Dias atrás eu escrevi que se Lula aceitasse um cargo de ministro, seria uma manipulação para atrapalhar a justiça. Na postagem eu dizia que acreditava que Lula não merecia o pedido de prisão preventiva feito pelos promotores de São Paulo, que já ficaram conhecidos como os “três patetas” pelas redes sociais.
E agora, a meu ver, a manipulação se consolidou. Lula aceitou um cargo de ministro.
Pior, aceitou por menino de recados, sem assinar.
O PT deve temer que Sérgio Moro peça sua prisão, já que a juíza paulista encarregada de julgar o pedido de prisão feito pelos promotores, se esquivou e remeteu o mesmo para Moro.
O temor, então, é que Moro pedisse a prisão desta vez, daí a manobra.
Pois bem…
A questão, no entanto, me parece mais simples.
Ainda que Lula esteja sendo investigado com mais rigor do que outros, coisa da qual não duvido, está claro que ele deve.
Se não devesse, não precisaria de foro privilegiado.
Dilma nega, claro. Os membros do partido negam, claro, assim como militantes.
Mas é lógico que se trata de uma manobra de quem deve.
Se Lula não estivesse em débito ou mesmo se suas dívidas fossem pequenas, teria sido muito melhor não aceitar o cargo, submeter-se à justiça e provar sua inocência.
Isso teria feito dele um líder forte que enfrenta a perseguição de frente, como acreditamos, no passado, que ele enfrentou a ditadura.
Aliás, mesmo devendo, penso que ele não deveria ter aceito. Deveria ter enfrentado como cidadão.
Mas, por uma manobra estúpida e cínica, Dilma o convidou e ele aceitou.
Cínica porque se pretende que acreditemos que ele vem para ajudar a debelar a crise, como Dilma disse à tarde. Meu Deus, é muita cara de pau dizer isso em público, principalmente depois das manifestações de domingo.
Estúpida porque, a menos que eu esteja muito enganado, o efeito tenderá a ser o contrário. Os aliados com medo das reações populares vão debandar. Mais delações serão aceitas e Dilma assinou um atestado de fraqueza.
Agora, nesse momento, acontecem manifestações em Brasília, São Paulo e outras capitais. Ouço panelas batendo na minha cidade, assim como buzinas. São poucas. Mas são mais espontâneas do que as de domingo passado. E creio que elas venham a crescer.
Não sei o que se passa na cabeça de Dilma, Lula e do PT, mas eles jogaram gasolina na fogueira.
Se, como querem muitos ignorantes e autoritários tivermos um golpe de Estado ou um golpe militar nos próximos dias, eu acusarei o PT de ser um dos grandes responsáveis por isso.
Luis Fernando Amstalden
Ana Maria
16 de março de 2016
Agora entendi porque meus filhos e sobrinhos te seguem. Ganhou mais uma fã, professor! Falou tudo em poucas linhas. Eu também sinto uma certa tristeza, nostalgia, hoje, apesar da adrenalina que essas revelações me trazem. Concordo ipsis litteris com sua análise! Parabéns! E obrigada!
Diego Cruz
16 de março de 2016
“teria sido muito melhor não aceitar o cargo, submeter-se à justiça”. Desculpe professor, mas mesmo como ministro, ele ainda será submetido à Justiça. Agora, por um colegiado, não apenas por um juiz. Agora, com possibilidade reduzida de recursos, caso seja condenado. Essa questão é interessante e tem sido pouco colocada nos meios de comunicações tradicionais. Assim como em seu texto, eles tendem a passar a ideia de que essa manobra tornou Lula inimputável. Uma inverdade.
blogdoamstalden
17 de março de 2016
Daisy, desculpe, mas acho que minha afirmação procede. A nomeação foi um erro impressionante que só incentivou os que querem o fim do governo do PT, sejam aqueles bem intencionados ou sejam aqueles com segundas intenções.
Anônimo
17 de março de 2016
Penso que Lula não precisaria aceitar o Ministério, mesmo sabedor de que seria julgado (aliás a condenação já está precedendo o julgamento) por um juiz declaradamente destacado para isso, para encarcerar o ‘nine’ (como o próprio juiz se refere ao Lula), partidário, parcial, não isento… Mas, por que não aceitar o Ministério? A ética e a moral no nosso país está beirando a uma partida de futebol, acirrada e sedenta por derrotas, porém a INVESTIGAÇÃO, JULGAMENTO e/ou CONDENAÇÃO não serão cessadas e, ainda, não caberá infindáveis ‘recursos’. Daí a responsabilizar o PT por um golpe, seria isentar inúmeros fatores golpistas, inclusive uma mídia que se fundou na ditadura militar, é extremamente partidária, sonegadora e quer inflamar o país. O momento é de luta e não de jogar a toalha…ou nos ajoelhamos diante da máxima “Manda quem pode e obedece quem tem juízo”…!?
Daisy Costa
17 de março de 2016
saiu como anônimo… não sei pq – mas fui eu q escrevi “Penso que Lula não deveria…” (Daisy Costa)
Antonio
22 de março de 2016
Desta vou pedir que entre no site do Instituto do Lula e acesse as gravações que foram manipuladas e editadas pela Globo antes de serem levadas ao ar. No site é possível ter acesso ao teor completo delas todas.
A conversa com o governador do Piauí, põe por terra sua colocação neste post.
Não defendo a corrupção, penso e acredito que seja, talvez, o maior mal deste país. Corrupção que subsiste pela falta de cultura e ambição de um povo miserável e quanto mais rico mais miserável.
A política dos três últimos governos e deste é um país para os cidadãos. A política de quem quer o poder é Um país para os rentistas.
Acabo de chegar do México onde fui à trabalho, lá, andando pelas ruas vemos um Brasil pré Lula e nestes dias pude ver o Brasil pós Dilma.
Um juiz deve ser o guardião e seguir estritamente as leis. Não é o que o juiz de Curitiba e seus cúmplices fazem.
Aplicaram a lei: Os fins justificam os meios!
E volto a perguntar, a quem servem?
De uma coisa tenho certeza, não é ao país ou ao combate à corrupção!
Desde que aquele alforriado comandou o julgamento do que chamam mensalão em que pude assistir algumas sessões e em uma delas, um dos ministros ao proferir sua sentença disse: – Estamos em um julgamento técnico em que a culpa ou inocência deve ser baseada em provas. Não excluo que José Dirceu (por quem não morro de amores) pela sua posição tenha sido o mentor disto tudo, mas não há provas, uma única prova que confirme sua culpa. Ele foi condenado!
Se um ministro da mais alta corte do país profere estas palavras aos seus pares que mesmo assim o condenam, está instituído o estado de exceção.
Naquele dia, naquela hora, terminou o estado de direito no Brasil, o resto é conversa de botequim que não leva a nada.
Se Lula for culpado e talvez seja, ele como tantos outros, que sejam punidos.
Mas, que a punição seja feita a partir do estrito cumprimento das leis e não como está sendo feito.
O que tem um estádio de futebol com a operação Lava Jato?
Será que o juiz que passou a ser arroz de festa da Globo age em busca da justiça ou quer punir dirigentes que não assinaram contratos com ela e permitem faixas ostensivas contra ela?
O mal que esse juiz, os procuradores e os delegados que não se definem entre serem bandidos ou mocinhos estão fazendo ao país é imensurável!
Que podemos esperar de uma Polícia Federal cujo diretor posa em fotografias com um dono de helicóptero apreendido com 500 kg de cocaína pura, cujo inquérito foi arquivado?
Por que centrar fogo, por mais culpa que tenha, em um homem que resgatou nosso orgulho de ser brasileiro e escrevo isto por ter ido à Europa várias vezes à trabalho e ter vivido e conversado com pessoas que não imaginavam que o Brasil pudesse ser o que parecia que seria, caso essa política continuasse.
O que se passa aqui, o que estamos passando é semelhante ao que se passa na Venezuela, para onde também costumo ir.
Um país dominado pelos habitantes de Miraflores que costumam fazer supermercado em Miami. País que tem uma mídia mais canalha que a nossa e que conseguiu dividir o povo daquele país. E se quiser saber mais um pouco, procure no YouTube o vídeo em que a chanceler Rodriguéz dá uma “sapatada” que fez o Macri perder o rumo de casa.
Que se punam os culpados! Todos!
Mas, que as leis sejam seguidas para nos diferenciarmos das turbas da Idade Média que tinha prazer em pedir a queima das “bruxas” em praça pública.
Temo muito pelo futuro deste país que eu, pela minha idade, talvez não chegue a ver porque não se constrói uma nação em dias, é um trabalho de gerações.
Esses mentecaptos dirigidos por uma das imprensas mais canalhas do mundo não se dão conta disso! Acreditam serem protagonistas, não passam de figurantes de segunda classe.
Se o golpe se consumar e eu acredito que será, no dia em que a presidente sair do palácio sem o seu mandato legítimo conseguido nas urnas será o dia da proclamação da:
República Federativa Bananeira do Brasil, país em que o regime vigente será a Canalhocracia. Regime sustentado pela covardia dos juízes das cortes supremas.
Peço encarecidamente para procurar o teor completo das conversas e, se puder, procure uma excelente entrevista dada pelo deputado Wadhi Domous sobre os inquéritos contra o Lula.
Se tivessem provas já o teriam prendido e se ele fez de tal forma que não ficam provas, então que se mudem as leis ao invés de passar por cima delas.