
SP – ALCKMIN/TEMER – POLÍTICA – O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB)(e), recebe o vice-presidente da República, Michel Temer(PMDB), no Palácio dos Bandeirantes, na zona sul da capital paulista, nesta quinta-feira (06). 06/01/2011 – Foto: NELSON ANTOINE/FOTO ARENA/AE
Quando Dilma Rousseff sofreu o Impeachment, em um curto espaço de tempo, os motivos alegados foram as “pedaladas fiscais”, artifício usado antes por Lula e FHC, sem falar nos governos dos Estados. Embora sua impopularidade, talvez inclusive para quem me lê agora, o fato é que ela não havia sido indiciada em nenhum crime de corrupção ou caixa dois na época. Michel Temer, ao contrário, foi flagrado em escuta, seu intermediário filmado recebendo propina e ainda incorre no crime de obstrução à justiça. Nem Fernando Collor, odiado, tinha tantas evidências contra ele na época do Fora Collor. Temer tem, e ainda está lá.
O impeachment de Dilma foi articulado pelo PMDB, PSDB e outros partidos aliados, com a ajuda de grandes grupos econômicos a quem interessam reformas, principalmente a trabalhista que vai diminuir seus custos de mão de obra (e a renda e os direitos dos trabalhadores). Claro, a propaganda é a de que tal reforma, em particular, traria mais empregos. Eu duvido um. Duvido porque a nossa atividade econômica está parada na produção agropecuária. Esta, por sua vez, substitui mão de obra em grande velocidade. A indústria faz o mesmo e, ainda que haja algum aumento de emprego, eu duvido que isso se traduza em grande recuperação econômica, porque com baixos salários temos baixo consumo. Mas, voltemos ao ponto.
PMDB, PSDB, outros partidos e empresários “surfaram” nas notícias de corrupção na Petrobrás. Usaram a indignação popular para criar o clima para o impeachment, com uma ajudinha de movimentos como o MBL e da FIESP, que pagou os patos na Av. Paulista. A indignação popular foi catalisada com o discurso de ética e retidão dos que assumiram o governo. Deu tudo certo até há pouco. Dilma caiu, Temer assumiu e o PSDB junto. As reformas começaram a ser analisadas e votadas. Mas… mas Temer agora foi flagrado. E pior, junto com ele, Aécio Neves, em gravações piores do que todas apresentadas contra Dilma e Lula.
Se as instituições como MBL e FIESP, bem como o PSDB e outros realmente quiserem o fim da corrupção e a ética na política, Temer já deveria ter caído. Aécio deveria ter sido expulso e preso, bem como Temer. Mas não, nada aconteceu. Alckmin recebeu Temer em São Paulo, os ministros do PSDB acabaram de dizer ao presidente que o partido não sairá do governo. Pior, a comissão de ética que deverá ser analisar casos como o de Aécio, conta com indiciados nas investigações, como Romero Jucá. Tudo é mais escandaloso, ofensivo e um verdadeiro escarro no rosto da população do que antes. Mas o fato é que quem articulou a saída de Dilma tem um sério problema. Quem assume agora?
É por isso que Temer não caiu. Se Aécio ainda fosse o queridinho de metade dos eleitores, Temer estaria fora e Aécio seria provavelmente o candidato. Mas não é. E o PSDB não se entende internamente sobre quem será o candidato e não se entende com o PMDB, muito menos com os demais partidos. A oposição é fraca e muito dela pensa na reeleição de Lula, o que apavora muitos. Marina não tem força e a bancada oposicionista não tem ninguém, nem simbólico a apresentar em uma eleição indireta.
Os empresários temem que o novo escolhido pelo Congresso seja incapaz de retomar as reformas. O PSDB teme perder espaço no governo que ajudou a criar. O PMDB teme tudo, inclusive a prisão de muitos de seus quadros. E então, tudo fica parado. E ficará até que os caciques políticos e econômicos decidam por um nome. Um nome de consenso deles, que possa ser apresentado à população e devidamente incensado pela mídia como a melhor opção.
E nós? Bem, nós assistimos. Não existimos.
Mas, o que mais me incomoda é que todo o processo de criação do governo Temer, se deu pelo discurso da moralidade. E agora, fica claro que a moralidade é relativa. Depende de quem está sendo investigado, e não porque está sendo investigado ou julgado. A moralidade depende de quem está disputando o poder e não do fato de ser um valor e uma necessidade em si. Sendo direto e informal, a moralidade e a ética que se danem, o que importa, a eles é o poder.
Da mesma maneira em que acusei antes o PT de ser responsável pela crise que levou a queda de Dilma, já que eles nunca deveriam ter feito as alianças que fizeram e, com certeza, devem ter se beneficiado de esquemas de corrupção, de caixa dois, agora eu acuso o PSDB de manter a crise. Acuso de ser farisaico, hipócrita e comprometido só com seu próprio poder, não com o país e, muito menos, como o povo. Eles estão escarrando, repito, no povo.
Em todos nós…
Anônimo
5 de junho de 2017
este é o país da infâmia… As pedaladas das quais acusaram Dilma, foram ‘legalizadas’ numa canetada dois dias após ela ter sido derrubada… O povo, ainda, faz vista grossa ao aúdio de Jucá e Sergio Machado, onde explicitam o passo-a-passo do golpe… e muitos ainda afirmam ‘que não foi golpe’… é muita concentração de analfabetismo político e má fé por metro quadrado.
Maricell
5 de junho de 2017
E muita água suja, certamente, irá rolar ainda. Por quanto tempo é que não sabemos, como também não sabemos se teremos um futuro de águas límpidas.
blogdoamstalden
8 de junho de 2017
Você não vai ser censurado. Vai se excluído porque não tenho que ouvir desaforo de quem não é capaz de entender o que argumento. Sua única desculpa é o fato de que não tendo facebook não viu as discussões que tive lá. Sugiro que leia um dicionário de ciência política e que aprenda a ser menos bipolar no seu raciocínio. Quanto a me encontrar, você me ofendeu e eu disse que, se sua forma de falar era por bronca pessoal, eu estou às ordens para resolver. Mas você não concorda e não acha que posso ficar ofendido com suas palavras. Fico sim. Eu já paguei preços altos por desafiar o PSDB e pago ainda. Já arrisquei literalmente a minha vida defendendo causas justas, sofrendo três ameaças. de morte. Nem você e nem ninguém tem direito de falar comigo nesse tom irônico e agressivo. Você não merece o meu respeito. E eu não o desafiei para um duelo, eu disse que vc. pode vir resolver sua bronca pessoal ao vivo. Não vou mandar um mail marcando um duelo, garoto. E tampouco tenho medo de você. Você pode me achar. Venha, se quiser.
Antonio Valdir Vieira Silva Filho
18 de outubro de 2017
Neste processo de análise e de entender como o Brasil enfrenta politicamente e socialmente seus problemas, via a todos esses administradores e governantes reacionários, consigo ver como a trama de evitar com que pensemos e evitemos a busca pelo conhecimento é grande! Desde já, sabendo tão pouco e tentando me aprofundar, o que mais me apavora é a alienacão que o povo brasileiro vive, muitas vezes pela falta de conhecimento e habilidade cognitiva, e muitas das vezes do não querer realmente enxergar.
É triste e sofrido quebrar essas barreiras que estão sendo construídas para nos fazer andar como marionetes, poucos vem que a mudanca na educacao é somente para nos fazermos técnicos especialistas em mao de obra, removendo todo o nosso pensar e reflexao (Filosofia, artes e educacao fisica fora dos curriculos escolares). Tampouco as novas leis trabalhistas resolverão o grande problema que o Brasil sofre com mais de 13 Milhões de desempregados. O Brasil sofre, assim como sua populacao, de uma ansiedade generalizada que o impede de pensar em uma resolucao concreta, mas sempre tampando o sol com a peneira, tudo temporariamente.
Já com o MBL, eu poderia dizer que ele atua como uma ”singela” empresa, a qual não pode oferecer somente ”amaciante” pois outros clientes precisam de ”desinfetante”, sua ideia de Estado Minimo sofre ofuscacao pela maioria da populacao brasileira, fazendo esse jogo de moralidade politica, querendo se auto divulgar e trazer os holofotes para si. Mexendo com a massa conservadora, a qual o apoia muito, por ser tão visual e por usufruir das redes sociais como estratégia. O que já sofriamos e estimulado ainda mais, essa guerra de conservadores versus liberais, do bem contra o mal, extinguindo qualquer tipo de pensamento e diálogo (novamente).
Assim, eu retomo a facilidade com que o Brasileiro tem de propagar ódio, de levantar seus canhões, de agir por impulso e por si próprio, sem ver o mundo a sua volta, sem ver as pessoas, sem refletir nas consequências e no bem que se gerado pra todos, gera pra si mesmo. Cultura, politica, economia, temos muitas coisas a resolver, e uma esperanca que não tem fim, pois ela é a única que nos faz continuar tentando e quebrando vários tabus e paradigmas. Portanto, admiro seu profissional e a pessoa que você é Professor Amstalden, respondendo a sua pergunta sobre os alunos de hoje em dia: existem ainda os que tem cede por conhecimento e querem realmente aprender, eles existem.