Ele é médico e expõe seus argumentos contra o programa “Mais Médicos” do governo federal que completa um ano agora. Segundo ele, o primeiro problema é que os estrangeiros não falam português e, sendo assim, não vão conseguir atender corretamente os pacientes. Em segundo, são “médicos de família”, despreparados para casos mais complexos. Em terceiro, vão para regiões em a mínima infra estrutura, logo não terão como atender adequadamente os pacientes. Por último, mas não menos importante, a maioria, por ser cubana, não passam de “escravos dos Castro” e, em tese, não deveriam ser usados pelo governo brasileiro que estaria, então, sendo conivente com o trabalho escravo.
Muito bem, concordo com o problema linguístico. A falta de domínio da língua portuguesa pode, sim, ser um grande problema. Também acredito que a infra estrutura deficiente é outro grave obstáculo. Mas, vejam só, em agosto do ano passado, uma tosse e uma pequena dor no lado direito do peito deixaram minha esposa preocupada comigo e ela insistiu que eu procurasse um médico. Fui a um hospital daqui muito bem equipado e lá fui atendido por um jovem brasileiro que pediu uma radiografia do pulmão e um eletrocardiograma. Não entendi direito o eletro, mas tudo bem, mal não me faria e não fez. O médico, no entanto, pareceu ter outra opinião. Ao ver o resultado do eletro, pediu um exame de sangue para saber se eu não havia tido um enfarte nos dias anteriores. Ao mesmo tempo fez com que eu fosse conduzido a uma sala de aplicação onde me prescreveu dipirona, Isordil e Tramal. Isordil é utilizado para angina e ataques cardíacos e Tramal um potente analgésico usado para dores fortes. Eu não sentia dores intensas, mal sentia a do peito, mas para o médico eu enfartava. Passei oito horas no hospital dopado, sem poder sair, sob efeito dos medicamentos. Antes de “apagar” consegui ligar para minha mulher que chamou um cardiologista nosso amigo. Não havia nada de errado, segundo nosso amigo, com o eletro. Eu não enfartara e nem enfartava, mas o médico não viu assim. Ok, menos mal, tirando o “barato”, não tive prejuízos. Mas esta não foi, infelizmente, a única experiência neste sentido. Meu pai, em janeiro passado, teve uma erisipela, uma infecção nos vasos da perna. No mesmo (e bem equipado) hospital onde eu fora dopado, o plantonista (e especialista) pediu uma tomografia da carótida. Meu irmão, que acompanhava meu pai e que já havia visto o mesmo problema nele anteriormente, alertou para a perna inchada e a febre que indicavam a infecção e foi olimpicamente ignorado. Meu pai só foi diagnosticado por um clínico geral no dia seguinte, que esbravejou ao vê-lo sem antibióticos. A demora em ministrar o remédio aliada a idade do paciente, renderam mais de uma semana de internação. Eu poderia citar ainda muitos casos, inclusive o de um amigo que foi liberado com três costelas quebradas porque o médico não viu as fraturas na radiografia, mas, o que isso tudo diz? Diz que não adianta nada um médico falar português, como os que nos atenderam, e nem ter todos os equipamentos, se ele não consegue interpretar um eletrocardiograma, identificar uma infecção ou entender uma radiografia. Diz que falar português e ter recursos não substituem a capacidade de ouvir o paciente e nem os conhecimentos básicos de medicina. Diz que nada substitui o comprometimento. Não posso afirmar que os médicos estrangeiros são melhores nestes quesitos, mas posso afirmar que os mesmos itens faltam aqui, com os brasileiros em uma região muito bem equipada.
Sobre a “escravidão” dos cubanos, creio que o melhor seria perguntar a eles o que acham. Sim, eles ficam com pouco do que o Brasil paga, mas não é uma situação muito diferente de milhões de trabalhadores terceirizados, inclusive médicos, que ficam com muito pouco do que o governo paga as empresas que os subcontratam. Espero, no entanto, que quem acha que eles são escravos tenha a mesma postura com outros trabalhadores e não comprem roupas de empresas de grife que mantem trabalhadores ganhando R$ 0,07 por calça costurada e também não vote em políticos já denunciados por manterem trabalhadores em regime análogo à escravidão.
O que consigo saber, com alguma precisão, pesquisando notícias de sites sérios, é que tem muita gente no interior do Brasil, que está muito feliz. Pela primeira vez estão sendo atendidos por um profissional de medicina. Pobres, idosos e doentes crônicos tem sim, médicos agora. São médicos de família, com certeza, e é o que eles precisam. Estrangeiros sim, que aprendem português rápido, até porque, sendo estrangeiros, precisam se integrar, interagir. Diferente de muitos médicos que conheço que se veem como uma casta a parte e, se possível, não falariam com os reles pacientes.
Carla Betta
24 de setembro de 2014
Também leio que os médicos cubanos são considerados mundialmente eficientes. Médicos de familia e agentes de saúde que conhecem e interagem com as comunidades deveriam ser práticas revigoradas no meu entender. O argumento da falta de aparelhagem me confunde. Não tem recurso, então, não adianta ter médico… e a população fica sem médico E sem aparelhagem?!…
blogdoamstalden
24 de setembro de 2014
Carla, o argumento não significa que não devemos cobra aparelharem e investimentos, mas que o essencial é o médico presente e comprometido. Não poupo ninguém. Os investimentos precisam acontecer. Certa vez li que o hospital do câncer de Barretos deixava de atender 30% da demanda por falta de BONS médicos. Eles queriam trazer de fora, de qualquer lugar. Pergunta, não deveriam?
Carla Betta
25 de setembro de 2014
Claro, Amstalden! A questão, que não devo ter sido clara, é ficar neste círculo vicioso de nem médicos nem recursos. “Se não tem material, para que médicos?” É uma argumentação falha. Se não tem material, que se tenha médicos ao menos! Obviamente, todo país precisa e merece recursos adequados. Nós temos médicos e medicina de ponta para… 0,01% da população?! ….
Antonio
24 de setembro de 2014
Concordo com vc, um bom médico que tenha tido uma boa preparação não necessita de muitos aparelhos para exercer sua função.
Essa historia dos aparelhos é semelhante àquela que discute, quem veio primeiro, a galinha ou o ovo.
Discutem enquanto o povo fica sem médicos.
Augusto Sousa
24 de setembro de 2014
Vejo o assunto dos médicos estrangeiros com muita cautela.
Evidente que maus e bons profissionais se encontram em todas as áreas e em todos o lugares.
A velocidade de implantação, seu sigilo, ( médicos brasileiros tiveram pouco tempo para se cadastrarem), e a propaganda desse ” programa” de governo é que o torna suspeito.
Nada contra estrangeiros, mas vejamos. Em Cuba estima-se formarem entre 600 a 800 médicos por ano: Digo estima-se pois não há informações confiáveis. Então se temos aqui algo como 10.000 médicos cubanos, estamos importando 10 anos de “produção” de médicos.
Ou então de formação reduzida, ou apenas técnica.
No Brasil há algo como 300.000 médicos em atividades, não podemos supor que a adição de mais 15.000 resolverá o problema como se quer fazer acreditar a propaganda. Ou ainda, repetindo a propaganda na TV, esses médicos resolveram o problema de saúde de 50 milhões de brasileiros.
blogdoamstalden
24 de setembro de 2014
Não Augusto, não resolvem. Mas o que fazer agora com quem precisa de médicos? Eu vejo o programa como um investimento sim, na área de saúde. Por outro lado, o artigo vai além do Mais Médicos. Questiona o comprometimento do médico em si.
Os brasileiros tiveram, sim, tempo e oportunidade de se inscrever. Mas segundo a Folha de São Paulo foram os que mais desistiram do programa. Agora, o artigo vai além da questão específica e levanta o problema do ensino de medicina. Por último, propaganda os políticos fazem até de batizado de cachorro. O que me chateia são argumentos que esquecem o principal. Algum médico precisa ir para estas regiões. Poucos querem, ganham mais nas grandes cidades ou regiões mais ricas. Alguns aceitam pelo valor de R$ 10.000,00. Isso não é o sacrossanto “mercado” funcionando? Abs e obrigado por comentar.
Antonio
24 de setembro de 2014
Augusto, a medicina de Cuba é a mais avançada das Américas.
Devido ao boicote, desenvolveram técnicas e medicamentos que substituem equipamentos e cirurgias complexas.
Não são mal preparados e trabalham inclusive em países europeus, sem as limitações que o corporativismo impôs a eles aqui no Brasil.
São médicos de família sim e nem por isso incompetentes.
Falaram e protestaram muito contra os médicos cubanos, não vi uma única linha sobre médicos argentinos e portugueses que vieram para cá.
Eram críticas fundamentadas ou movimento político?
Os médicos de família foi um projeto formatado ao tempo de FHC que não foi levado adiante e somente prosseguiu no governo Dilma, com todas as dificuldades que sabemos.
Acaba de sair uma estatística dos médicos que abandonaram o programa, entre os brasileiros que são poucos, ao redor de 5% deixaram o programa. Entre os cubanos, menos de 0,3% deixaram o programa.
Me perdoe mas esse número 300.000 não é real. É chute!
Os 15.000 médicos tem ajudado e muito, aqui perto, em Sto. Antonio de Posse há uma médica cubana que cumpre o plantão diariamente das 7h as 17h, eu disse cumpre.
Muito diferente de muitos médicos brasileiros contratados pelo serviço público que aparecem quando querem.
As prefeituras do interior de São Paulo estão pagando menos pelos médicos que contratam.
Conheço um caso em uma pequena cidade em que a prefeitura pagava R$ 50 mil mensais para que um especialista atendesse em sua Sta. Casa.
Agora paga R$ 15.000 que digamos é um ótimo salário.
E por que?
Por que o prefeito disse ao médico que se ele não fizesse uma revisão nos seus honorários ele pediria um médico do programa federal a custo zero para a prefeitura.
Como vê, com o Mais médicos ganhamos todos!
Augusto Sousa
26 de setembro de 2014
Aqui os dados colhidos sobre o número de médicos no Brasil:
“O número de médicos em atividade no Brasil chegou a 388.015 em outubro de 2012, segundo registros do Conselho Federal de Medicina (CFM). Com este número, se estabelece em nível nacional uma razão de 2 profissionais por grupo de 1.000 habitantes, confirmando-se assim uma tendência de crescimento exponencial da categoria que já perdura 40 anos”, fonte CREMESP, em ” demografia médica no Brasil”
Ana Maria
24 de setembro de 2014
Veja esse vídeo de médico cubano na Venezuela atendendo recem nascido. O problema é .que há outras suspeitas, Muita gente da Venezuela e da África diz que a maioria não tem formação médica nenhuma. Eles sabem menos que nossos enfermeiros formados. E por que não fazem o revalida para se ter uma noção do quanto o ”suposto médico” sabe? Eu acredito que os problemas não são só esses que você citou. Mas para mim o revalida seria o principal item a ser cobrado.
blogdoamstalden
24 de setembro de 2014
Até onde eu sei, Ana Maria, eles são examinados pelo Revalida sim. Eu conheço pessoalmente a Profa. Dra. Stela Meneghel, que não por critérios políticos, mas profissionais, é uma das pessoas que trabalha no Revalida.
Ana Maria
24 de setembro de 2014
Os médicos de outras nacionalidades fazem o revalida, mas os cubanos não. Me espanta que você não saiba isso, já que foi tão comentado desde a primeira turma de cubanos que chegou aqui. E aqui a palavra do ministro da saúde atual afirmando isso: http://www.folhapolitica.org/2014/07/ministro-da-saude-diz-que-se-cubanos.html Então eu acho que esse é o maior perigo, porque são 11.000 médicos cubanos, que não fizeram nenhuma prova de proficiência em medicina geral. Isso é muito grave, já que existem médicos cubanos desertores de Cuba que em suas entrevistas dizem que o nível dos médicos formados em Cuba é baixíssimo, ‘comparado a curandeiros’, não são palavras minhas, basta dar uma pesquisada no Google, que você encontra vários depoimentos.
Antonio
24 de setembro de 2014
Vídeos como esse em que não se pode atestar a veracidade não valem como crítica.
Sobre o revalida, muitos médicos brasileiros não passariam em um exame deste tipo em Cuba.
O país tem um programa de atendimento médico para estrangeiros, aberto ao mundo inteiro, em que as passagens aéreas e a hospedagem do acompanhante são vendidas com desconto.
Essa estória do revalida é muito mais uma ponta do corporativismo do que uma necessidade.
Ana Maria
25 de setembro de 2014
Não é isso que quem vai visitar Cuba diz, não é isso que os médicos e cidadãos cubanos que moram aqui no Brasil dizem. Essa falácia de que a medicina de Cuba é das mais avançadas do mundo é mais uma mentira que vem sendo contada há décadas, e tem quem acredite e divulgue. Mas a realidade é bem outra, basta dar uma olhada na internet, pesquisar um pouquinho os inúmeros depoimentos, as palavras do ministro da saude inclusive, para ver que isso é uma grande mentira. E esses médico cubanos veem aqui para trabalhar fazendo uma avaliação, uma triagem, como disse o ministro da saude, na época em que eles chegaram. Eles não podem fazer cirurgia, são o equivalente a nossos enfermeiros padrão. É só pesquisar um pouco Sr. Antonio, para não repetir essa falácia.
Ana Maria
24 de setembro de 2014
O vídeo:
blogdoamstalden
24 de setembro de 2014
Aos críticos do programa Mais Médicos, sugiro que vão a estas regiões e digam ao povo que os médicos cubanos precisam sair de lá por não saberem a língua, por não podermos aceitar o financiamento da ditadura dos Castro, etc, etc.
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/11/1369197-no-agreste-pacientes-agradecem-medicos-cubanos-de-joelhos.shtml
Antonio
24 de setembro de 2014
Um outro aspecto sobre a língua é que na América Central se fala um espanhol muito diferente do que aquele que se fala na América do Sul. Me refiro ao sotaque que torna a compreensão mais fácil.
E todos eles, também falo dos que conheci, não tratam os pacientes com a arrogância que muitos médicos brasileiros dos serviços públicos usam com seus pacientes.
Sabem ouvir!
Por outro lado, sugiro que leiam o artigo:
Dirigindo Chevette e namorando o Creissom a campanha contra os médicos de família no Brasil, que foi publicado pela BBC Brasil.
É uma história hipotética que consta de uma das apostilas do Medcurso, um dos maiores cursinhos preparatórios para carreiras médicas no Brasil. Pode ser lido na integra através do link:
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/dirigindo-chevette-e-namorando-creissom-a-campanha-contra-os-medicos-de-familia-no-brasil/
Se nossos cursinhos começam a preparar médicos incutindo nos jovens este espírito, que venham mais médicos de Cuba ou de qualquer outro país!
Ana Maria
25 de setembro de 2014
E eu moro ”nessas regiões” Aqui não temos medicos desse programa. Temos médicos abnegados, como o Dr. João, que trouxe para seu consultório 3 aparelhos, um deles de ultrassonografia, com recursos próprios, cobrando 100,00 reais por consulta, e atendendo 1 dia por semana no posto da prefeitura os carentes. Há 30 anos quando cheguei aqui no sertão, na minha cidade havia 3 hospitais de pequeno porte. Hoje há somente 1, sobrou um, capenga, sem nenhuma infraestrutura, nem raio X. E a cidade tem o triplo de moradores. O que eu sugiro? Sugiro que nos indgnemos com todo médico cubano ou não, que trate com descaso o paciente. Sugiro que nos indignemos principalmente com esse governo, que hoje arrecada muuuiiitas vezes mais do que arrecadava há 20 anos atrás, mas trata a saúde do mais pobre, pior do que se tratava há 20 anos atrás, sem nenhuma melhoria ou manutenção do que existia. Esse ‘mais médicos’, foi o jeito que esse governo encontrou de fazer propaganda enganosa para que parecesse que ele faz alguma coisa para o pobre doente, e ao mesmo tempo poder mandar dinheiro para o exterior. Quem tem no mínimo 2 neuronios fazendo sinapse vai desconfiar que nesse mingau tem muito caroço, nesse caso caroço guela abaixo na garganta do pobre desfavorecido, sem voz, sem vez.
Antonio
25 de setembro de 2014
Ana Maria, começou com o Mais Médicos e pelo jeito vai continuar a melhorar.
São mazelas de séculos, impossíveis de serem corrigidas sem planejamento.
Há muito corporativismo da classe médica contra o Mais Médicos, isto é fato.
Fiar-se em comentários e críticas de quem abandonou Cuba é o mesmo que fiar-se nos opositores do atual governo.
Sobre a medicina em Cuba, não é uma falácia!
Eu sei, eu vi!
Ana Maria
25 de setembro de 2014
Que bom que o senhor confia tanto assim. Já o Fidel, aquele que dizia para o povo que não era comunista e se veste com Adidas, relogio Rolex, cuja filha mora nos EUA e dá apoio aos exilados de seu país, esse Fidel se trata com médico espanhol, na Espanha mesmo. Quem foi tratar com a medicina cubana foi o Chaves, mas parece que ele não teve tanta sorte. Mas o senhor vai ter a oportunidade de experimentar o tratamento medicinal cubano, já que existem centenas de jovens do MST, que foram selecionados e estão cursando medicina lá em Cuba, terminando o curso já, e virão exercer a profissão aqui. O senhor logo encontrará um deles em hospitais brasileiros. Boa sorte!
Antonio
25 de setembro de 2014
Ana Maria, me perdoe, mas não tenho como não classificá-la como uma “coxinha”.
Vc não deve conhecer Cuba nem a Venezuela para escrever as bobagens que escreveu.
Se a filha do Fidel quer ser “cucaracha” em Miami, o problema é dela e não se deve denegrir o governo ou o governante pelo que faz a filha faz, sabe lá por quais motivos e ou por qual quantia.
Sobre o médico espanhol, é uma deslavada mentira, há pouco tempo teve câncer, se tratou em Cuba, com médicos cubanos em hospitais cubanos e está bem, considerando a idade que tem.
Se se de fato foram convidados e levados para estudar medicina em Cuba e forem bem formados, serão, não terei nenhum problema em ser atendido por algum deles.
Chávez foi a Cuba se tratar sim, mas seu tipo de câncer era irreversível. Infelizmente morreu cedo demais.
Quanto aos médicos cubanos, vá a qualquer cidade que tenha um e avalie “in loco” seu trabalho e a opinião dos pacientes destes médicos.
Pare de repetir o que sai na Veja, no Estadão no Globo e etc.
Ana Maria
25 de setembro de 2014
Pedir que o senhor tenha respeito com as opinioes e os fatos apresentados seria pedir demais, o senhor não tem educação, seu Antonio. Então perdi um pouco de meu precioso tempo para que o senhor receba mais informações e quem sabe se torne um pouco mais humilde. Avisa esses jornais abaixo, do Brasil da Espanha e da Russia, seu Antonio, que o Fidel não é tratado por médico espanhol, depois de um erro médico em Havana em 2006. Quem é que está desinformado mesmo? Os jornais abaixo claro, o senhor sabe tudo. E não me responda, pois contra fatos não há argumentos. Encerro minha conversa por aqui.
– http://www.sabado.pt/Multimedia/FOTOS/Mundo/Fotogaleria-(117).aspx
– http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u103143.shtml
– http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2006/12/061226_fidelpu.shtml
– http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,AA1400264-5602,00-FIDEL+CASTRO+NAO+TEM+CANCER+AFIRMA+MEDICO+ESPANHOL.html
– http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2006/12/26/ult1808u82441.jhtm
– http://www.sabado.pt/Multimedia/FOTOS/Mundo/Fotogaleria-(117).aspx
– http://bbb.globo.com/BBB7/Internas/0,,AA1422655-7530,00.html
– http://www.periodistadigital.com/inmigrantes/negocios/2011/07/10/garcia-sabrido-gregorio-maranon-medico-espanol-tumor-cura-cancer-mantiene-vivos-fidel-castro-hugo-chavez.shtml
– http://port.pravda.ru/news/mundo/25-12-2006/14586-cuba-0/
– http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2006/12/26/ult34u171079.jhtm
– http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,AA1400264-5602,00-FIDEL+CASTRO+NAO+TEM+CANCER+AFIRMA+MEDICO+ESPANHOL.html
– http://www.ihu.unisinos.br/noticias/noticias-anteriores/3502-recuperacao-indica-que-fidel-foi-vitima-de-erro-medico
– http://pablohenrique.wordpress.com/2007/01/08/fidel-vitima-de-erro-medico-e-o-exemplo-da-saude-cubana/
– http://news.bbc.co.uk/hi/russian/international/newsid_6211000/6211075.stm
–
Antonio
25 de setembro de 2014
Já que retornou, o termo coxinha que usei não foi para ofendê-la mas é a classificação usada hoje para quem tem a visão ou a compreensão a partir de uma única ótica.
Todos os links que citou, talvez, exceto a BBC são de periódicos ou de agencias sabidamente opositoras do governo de Cuba e dos governos de alguns países latino-americanos, o nosso inclusive.
A informação de que Fidel não tem ou teve câncer é dada por um médico e não confirmada pela assessoria de Fidel ou pelo governo cubano.
Logo a informação não pode ser considerada crível. Talvez a verdade nunca seja dita.
Usar este fato para desqualificar a medicina cubana não é correto.
Pelo visto, a senhora é frontalmente contra o Mais Médicos, este é o ponto.
Quanto ao projeto de lei cujo link aparecia em seu post anterior, é de mais de dez anos atrás e foi apresentado ainda no tempo do FHC para impedir a abertura de novos cursos e aumento de vagas porque já vinha de algum tempo a mazela dos cursos de medicina.
O projeto não foi apresentado porque havia excesso de médicos e sim porque os médicos estavam sendo mal formados.
Há de convir que exceto por algumas escolas de medicina sabidamente de excelência, a maioria das escolas de medicina no Brasil forma médicos que recebem seu diploma sem terem feito residência.
Fazem uma especialidade sem terem passado pela formação básica, a de clínico geral.
Hoje há muitos médicos especialistas em ler resultados de tomografia, de ultra-sonografia, efeito doppler. Nenhum destes médicos tem capacidade para atender um ser humano.
São leitores e interpretadores de dados, mas a medicina existia antes destes aparelhos.
E pode ser bem praticada sem eles se o medico tiver uma boa formação, e os cubanos tem.
E a tem exatamente porque o boicote os obrigou a aprimorar o ensino porque o país, ainda que tivesse moeda, não podia comprar equipamentos porque são todos americanos ou fabricados sob licença.
Foi seguindo este caminho que a mortalidade infantil em Cuba atingiu porcentagens menores do que na Europa ou nos EUA.
Os médicos cubanos que tanto critica, estavam aqui ao tempo de FHC que havia iniciado um programa de médicos de família.
O programa foi abandonado pela enorme pressão feita pelos CRM’s e os médicos foram convidados a se retirarem.
O programa havia sido montado pelo ministério da saúde nos moldes do modelo cubano e muitos funcionários e consultores do ministério foram enviados a Cuba para aprender sobre o programa.
Quando começou a circular a notícia que os médicos que estavam aqui voltariam a Cuba, o presidente Chávez chamou-os todos e implantou na Venezuela o mesmo programa que provocou uma revolução no atendimento médico.
Os governos Lula e Dilma apenas retomaram deram continuidade ao programa.
Nesta primeira fase com o Mais Médicos a assistência básica a segunda fase serão os especialistas, mas isso exige clínicas e aparelhamento e isto não pode ser feito do dia para a noite. Tenha paciência que chegaremos lá!
No Brasil, quer a Sra. admita ou não a medicina está excessivamente mercantilizada e pratica um corporativismo levado a extremos, acredito que seja até mais extremado do que o corporativismo da OAB.
Os médicos estrangeiros foram convidados depois que as inscrições abertas, inicialmente para brasileiros, não tiveram resposta por parte dos médicos brasileiros.
Então foram abertas inscrições para médicos estrangeiros, vieram muitos argentinos, uruguaios, portugueses e com Cuba, o governo negociou o envio dos médicos porque em Cuba, os médicos são contratados do governo cubano que vende serviços médicos, inclusive para alguns países da Europa, caso desconheça o fato.
Os que vem para cá, recebem um salário aqui, moradia e algumas outras facilidades e tem seu salário pago em Cuba pelo governo.
As associações médicas e de médicos foram formalmente contra, fizeram e fazem toda a pressão possível ajudados pela imprensa, cujos links citou.
Essa nossa imprensa canalha pouco se importa com a saúde, interessa a ela ter mais um aríete para fustigar o governo.
Algumas pessoas que tem informações limitadas, talvez seja seu caso, erram em seu julgamento.
Infelizmente, exceto por alguns abnegados e eles existem, a maioria dos médicos brasileiros não querem ir para os rincões longínquos. Querem atender nas capitais ou nas cidades médias e grandes porque foram formados como seres mercantis e a maioria deles o é.
São useiros e vezeiros em prestar concurso público para colocar na placa do seu consultório Médico do Hospital Tal e mesmo assim não cumprem seu plantão.
São inúmeros casos.
Um caso ocorrido algum tempo atrás, médicos que atuavam no SAMU de uma cidade próxima a São Paulo foram pegos em flagrante usando dedos de silicone para marcar o ponto. Um deles marcava o ponto e o restante nem aparecia, fizeram entre eles uma escala semanal, um rodízio. Qual foi a desculpa? Ah! o chefe nos obrigava a fazer.
Tenha dó, pessoas com nível universitário, falta-lhes caráter e dignidade para com a profissão que escolheram. O resto é balela!
Não estou generalizando, como colocou há crápulas em todas as profissões.
O estado de São Paulo foi o estado que recebeu mais profissionais do programa.
Veja, estou me referindo ao estado mais rico da federação em que muitas cidades não contavam com um médico em seu posto de saúde ou pequeno hospital.
E eu conheço o caso de uma prefeitura de uma pequena cidade paulista que deixou de pagar R$ 50 mil mensais porque era, na prática, chantageada pelos médicos da região que aceitariam o cargo na Sta. Casa a esse preço e não se dispunham a morar no município. Como classifica atitudes como essa e o pior, não é isolada.
Com o Mais Médicos a situação mudou, agora tem um médico contratado por R$ 15 mil que aceitou residir na cidade e quando não está de plantão na Sta. Casa, atende particulares em seu consultório e todos estão felizes, o erário também.
Quanto aos médicos cubanos, se não confia na formação deles ou tem dificuldades com a língua, não os procure.
Procure um médico de sua confiança para se sentir confortável.
Ana Maria
25 de setembro de 2014
Não estou aqui para te contradizer, só queria acrescentar fatos e dados para que possamos ter uma visão bem justa e verdadeira acerca desse programa “Mais médicos” Eu me interessei pelo assunto e pesquisei muito, logo quando soube da vinda dos cubanos, porque tenho um filho que tem uma doença rara, e então a minha preocupação é redobrada. Agora veja o que encontrei, por exemplo, este link da Câmara dos deputados de 2003, inicio do governo Lula. Arllindo Chinaglia é o representante do PT, na câmara: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=104485 ”Proíbe a criação de novos cursos médicos e a ampliação de vagas nos cursos existentes, nos próximos dez anos e dá outras providências.” Agora veja este outro link de 2007, também página oficial da Câmara: http://www.oab.org.br/noticia/12164/camara-aprova-projeto-que-proibe-novos-cursos-de-medicina ”Câmara aprova projeto que proíbe novos cursos de Medicina”. Então, quando um governo que trabalha desde o seu primeiro ano no sentido de não expandir o ensino para criar profissionais da saúde, depois vem com essa conversa de que precisa trazer médico de fora, sem avaliação, há algo de errado nisso, concorda? Não bate. Se o Brasil precisava de médicos porque o governo do PTdisse isto neste link: http://adrenaline.uol.com.br/forum/papo-cabeca/496689-2003-pt-diz-que-brasil-tem-medicos-demais.html – Veja, isso está documentado na Câmara. Como mãe de um deficiente, eu chamo essa irresponsabilidade desse governo de brincadeira maquiavélica. Quanto ao seu Antonio é impossível ter uma conversa adulta e civilizada com ele. Mas a voce eu procuro esclarecer, e também mostrar que não falo tanta bobagem assim. O que há, há 12 anos, é muita desinformação, e muita informação falsa massacrada na mídia, para que se torne verdadeira na mente da população em geral. O Brasil tem médicos de referencia mundial, é bem servido de grandes estudiosos, e tem também a escória, como em todas as profissões. Mas o maior mal, quem faz a este país, é a política do governo, especialmente nesse caso dos médicos, concorda? Incompetência? Descaso? Ou plano do Foro de S. Paulo? Esse assunto é muito grave e de importancia da segurança nacional. Voce está indo com o fubá, o governo vai voltar com o bolo pronto, pois existem muito mais elementos em causa nesse assunto dos médicos cubanos no “Mais Médicos”. Fica a dica. Quanto ao seu Antonio, digo que a bobagem, a desinformação, o ridículo, desta vez, está no governo do PT, não em mim. Repito: são links da Camara dos Deputados, não de qualquer outra midia. Boa noite! Encerro este assunto por aqui.
Ana Maria
25 de setembro de 2014
A minha resposta acima, que contem links da Câmara dos deputados, é para o Sr. Amstalden.
Antonio
25 de setembro de 2014
De minha parte está encerrado. Obrigado.
Mariana
24 de setembro de 2014
Olha Luis, aqui no sertão tenho histórias de arrepiar. Morte do pai de uma aluna (19 aninhos!) diabético, diagnosticado com stress; uma de nossas assentadas quase morreu porque ficou enfartda por semanas, mas, com o eletro na mão, o safado diagnosticou depressão, e receitou antidepressivos…. to ai em pira semana que vem, de repente nos reunimos?
Marisa
25 de setembro de 2014
Parabéns pelo artigo, parabéns pela opinião, morei no sul do Piauí e posso assegurar que o programa “Mais Médicos” é, sim, muito mais benefício do que qualquer crítico queira argumentar…