Estréia hoje na coluna Música & Afins a seção Esfinge.
Nela convido os leitores a decifrarem um pequeno enigma e a emitirem suas impressões.
Hoje temos a cena imperdível que retirei do filme “Aqui é o meu lugar” (This must be the place) de 2011.
Sean Penn interpreta um roqueiro de meia-idade, que não atua mais. Em algum bar perdido no meio dos EUA trava um rapidíssimo – mas memorável – diálogo com um tatuador.
Edu Pedrasse é músico profissional – guitarra e violão – há 28 anos. Possui Bacharelado e Mestrado em Música pela UNICAMP. É professor universitário na UNIMEP, no curso de Música Licenciatura e também é professor particular de música. Atua com seu show Entartete Jazz, nas casas de espetáculos de Piracicaba e região.
Site: www.edupedrasse.com
Facebook: https://pt-br.facebook.com/edupedrasse
fabiocasemiro
26 de março de 2014
Putz…. Muito se tira dessa passagem. Mas creio que dá para decifrar e não ser devorado!…rs
Gosto de pensar na palavra “arte” e sua inexistência na Grécia antiga. A palavra arte vem de “ars” que é latim (logo, Roma – e se quiseres, – à lá Nietzsche – Império).
Na Grécia antiga, a palavra que designava o fazer artístico era “techné”, ou seja, técnica. O poeta, o arquiteto, o músico, o lavrador, o oleiro… todos tem sua técnica. Alguns são gênios em sua técnica, outros menos talentosos.
Daí que a obra de Aristóteles traduzida como Arte Poética, cai em erro: a poética era techné, em sua excelência.
No contemporâneo essa reflexão ilumina pontos interessantes:
1. Na vida do músico, por exemplo.
a. Todo músico é artista, arte é subjetiva, música é prazer logo tocar é um ganho em si mesmo. Daí que os cachês são tão medíocres. (sinto muito, é assim que o mercado pensa, infelizmente e o comportamento anti-profissional do artista alimenta o mercado)
b. Como o músico se acha “artista” (e o ocidente – o romantismo, talvez – fundou o mito da criatividade do gênio acima de tudo) ele opõe técnica à sensibilidade e, se arrogando um deus sensível, quer crer que sua poética está acima da técnica.
(Quando deveria entender que construir sua poética implicaria em domínio e inovação técnicas).
2. Na vida cotidiana.
Em todos os momentos, com a supervalorização da imagem, no mundo das sub-sub-celebridades, nas luzes de instagrams e facebooks, todos se sentem “artistas”. Daí que todos teriam a sua poética, como também sua psicologia, sua ética, sua moral, sua política…
Na prática, isso se torna uma grande desculpa para as pessoas cada vez mais nada saberem, nada pesquisarem sobre: poética, psicologia, ética e política.
Se esqueceram o outro (acho que não, é o mesmo) lado da filosofia romântica: a união entre razão e sensibilidade.
Vídeo muito bom! Dá vontade de tatuá-lo na pele…rs
Valeu Edu!
H
Edu Pedrasse
26 de março de 2014
Extenso quadro de hipóteses querido.
Vejamos se alguém se manifesta no teste de múltipla escolha.