mau comportamento de parte desses jovens. Quando no texto o professor diz que “as poucas roupas caras não escondem a condição social” do jovem, entendo que não seja questão da cor da pele, mas do próprio comportamento. Não vejo “condição social” como a posse do dinheiro, mas a própria educação e o meio em que tal jovem foi criado. Afinal, vamos combinar que há muitos menores de idade ganhando mais com o tráfico de que um professor que leciona seis dias por semana. Logo, esses jovens de roupas caras (não digo todos, por favor, não generalizo) têm dinheiro, e muito.
Concordo plenamente que os Shoppings são “templos do consumo”. Até mesmo por isso, não vejo esses lugares como opção para “passeio”, a não ser que eu tenha realmente saído de casa com o propósito de comprar alguma coisa lá, ou de ir ao cinema (e infelizmente, hoje só há cinemas em Shoppings, e cada vez mais caros). Não vejo nada de mais em grupos de jovens se reunirem e passear por lá. Estão, certamente, mais seguros ali dentro do que pelas ruas, ou em boates, em cujas proximidades a violência e as drogas são problemas cada vez maiores. Mas reafirmo que deveria, sim, ser coibido qualquer ato de baderna ou incômodo por parte de determinados grupos (vejam bem, não me refiro a todos eles).
E sem querer esquentar essa debate complexo e de várias nuances, em minha opinião a culpa maior não é do governo que não dá educação e emprego, não é do capitalismo, nem do preconceito. A culpa é dos pais. Esses pais que não acompanham o que os filhos fazem, quem são os amigos dos filhos, e nem sabem que a filha de treze anos tirou uma foto em frente ao espelho usando roupas mínimas e fazendo biquinho e postou no Instagram, ou que o filho de onze anos tem um revólver como foto de seu perfil no Facebook.
No tempo em que os pais não delegavam a criação dos filhos à escola, e uma simples palmadinha não era crime, os filhos os respeitavam e cresciam pessoas de bem, que queriam ser alguém na vida, em vez da pessoa com mil curtidas no Face ou o cantor de funk ostentação.
Sobre um comentário de Evandro Mangueira, sim , os chamados “excluídos” já detêm a força. E isso é bom? Vivemos uma cultura do medo. Eu, você, e tantos outros que ESTUDARAM E TRABALHARAM para ser alguém na vida, todos nós não podemos sair às ruas tranquilamente, temos de viver dentro de verdadeiros calabouços. Aí pergunto: quem são os excluídos? Somos nós. A maioria opressora, leia-se marginais, criminosos e seus simpatizantes (que são muitos) está lá fora, livre, faz o que quer, não tem Lei que os mantenha presos, não tem nada que os pare. É inegável que a desigualdade social é o maior fator que leva a isso.
Mas dizer que é culpa do governo? Não se trata somente de falta de estudo, conhecimento e oportunidades. As pessoas, em sua grande maioria, são acomodadas. Ninguém, ou quase ninguém, quer pegar a trilha mais difícil e cheia de pedras. Não vejo diferença de caráter entre um político corrupto, um traficante e um indivíduo que se mantém apenas com ajuda (Bolsa-Esmola) do governo e nunca luta para melhorar sua condição. É tudo comodismo. No Brasil, quase todos têm um preço. A minoria, que são essas pessoas que estudam por décadas e trabalham duro para (sobre)viver, para depois ir ao Shopping com sua família comer um simples sanduíche no domingo e se deparar com uma baderna, essa minoria sim, são os verdadeiros excluídos. E não há imprensa ou formador de opinião, ou mesmo qualquer moralista de plantão que se manifeste para defendê-los.
blogdoamstalden
31 de janeiro de 2014
Marcelino, eu não defendi e não defendo o comportamento de muitos jovens. Minha análise foi no sentido de perceber a contradição, a tensão social e uma hipótese para ela. Por outro lado, no fundo no fundo eu não acho que o shopping deva ser este centro social e dos valores como é hoje. Agora, seus comentários vão muito no sentido da discussão do mérito, da meritocracia. A mesma linha está sendo adotada por outros que comentam, inclusive o Willian Stenico. Acho que este tema merece mais do que uma resposta em comentário. Merece outro artigo. Vou tentar escrever algo assim e daí publico e aviso. Abs.
Júlio
22 de janeiro de 2014
É impressionante como as novas gerações são reacionárias! Deus nos livre e guarde!
Eduardo
23 de janeiro de 2014
Fico impressionado com esses mesmos reacionários que condenam os rolezinhos manterem o silêncio absoluto quando a “baderna” é feita por grupos de estudantes “de bem” …
Eles não sabem o que falam, sabem que não sabem e por isso se escondem no anonimato.
blogdoamstalden
23 de janeiro de 2014
Você me deu outra ideia de artigo, Eduardo.. sai semana que vem, espero…
oraiêie
27 de janeiro de 2014
Vou entrar na discussão tardiamente mas até onde eu li, não vi alusão à violência praticada por jovens da classe média alta e média. Tampouco vi alusão à pobreza de expressão e cultura de muitos destes mesmos jovens. Riqueza e pobreza são categorias que podemos usar para todas as classes, dependendo do que estamos falando.
blogdoamstalden
27 de janeiro de 2014
Concordo, Oraiêie. Aguarde o artigo de quarta feira. Talvez vc. curta. Abraço e obrigado.
Marcio Ricobello
23 de janeiro de 2014
Hoje em dia, vendo na visão de um pai, ate pela segurança, optamos deixar nossos filhos sairem e passearem nos shopings pela segurança oferecida e como a maioria de nossos filhos sao menores de idade e querem sair com os amigos…..
Não podemos confundir os rolezinhos com baderneiros que vão ate estes lugares para nos deixar inseguros. O que deve ser feito sim, e isto e uma obrigação dos shopings e fornecer segurança adequada para não haver badernas, ja que somos obrigados a pagar estacionamento, e por pouco que seja sempre estes jovens consomem alguma coisa, nem que seja um sorvete.
O que deveria ser feito, em minha opiniao, ajuda para sanar o problema da baderna, que acaba acontecendo ate mesmo nos arredores dos shopings e não proibição.
Júlio Amstalden
23 de janeiro de 2014
O que mais me impressionou neste artigo foram as respostas acaloradas e reacionárias de jovens. Também sou professor e trabalho diariamente com gerações que nasceram 20 anos ou mais depois de mim. E, da mesma forma como percebo aqui, vejo em meus alunos esse mesmo comportamento acidamente reacionário, que bloqueia a mínima possibilidade de se refletir com um pouco mais de sensibilidade e refinamento. Os jovens que aqui comentam o belo texto sobre os “rolezinhos” têm argumentos fáceis, baseados em chavões e denotam claramente a leitura superficial que fazem, tanto do texto quanto da realidade social brasileira. Que tristeza! Minimamente mostram uma incompreensão do que a é a Educação no Brasil e seus perversos mecanismos seletivos. A escola brasileira sempre dividiu-se em uma educação para quem vai liderar e em outra, para quem vai obedecer. Herança portuguesa, herança colonial. Assim, se vocês jovenzinhos que aqui defendem a “vontade de vencer na vida” pelo esforço de estudar e trabalhar, sendo assim “pré-destinados”, saibam que, como vocês, provavelmente muitos dos praticantes dos “rolezinhos” têm os mesmos desejos de vencer e se colocar melhor na sociedade, mas a escola destinada a eles não é a mesma que para vocês, tampouco o tipo de trabalho. As chances deles são fatalmente menores que as de vocês. As escolhas já foram feitas sem que eles, ou mesmo vocês, fossem anteriormente consultados. E o que de fato dói é a cegueira que entrincheira cada vez mais dois mundos, afastando as possibilidades de reflexão e de diálogo. Mais doloroso ainda é ver que a boa vontade de abrir-se à percepção da realidade e à reflexão vai se enfraquecendo entre aqueles que, pela natureza e idade, supostamente deveriam pensar e agir de modo diferente dos idosos desiludidos e sem esperança. Que medo!
blogdoamstalden
23 de janeiro de 2014
Julio, acho que esta é a segunda vez que vc. comenta no Blog. E está perfeito. Só posso elogiar e agradecer.
Júlio Amstalden
24 de janeiro de 2014
Eu comentaria mais e com prazer se minha tese não estivesse buzinando o tempo todo atrás de mim. Abração!
andregorga
30 de janeiro de 2014
Julio, você escreveu exatamente o que eu penso, mas duvido que eu conseguisse me expressar com tal clareza. Parabéns.
Carla Betta
24 de janeiro de 2014
Que medo, Julio Amstalden, que medo!
Evandro Mangueira
24 de janeiro de 2014
Carla e Júlio, compartilho com vocês, Que medo! Que Medo!
Júlio você foi incrível no seu posicionamento, concordo plenamente! As vezes ouço de gente 10 anos mais nova do que eu coisas carregadas de um moralismo que me assusta.
Júlio Amstalden
25 de janeiro de 2014
Evandro e Carla, obrigado pela partilha! Sim, creio que o atual comportamento super conservador da juventude é alarmante, mesmo porque isso vem acompanhado de muito individualismo. “Se há pobres, é porque são indolentes e sem-vergonhas. Somos gente ‘de bem’ porque valorizamos o esforço do trabalho. Então, somos nós que precisamos de proteção contra a barbárie dos pobres. Como eles ousam nos amolar e desafiar? O lugar deles não é entre nós”. É esse mesmo espírito que está na base dos totalitarismos. Acho que tio Hitler ia gostar muito de ler o que aqui se comentou. Então, que futuro pode nos esperar? Dá medo mesmo, né?
Lana
24 de janeiro de 2014
Q hipocrisia.
A maioria dos q defende essas ditas manifestaçoes( manifestando contra o q mesmo? Ah, o direito de impedir o direito de outras pessoas de estarem ali, o direito de impôr um gênero específico de música às outras pessoas, o direito de se vestir como “periguete” para atrair os meninos, realmente causas mto justas e importantes pra modificaçao e ruptura do status quo desumanamente desigual q vivemos hj) correria rapidinho pra esconder a carteira e o celular, com medo de ser roubado. Lindo o discurso da classe média pseudoesquerdista. Até mexerem com vc. Daí o esquerdismo vai pra casa do c…..
blogdoamstalden
31 de janeiro de 2014
Seu email diz que é professora… tomara que seja só o email…
Juliana Wichocky
24 de janeiro de 2014
Em primeiro lugar, parabéns pelo blog. Gostei da matéria e dos comentários. Cada um bem fundamentado e digno de academia.
Vou me limitar apenas em deixar como sugestão de leitura, FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL, de Celso Furtado. O livro é sempre atual e nos dá explicações acerca dessas disparidades promovidas pelo capitalismo e o por que de só agora estarmos realmente dando nosso “grito do Ipiranga” nos chamados “rolezinho”.
Abraços
blogdoamstalden
31 de janeiro de 2014
Obrigado por comentar, Juliana. De fato a sugestão é excelente. Eu sugiro, ainda, Raízes do Brasil, do Sérgio Buarque. Comente sempre. Abs.
Frívola, Mas Nem Tanto...
25 de janeiro de 2014
Republicou isso em Frívola, Mas Nem Tanto….
fabiocasemiro
29 de janeiro de 2014
Comentando os comentários:
1. Interessante como criticam tanto o “bolsa família” como manobra política… Quando o partido nada faz é mentiroso, quando faz é populista. Coisa feia reclamar do bolsa família!!! Vcs têm noção de quanto ganha? De como isso reflete positivamente na economia? Quando a ditadura entupiu a classe média de grana, alguns gostaram e são até saudosos!!!
2. Argumento besta esse que fala da escrita “errada”. Argumento classista e pleno de preconceito linguístico… “minha pátria, minha língua”… E Oswald de Andrade já estourou esse paradigma faz tempo…. (Aliás, muitos dos críticos do purismo da linguagem estão muito aquém do uso rigoroso da norma padrão, mesmo em código escrito, não? …hahahahah
3. Interessantes como alguns argumentam/usam o conceito “ideológico” como ofensa. Quem não é ideológico? O que é ideologia? É pecado ter ideologia? O conceito de “pecado” não é ideológico?… Ideologia… “Eu quero uma prá viver!!!” …hahahaha
4. Os flash-mobs não são rolezinhos? Os rolezinhos não se valem dos mesmos recursos tecnológicos dos flash-mobs? Articulação de pessoas pela internet visando uma intervenção cultural específica? Há uma “cultura dos e nos rolezinhos, não? Se não houvesse, não nos diria nada, não incomodaria, não geraria debates… certo?
5. Os grupos rolezinhos em seus discursos pregam, em muitos casos, a estética da ostentação: a mesma que os “reis do camarote” e das patricinhas à lá Lui Vuiton…. Quando a classe alta, branca, higiênica vê a classe baixa, a horda de “bárbaros” ela olha para o próprio espelho e vê sua caricatura… fica horrorizada!!!! hahahah (Chamo isso de “Síndrome de Dorian Gray”) hahahahaha
Só….rs
Em breve, artigo meu sobre o tema.
Fábio H.