
Fonte da imagem: http://hpeg.org.br/2017/12/26/paciente-tetraplegica-volta-a-ler-sozinha-com-suporte-criado-no-hospital-galileu/
É, você está em isolamento social… Por Luis Fernando Amstalden
E está difícil, eu sei.
Está difícil não poder sair de casa, não encontrar familiares, amigos. Não poder ir a bares, restaurantes, praia, shopping, hotéis. Não poder nem mesmo só caminhar livremente, sem medo.
Está difícil o tédio doméstico e a falta do que fazer. A sensação de tempo e vida perdidos.
Eu sei de tudo isso.
Mas, sabe…
Muito antes desta quarentena haviam os que já estavam nesta situação e que, muito após o final dela, continuarão da mesma forma.
Aqueles que não podem sair porque não podem se locomover e dependem de outros e de locais apropriados para isso.
Aqueles que não pisarão na praia porque não podem pisar ou não verão o mar porque não enxergam.
Existem também as pessoas que nunca saem de um pequeno espaço porque não tem dinheiro para ir a lugar algum e nem mesmo tem uma casa para se entediarem nela.
E ainda os solitários e solitárias, que por muitos motivos, não tem vida social alguma. Não tem família e nem alguém para abraçar e serem abraçados.
Às vezes, tais solitários acumulam tudo isso: deficiências, pobreza, falta de afeto.
Todos estão em quarentena há muito tempo. Todos estes continuarão em quarentena quando você finalmente puder sair.
Talvez você nunca tenha pensado neles. E, para ser franco, até anos atrás eu também acho que não teria pensado. Mas, agora, eu penso porque entendo melhor algumas coisas.
Ah, não, não estou dizendo isso para que você se refugie no antigo pensamento de que “tem gente em situação pior do que você”.
Estou dizendo isso, porque muitas destas pessoas, principalmente aquelas que nunca sairão da “quarentena”, encontram formas de serem produtivas, de explorarem seus parcos recursos, de serem felizes com os pequenos prazeres que podem gozar e que, na verdade, talvez sejam os maiores prazeres porque são quotidianos e não dependem de grandes eventos ou energias.
Não estou dizendo isso para que você sinta pena delas e se julgue um privilegiado. Mas para que você não deixe de experimentar, assim como eles, as pequenas alegrias que surgem das limitações, inclusive de espaço e de outras pessoas. Para que você perceba que a experiência da vida humana, embora cheia de dores e percalços, é sempre mais rica do que o “não existir, não ser” .
Não… não é fácil… Nem para você e nem para eles. Mas acontece e acredite, eu conheci muitas pessoas que conseguiram. Claro, elas prefeririam ter mais, mas vivem frutificando aquilo que têm.
Portanto, não é sobre eles e para eles que escrevo, mas para você que está em “quarentena”.
Porém, se em algum momento deste texto, você realmente sentiu o que significa ter a vida toda como ou com uma grande restrição, então talvez, e só talvez, ´possa pensar em algo a fazer por tanta gente que está em “quarentena”. E da qual, nunca sairão como você sairá.
Porque está difícil para você.
E será sempre difícil para eles.
Luis Fernando Amsalden. Quarentena da pandeias de 2020
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Eloísa de Mattos Höfling
24 de julho de 2020
Caríssimo Luiz, Mais um texto seu sensível, perspicaz, nos fazendo pensar… Valeu, grande abraço ! Obs: até tentei publicar este comentário ,mas naõ foi possível…faltou um URL que n
Martha Hirsch Aulete
12 de abril de 2021
Ao pensar é preciso expressar aquilo que as faculdades não falam. O “lado obscuro da lua”:
Eis aí a pura e profunda realidade sociológica e filosófica:
Com a “Copa das Copas®” do PT®, em vez de se construir hospitais, construiu-se prédios inúteis!
A Copa das Copas®, do PT© e de lula©. Sempre se utiliza de propaganda, narrativas e publicidades sofisticadas e bem feitas para enganar e praticar lavagem-cerebral nos meios de comunicação. Não se desenvolve a imaginação.
E hoje precisamos muito mais de eventos sérios e artísticos. De um Brasil que se perdeu nessa década de 2010 pra cá. Um mau gosto enorme dos políticos que vieram durante esse período. Sempre com um mau gosto imenso. E o país sem escola para novas gerações. Tudo foi por água abaixo — naturalmente.
Excelentes escolas precisamos! Educação de 1ª.
Não precisamos de políticos tricksters. Precisamos de educação de qualidade no Brasil. Sobretudo das crianças pequenas.
O que é trickster? “Trickster” é, na mitologia, e no estudo do folclore e religião, um deus, deusa, espírito, homem, mulher, ou animal antropomórfico que prega peças sem se perceber.
É uma espécie de Malandro®. Um personagem que usa de astúcia, em vez de força ou autoridade, para realizar seus objetivos (escusos).
Aí fiquei pensando nos personagens das historinhas que nos são contadas onde há dentro dessas historinhas essas sabedorias. Lembrei da raposa, com sua malandragem suave e dócil (fingida). E me lembrei do Lobo, de Chapeuzinho Vermelho.
Portanto, deve ser um vigarista, truculento, e picareta. Lembrei imediatamente do Molusco® apedeuta, dos Ministros Petistas sindicalistas e do PT® em geral. Trapaceiros.
O PT© é barango. O Kitsch político contemporâneo.
Precisamos sim de alta cultura. Não de cultura de massas. Indústria cultural.
O pessoal de nossas escolas precisa de Machado de Assis. Villa-Lobos. Drummond. Kafka. Graça Aranha, Aluísio de Azevedo, do Maranhão. Rachel de Queiroz.
As escolas EaD, à distância (atual, devido a pandemia) são péssimas.
Não se aprende bem. O que mais o Brasil precisa na real e atualmente é de alta literatura. Alta cultura. Mas escolas sobretudo.