Vídeo de Domingo. Quarenta anos da Revolução dos Cravos

Posted on 27 de abril de 2014 por

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capitães de abril

Em 1933 Antônio Salazar assumia poderes extraordinários em Portugal. Sua linha de governo era fascista, próxima do fascismo italiano, espanhol e do nazismo alemão. Salazar não perseguiu os judeus e nem entrou da II Guerra Mundial, embora tenha atuado como parceiro comercial (com grandes lucros) de Hitler até o fim do conflito. Porém acabou com a democracia, com os partidos de oposição, perseguiu críticos, opositores, sindicalistas e, para quem acredita que ditaduras trazem progresso, manteve Portugal sem indústrias de peso por todo o seu governo. Também manteve as colônias portuguesas na África e, após a guerra, passou e enfrentar um crescente movimento de independência das mesas.

Salazar morreu em 1968 e em seu lugar assumiu Marcello Caetano. Portugal via crescer a luta nas colônias, via sua economia estagnada e assistira novos fluxos de migração de seus cidadãos. Portugueses se espalharam pela Europa e também pela América em busca de empregos. Na França, ficaram famosos como fornecedores de criados e empregadas domésticas.

Mas, por mais duradouras que sejam as opressões, as idéias e a capacidade crítica não morrem. Elas permanecem e permaneceram no povo e até no exército português. Em 25 de Abril de 1974, um grupo de jovens oficiais, conduziu um movimento que derrubou Marcello Caetano. Nos meses seguintes, houve uma longa disputa. Muitos dos jovens oficiais eram de esquerda e queriam um regime socialista em Portugal. Não conseguiram, mas conseguiram a redemocratização do país que voltou a ter uma constituição em 1978. As colônias foram libertadas, embora continuassem com conflitos internos e de qualquer modo o fascismo português foi derrotado.

Talvez o mais bonito do movimento tenha sido o fato de que poucos embates ocorreram. A população saiu às ruas apoiando os jovens oficiais e distribuindo cravos a eles. Foi mais uma festa do que uma rebelião. Daí veio o apelido:
“Revolução dos Cravos”. O sinal de início da movimentação se deu através de uma música, “Grandola, Vila Morena” de José Afonso, que foi transmitida as 00:20 horas do dia 25. O vídeo de domingo de hoje traz a música de José Afonso e outra, “Tanto Mar”, feita por Chico Buarque algum tempo depois. Chico elogia a “festa”, lamenta que ela já tenha sido “atrapalhada”, mas celebra e esperança que deve ter ficado, como sementes de cravo, espalhadas. Isso enquanto nós vivíamos em plena ditadura.

Veja por si mesmo os vídeos. E depois, se quiser, assista ao filme “Capitães de Abril”, filmado em 2000 por Maria de Medeiros. Você não vai se arrepender…

Bom Domingo. E que esperança esteja espalhada por aí, como sementes de cravos.

Grandola, Vila Morena

Tanto

GrAqui uma outra versão de Grandola e as duas versões do música de Chico, uma durante a Revolução e a outra depois.

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