O Sociólogo e a Ponte Social
Exercendo seu direito de opinião, importante sociólogo da cidade, questionou a importância da nova passarela sobre o rio Piracicaba, aquela que vai integrar a área gastronômica da Rua do Porto ao Engenho Central. Até aí tudo bem. No entanto ele vai mais além e questiona o pacote de obras da Prefeitura no valor de R$ 21,4 milhões, por destacar que as obras várias recebem a maior parte das verbas em detrimento ao social, em especial à Saúde e Educação. Ele bem sabe que nestas áreas os gastos são predominantemente de custeio e de pessoal. Por isso o orçamento da Saúde este ano é de R$ 242,6 milhões (30,9%) e o da Educação R$ 192,6 milhões (24,5%). Juntas estas duas secretarias absorvem 55,4% do orçamento da Prefeitura, numa das maiores participações dos municípios do Brasil. Com relação aos investimentos sociais de 2012, planejamos quase todos no ano passado, cujas obras continuam este ano, razão pela qual não temos muitas licitações. Neste ano, na Educação foram inauguradas três escolas de Ensino Fundamental e três de Educação Infantil e existem outras dez em execução, utilizando boa parte do Orçamento de 2012, mas licitadas no ano passado. Na Saúde estamos construindo 6 novas unidades e nesta semana inauguramos duas, além de utilizar R$ 25 milhões na construção do Hospital Público Regional, verba que, sozinha, é bem maior que todo pacote de obras citado. Conseguimos junto ao governo estadual mais R$ 20 milhões para equipá-lo, totalizando R$ 45 milhões neste ano. Os investimentos sociais, principalmente na saúde e educação são sentidos bem de perto pelo povo piracicabano que depende de políticas públicas cada vez melhores. Temos interesse nestes gastos sim, pois eles ajudam a recuperar o atraso nos investimentos sociais da prefeitura que, por muito tempo não atendiam a população adequadamente. Mas ainda há muito por fazer. É por isso que ficamos cada vez mais perto da população, a ponte social mais importante da nossa gestão.
Barjas Negri – Prefeito de Piracicaba
Publicada no Jornal de Piracicaba em 19 de Abril de 2012
Marcos Marcelo
25 de abril de 2012
Ao meu ver a questão que se impõe nesse debate não é meramente quantitativa, mas sim qualitativa. É necessário nesse ponto identificar se os investimentos efetuados estão alcançando seu objetivo. Não tenho dúvida com relação aos avanços da gestão pública piracicabana, porém o desafio é investir com qualidade. Busco não desqualificar investimentos aportados, mas ter clareza de sua efetividade, nesse ponto creio que podemos enquanto população dar maior atenção ao resultado dos investimentos do que aos valores efetivamente comprometidos. Tenho certeza que atitudes dessa natureza servirão de termômetro para a gestão municipal aferir a efetividade do gasto público.
blogdoamstalden
28 de abril de 2012
Concordo Marcos. E lembro inclusive o seguinte: num país em que se investe tão pouco no Social, estar acima e a frente da média não é tão bom. Temos que pensar que a média é feita com todos os municípios, e alguns não investem nada. Assim melhor encontrarmos outros parâmetros de análise. Abraço e obrigado por seu comentário.
Guilherme Caetano
12 de maio de 2012
Concordo, professor. Acho que notar a diferença sutil de duas palavrinhas específicas vale muito neste caso: eficiência e eficácia. Ser eficiente grande parte das pessoas consegue, é fazer certo as coisas. Trata-se mais de como fazer, não do que fazer. Ser eficaz, por outro lado, requer mais inteligência ao meu ver. Refere-se a fazer as coisas certas. A eficácia é o grau em que os resultados da ação correspondem às necessidades e aos desejos do que se quer atingir. Não adianta se armar de números e estatísticas e não analisar os dados qualitativos. O quão é necessário? Não adianta construir muitas escolas e os resultados da educação pública continuarem rasos.
André Gorga
25 de abril de 2012
Os valores apresentados pelo prefeito paracem não corresponderem às porcentagens citadas no texto do sociólogo (pelo menos fica difícil relacioná-los). Independentemente dos valores de qualquer um dos autores estarem corretos, também acho a necessidade da nova passarela questionável, principalmente por interferir na paisagem e por não haver fluxo intenso de pessoas no local que pareça justificar esse gasto. Parabéns, Luís, por disponibilizar também a resposta do prefeito, democratizando o espaço.
blogdoamstalden
28 de abril de 2012
Olá André. Obrigado pelo elogio. Sim, creio que o Prefeito tem direito a resposta assim como qualquer outro, afinal a democracia é isso, não? “Respondei livremente. Vossa resposta não nos ofenderá”.. Abração.
Edu Pedrasse
29 de abril de 2012
Notoriamente o artigo calou fundo na seara do nosso Prefeito.
Tanto que a resposta veio a jato.
Meu avô falava que quanto mais violenta e rápida de um interlocutor, provavelmente alguma parte da crítica deve ser verdade….
Bem indo para a resposta do prefeito – a qual reli várias vezes – considero a mesma pouco esclarecedora. Soa mais como um apresentação de números e tabelas e parece se desviar do assunto principal a qual propõe o Amstalden.
Em suma, foge do foco.
Interessante notar que, logo de início, senti um olor do livro “O Príncipe”, de Maquiavel, na qual uma das técnicas descritas pelo autor é desqualificar seu interlecutor para vencer um discussão…
No uso do título genérico “O Sociólogo…” , sinto um irônico desprezo, implícito, pela figura do Amstanden. O uso do sujeito indeterminado ( qual sociólogo?) de modo muito sutil já nos joga para o campo das histórias infantis, onde o “mau” é sempre posto no genérico: “Pedro e o Lobo”, etc…
Bem.
Nossa cidade ainda ensaia os primeiros passos na atuação da cidadania pela Web.
E esse espaço do Amstalden é um ótimo espaço para isso, em um munícipio nos quais os meios de comunicação escrita são praticamente monopolizados.
Escrevamos.