Um belo dia o meteoro caiu sobre a Terra e extinguiu os grandes répteis, entre eles os dinossauros, e os mamíferos puderam evoluir de pequenos roedores passando a ser a classe de animais mais dominante, não a de maior número, mas a mais, incrivelmente, dominante.
Na história da vida na Terra aconteceram, pelo menos, cinco extinções em massa, embora o termo seja arbitrário, pode-se definir como um acontecimento relativamente comum no registro geológico. Caracteriza-se pelo decréscimo da biodiversidade através da extinção excepcionalmente alta de vários grupos ou uma redução acentuada na diversidade e abundância de vida macroscópica.
O caos que ocorreu desde a formação do universo e durante toda a jornada da vida (da forma como a conhecemos) é o responsável por nossa existência, embora, a vida na Terra tenha sofrido grandes ataques, ela sobreviveu.
É certo que o combustível que alimenta o sol um dia acabará e que toda a vida no planeta chegará ao fim, mas isso só acontecerá daqui a quinze bilhões de anos, e até lá nem os nossos restos memoriais existirão, quanto mais os físicos. Esse fenômeno tornará o sol uma grande estrela que secará o terceiro planeta do sistema solar, tornando-o uma rocha maciça muito semelhante ao planeta Mercúrio, sem possibilidade de vida. Fora a parte de uma catástrofe programada dessa magnitude, a vida continuará firme e forte por aqui!
O planeta já foi castigado de forma muito mais severa do que o fazemos hoje, a vida não é frágil como se pensa, ela sobrevive e surge em ambientes hostis como em vulcões, meios ácidos, altas e baixas temperaturas e até na ausência completa de oxigênio, muitas vezes surgem da própria morte.
A vida é ultra-resistente e muito adaptável.
E porque, cargas d’água, fala-se tanto em reciclar, reutilizar e reduzir (a regrinha dos três “R”)?
Porque esses conceitos também caíram no capitalismo, onde tudo é vendido. Tudo vira uma mercadoria e os conceitos, mesmo os com boa intenção, passam a ser vendidos em um sistema cruel. No programa televisionado Pequenas Empresas Grandes Negócios uma empresaria falava sobre o produto gerado a partir de reciclados e ela não poupou comentários sobre a rentabilidade que esses produtos geravam por apenas possuírem o slogan de ecologicamente correto.
Nos mercados da cidade de Piracicaba, uma caixa com seis hambúrgueres de soja custa R$ 19,00, enquanto a mesma quantidade de hambúrgueres de carne bovina custa 1/3 do valor, os produtos naturais ou os que têm como lema a preservação do meio e a proteção da vida animal carregam um carimbo com preços astronômicos.
A verdade é que a industrial se apropriou do discurso de pessoas sérias e passou a explorar mais este nicho de mercado.
As empresas passaram a utilizar a ideologia do ecológico para vender mais, pois não basta ser ecológico, tem que utilizar o mínimo de embalagem, tem que pagar preços justos aos funcionários que o produzem, tem que ter durabilidade, e, além disso, os produtos revendidos a preços acessíveis, com responsabilidades sociais. Não basta uma caixa informando a origem ecologicamente correta, tem que possuir responsabilidade em todo o processo. O que ocorre é o inverso, agregam valores monetários a ideologia do ecologicamente correto, e nem sempre o é.
A verdade oculta é outra: Não precisamos salvar os animais, nem diminuirmos o nosso consumo e nem diminuirmos a emissão de gases de efeito estufa no planeta, pois a vida sobreviverá a tudo isso, quando não existir um único humano na Terra, ainda existirá a vida! Quanto à raça humana essa anda pelo um fio. Qualquer mudança climática drástica a extinção humana será certa, para mudarmos esse destino, aí sim, é preciso preservamos os animais, mudarmos a nossa alimentação e diminuirmos drasticamente a emissão de gases que causam o efeito estufa.
A TV mente quando diz que devemos reciclar, pois reciclar e reutilizar são importantes, mas para cada saco de lixo originado por uma pessoa, a indústria gera outros dez sacos antes da produção, muito mais devastadores. Reciclar é importante, mas o que devemos fazer mesmo é reduzir o consumo. Os animais morrerão, a extinção será certa para muitas espécies, mesmo que paremos hoje de gerar tanto lixo, de derrubar tantas matas, mesmo que paremos hoje a emissão de gases que alimentam o aquecimento global, o mundo continuará esquentando por cinquenta anos. Não existe mais solução, já comprometemos demais o planeta e nada que façamos será suficiente para salvar muitas espécies de animais e plantas, mas a vida, essa sobreviverá! Já a humanidade e muitas outras formas macrobióticas terão um fim triste.
Podemos comprar de consciência tranquila, podemos gerar lixo a vontade, podemos continuar comendo carne sem problemas, nunca conseguiremos acabar com a vida na Terra em sua totalidade, no entanto, a humanidade não sobreviverá nesse ritmo!
Um mosquito é capaz de matar devastadoramente a humanidade, e esse mosquito existe graças a nossa produção e acumulo de lixo constante.
Uma bactéria, um vírus, seres tão minúsculos são capazes de acabar com a humanidade em questão de dias. Um átomo, uma onda radiativa, um vazamento no mar, são capazes de eliminar os humanos do planeta em segundos.
O consumo e a alimentação que vivenciamos não acabarão com a vida, mas certamente acabarão com a vida humana e de muitas espécies.
O ser humano é frágil, embora adaptável, é de uma fragilidade gigantesca, em menos de um século assistiremos a uma grande catástrofe com a raça humana, caso não mudemos nossos hábitos.
O número de pessoas é crescente, o número de animais e plantas são reduzidos a todo instante, o lixo que geramos já não cabem nos terrenos baldios, e o nosso consumo por carnes só aumentam a destruição das áreas de proteção para a criação de animais de corte.
O resultado será apenas um: A extinção da humanidade ou uma crise sem precedente.
Mas a vida sobreviverá, deformada, modifica, e com uma nova missão: povoar o planeta que em uma época foi habitado por um primata que sabia construir coisas.
Marlene
28 de abril de 2014
Com tristeza….sua análise é correta!
Evandro Mangueira
28 de abril de 2014
Pois é Marlene, quando perceberemos que tudo é vendível? Quando perceberemos que não basta reciclar, temos que diminuir o consumo, temos é que mudar os hábitos por completo. Obrigado por contribuir.
Brunão
28 de abril de 2014
Ponto de vista interessantíssimo!!
Evandro Mangueira
28 de abril de 2014
Obrigado Brunão!
Carla Betta
28 de abril de 2014
Tirou as palavras da minha boca! Tenho pensando muito nisto! Há pouco tempo não tenho mais consumido refrigerante. Não adianta reciclar garrafas pet, se este material continuará no ambiente! Apenas tenho esperança e a certeza em Deus que reverteremos este quadro, porém nem só da bondade divina dependemos, mas –essencialmente- da vontade humana expressada em atitudes renováveis. Precisamos reciclar mesmo nosso modo de viver, de agir, de pensar, de consumir!
Evandro Mangueira
28 de abril de 2014
É verdade, isso precisa ser reciclado com urgência!
Totó
30 de abril de 2014
É isso aí, Evandro. Precisamos ter uma vida mais sóbria. Para isso é preciso dar-lhe sentido.
Evandro Mangueira
1 de maio de 2014
Obrigado Totó por comentar, sim meu amigo, temos mesmo que dar sentido a vida!