O Ecochato.

Posted on 28 de abril de 2014 por

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lixo

Um belo dia o meteoro caiu sobre a Terra e extinguiu os grandes répteis, entre eles os dinossauros, e os mamíferos puderam evoluir de pequenos roedores passando a ser a classe de animais mais dominante, não a de maior número, mas a mais, incrivelmente, dominante.

Na história da vida na Terra aconteceram, pelo menos, cinco extinções em massa, embora o termo seja arbitrário, pode-se definir como um acontecimento relativamente comum no registro geológico. Caracteriza-se pelo decréscimo da biodiversidade através da extinção excepcionalmente alta de vários grupos ou uma redução acentuada na diversidade e abundância de vida macroscópica.

O caos que ocorreu desde a formação do universo e durante toda a jornada da vida (da forma como a conhecemos) é o responsável por nossa existência, embora, a vida na Terra tenha sofrido grandes ataques, ela sobreviveu.

É certo que o combustível que alimenta o sol um dia acabará e que toda a vida no planeta chegará ao fim, mas isso só acontecerá daqui a quinze bilhões de anos, e até lá nem os nossos restos memoriais existirão, quanto mais os físicos. Esse fenômeno tornará o sol uma grande estrela que secará o terceiro planeta do sistema solar, tornando-o uma rocha maciça muito semelhante ao planeta Mercúrio, sem possibilidade de vida. Fora a parte de uma catástrofe programada dessa magnitude, a vida continuará firme e forte por aqui!

O planeta já foi castigado de forma muito mais severa do que o fazemos hoje, a vida não é frágil como se pensa, ela sobrevive e surge em ambientes hostis como em vulcões, meios ácidos, altas e baixas temperaturas e até na ausência completa de oxigênio, muitas vezes surgem da própria morte.

A vida é ultra-resistente e muito adaptável.

E porque, cargas d’água, fala-se tanto em reciclar, reutilizar e reduzir (a regrinha dos três “R”)?

Porque esses conceitos também caíram no capitalismo, onde tudo é vendido. Tudo vira uma mercadoria e os conceitos, mesmo os com boa intenção, passam a ser vendidos em um sistema cruel. No programa televisionado Pequenas Empresas Grandes Negócios uma empresaria falava sobre o produto gerado a partir de reciclados e ela não poupou comentários sobre a rentabilidade que esses produtos geravam por apenas possuírem o slogan de ecologicamente correto.

Nos mercados da cidade de Piracicaba, uma caixa com seis hambúrgueres de soja custa R$ 19,00, enquanto a mesma quantidade de hambúrgueres de carne bovina custa 1/3 do valor, os produtos naturais ou os que têm como lema a preservação do meio e a proteção da vida animal carregam um carimbo com preços astronômicos.

A verdade é que a industrial se apropriou do discurso de pessoas sérias e passou a explorar mais este nicho de mercado.

As empresas passaram a utilizar a ideologia do ecológico para vender mais, pois não basta ser ecológico, tem que utilizar o mínimo de embalagem, tem que pagar preços justos aos funcionários que o produzem, tem que ter durabilidade, e, além disso, os produtos revendidos a preços acessíveis, com responsabilidades sociais. Não basta uma caixa informando a origem ecologicamente correta, tem que possuir responsabilidade em todo o processo. O que ocorre é o inverso, agregam valores monetários a ideologia do ecologicamente correto, e nem sempre o é.

A verdade oculta é outra: Não precisamos salvar os animais, nem diminuirmos o nosso consumo e nem diminuirmos a emissão de gases de efeito estufa no planeta, pois a vida sobreviverá a tudo isso, quando não existir um único humano na Terra, ainda existirá a vida! Quanto à raça humana essa anda pelo um fio. Qualquer mudança climática drástica a extinção humana será certa, para mudarmos esse destino, aí sim, é preciso preservamos os animais, mudarmos a nossa alimentação e diminuirmos drasticamente a emissão de gases que causam o efeito estufa.

A TV mente quando diz que devemos reciclar, pois reciclar e reutilizar são importantes, mas para cada saco de lixo originado por uma pessoa, a indústria gera outros dez sacos antes da produção, muito mais devastadores. Reciclar é importante, mas o que devemos fazer mesmo é reduzir o consumo. Os animais morrerão, a extinção será certa para muitas espécies, mesmo que paremos hoje de gerar tanto lixo, de derrubar tantas matas, mesmo que paremos hoje a emissão de gases que alimentam o aquecimento global, o mundo continuará esquentando por cinquenta anos. Não existe mais solução, já comprometemos demais o planeta e nada que façamos será suficiente para salvar muitas espécies de animais e plantas, mas a vida, essa sobreviverá! Já a humanidade e muitas outras formas macrobióticas terão um fim triste.

Podemos comprar de consciência tranquila, podemos gerar lixo a vontade, podemos continuar comendo carne sem problemas, nunca conseguiremos acabar com a vida na Terra em sua totalidade, no entanto, a humanidade não sobreviverá nesse ritmo!

Um mosquito é capaz de matar devastadoramente a humanidade, e esse mosquito existe graças a nossa produção e acumulo de lixo constante.

Uma bactéria, um vírus, seres tão minúsculos são capazes de acabar com a humanidade em questão de dias. Um átomo, uma onda radiativa, um vazamento no mar, são capazes de eliminar os humanos do planeta em segundos.

O consumo e a alimentação que vivenciamos não acabarão com a vida, mas certamente acabarão com a vida humana e de muitas espécies.

O ser humano é frágil, embora adaptável, é de uma fragilidade gigantesca, em menos de um século assistiremos a uma grande catástrofe com a raça humana, caso não mudemos nossos hábitos.

O número de pessoas é crescente, o número de animais e plantas são reduzidos a todo instante, o lixo que geramos já não cabem nos terrenos baldios, e o nosso consumo por carnes só aumentam a destruição das áreas de proteção para a criação de animais de corte.

O resultado será apenas um: A extinção da humanidade ou uma crise sem precedente.

Mas a vida sobreviverá, deformada, modifica, e com uma nova missão: povoar o planeta que em uma época foi habitado por um primata que sabia construir coisas.