De acordo com os últimos posts do Prof. Luis sobre a FUMEP/EEP e os correntes debates na rede social, Facebook, pelo qual eu me expressei e agora tenho a oportunidade de escrever aqui o que sei.
Quanto ao que se refere à gestão participativa, eu posso contribuir com o seguinte:
Existe o Conselho Municipal de Educação (http://www.educacao.piracicaba.sp.gov.br/site/conselhos/conselho-municipal-de-educacao.html ou http://conselhos.piracicaba.sp.gov.br/cme/) que ‘funciona’ aqui em Piracicaba. Talvez, o primeiro passo é ver qual é a representatividade da FUMEP/EEP nesse conselho, uma vez que lá com certeza se discute a administração da educação municipal, assim como a aplicação das verbas. Portanto, “já existe” uma estrutura democrática na gestão da Educação aqui em Piracicaba, resta saber como funciona e qual é o peso de decisão desse conselho (opinativo, consultivo e/ou deliberativo) na política da educação em Piracicaba.
Infelizmente a criação desses conselhos municipais, muitas vezes, são conduzidos para arrecadação de verbas federais, em outras palavras, a existência desses conselhos são imprescindíveis para conseguir verbas. Portanto, nem sempre são criados com o intuito de democratizar e discutir a gestão do tema, nesse caso a educação.
Esses conselhos devem ter a participação da sociedade civil já que o tema pautado por estes é de cunho público.
Já ouvi dizer que a prefeitura não tem interesse em investir no ensino superior, mas sim no ensino básico. Logo, EEP continua do jeito que está por questões de prioridade política. No entanto, com uma iniciativa dos alunos, de ir buscar os direitos, essa história pode mudar, já que após os eventos na internet tivemos conhecimento da receita da EEP, e esta pode se sustentar sem auxilio da prefeitura.
Existe também a importância de conhecer, além do regimento interno, o estatuto da Fundação, uma vez que a direção da Escola muitas vezes se esconde atrás da legislação. Em outras palavras, a gestão que, geralmente, ocorre na EEP é preza a uma legislação pobre que não dá subsidio para os alunos pensarem em algo diferente, que não seja ‘ter aula’.
O estatuto é um documento que deveria estar disponível no site da Fundação, ser de livre e FÁCIL acesso. Assim como qualquer outra informação de caráter financeiro ou não.
Vale ressaltar que eu não estou criticando qualquer pessoa que está ou esteve na posição de diretor, muito pelo contrário, estou fazendo criticas construtivas para que essa estrutura burocrática e falha, da Fundação, seja trabalhada e melhorada, conforme as NOVAS necessidades dos alunos.
Pelo Regimento (clique aqui) se tem uma ideia básica da estrutura funcional da instituição (EEP), que aparentemente ‘deveria’ funcionar de maneira democrática, sempre com representação docente e discente. Outras informações, talvez mais importantes no momento, como organização financeira e qual é a realmente a relação entre FUMEP e Prefeitura atualmente, são encontradas, talvez, no estatuto.
Quando alguém pergunta sobre a faculdade que faço e eu respondo que é municipal, imediatamente vem outra pergunta “É paga?”. Costumo dizer que pegamos as dificuldades dos dois tipos de universidade, pública e privada. Em relação à primeira, temos a burocracia visível normalmente em qualquer instituição pública, e para a segunda temos que pagar mensalidades e taxas, como em universidades privadas.
Assim como a Universidade de São Paulo (USP) que é uma universidade pública, mantida pelo Estado de São Paulo e ligada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, a Escola de Engenharia de Piracicaba deveria ser utilizada para projetos e afins para o município de Piracicaba, como já foi falado pelo Professor (clique aqui).
Nunca tive acesso ao estatuto da instituição, mas acredito que a maioria dos problemas seja por ainda ter vinculo forte com a prefeitura, digo, pela instituição não ter autonomia total sobre sua administração. A FUMEP/EEP deveria ter uma organização parecida com autarquia, de administração própria. Acredito que a FUMEP deveria conquistar autonomia para que se desenvolva mais rapidamente. Se já funciona assim, alguma coisa está realmente muito errada.
Considerando que a faculdade continue sendo paga, poderia ser trabalhada a hipótese de transformar a instituição em autônoma, já que produz sua própria receita. O caminho, penso que seja primeiramente através de iniciativa popular (alunos e funcionários) e posteriormente dialogo com a prefeitura através do conselho municipal, que já existe e tem como função discutir a educação em Piracicaba.
Acho muito importante a colaboração de docentes, assim como o Sr. Luis Fernando, nessa busca por melhorias na EEP, afinal dá mais credibilidade para o debate interno (fundação) e externo (com a prefeitura).
Diego Camargo é aluno do décimo semestre de Engenharia Civil na EEP
Danilo S. Schmidt
10 de outubro de 2012
Diego, primeiramente, agradeço a participação.
Como você bem escreveu, “temos a burocracia visível normalmente em qualquer instituição pública, e para a segunda temos que pagar mensalidades e taxas, como em universidades privadas.”
Quanto à transparência de informações facilidade de acesso à documentação, posso pedir melhorias junto ao conselho de curadores.
Quanto ao estatuto da FUMEP, tem uma via impressa na biblioteca, contudo, aparentemente só o Guilherme Belíssimo, coordenador, que sabe aonde fica guardado, num armário trancado.
Sobre a FUMEP virar uma instituição autônoma, acho improvável.
Seria muito bom a participação de mais alunos, seja pelo meio que for, para que possamos começar a mudar esta realidade.
Aqueles que se interessarem, me procurem no Diretório Acadêmico (Ao lado do estacionamento de motos) ou através do telefone 9162 7883.
att.
Danilo Souza Schmidt
Representante Discente do Conselho de Curadores da FUMEP
2º Secretário do Diretório Acadêmico 1º de Março
Diego Camargo
10 de outubro de 2012
Oi Danilo,
Porque você acha improvável a transformação da FUMEP?
Falei sobre o estatuto porque sei da dificuldade de vê-lo, já que outrora tentei consulta-lo e tinham essas dificuldades.
Obrigado pelo convite Danilo! Assim que possível passarei no DA. trocar uma ideia com você.
Atenciosamente,
Diego Camargo
Danilo S. Schmidt
11 de outubro de 2012
Diego,
Acho improvável pelo simples motivo: Se deixar de ser pública, tornar-se-á privada. Tornando-se privada, entra em conta o quesito lucro. Hoje a faculdade possui uma gestão que visa “pagar as contas”, e não ter lucro. Tanto que, caso veja os relatórios orçamentários, receitas = despesas.
Além disso, a instituição encontra-se em terreno da prefeitura, de livre acesso para qualquer cidadão. Desvinculá-la da prefeitura incluiria, de alguma maneira, “comprar” o terreno, ou algo que o valha.
Sinceramente Diego, não entendo muito de jurisdição ou política e posso estar errado naquilo que afirmo acima, mas essa é minha visão.
Ainda assim, temos que cobrar por melhorias na nossa instituição. Existe muito a ser feito ainda.
Três semanas atrás, coloquei cerca de 10 cartazes espalhados pela FUMEP, informando aos alunos o nosso endereço de e-mail e telefone para contato, e PEDINDO para que nos comuniquem problemas na instituição, necessidades de reparos, idéias, reclamações, enfim, assuntos pertinentes à FUMEP para que pudéssemos levar estes pedidos à frente e assim melhorar a faculdade.
Adivinha quantos nos contataram nestas 3 semanas?
Exatamente, ninguém.
E assim seguem reclamando sem nada fazer.
Na segunda feira, 22:30, teremos nossa reunião ordinária. Por favor, compareça!
E se puder, leve contigo mais alunos interessados em ajudar.
Obrigado!
Att.
Danilo
Diego Camargo
15 de outubro de 2012
Não falei que a FUMEP viraria uma instituição particular, mas sim uma autarquia. Existem órgãos públicos que gozam de administração própria, tendo apenas que prestar contas ao estado. Alguns exemplos são; Universidade de São Paulo, UNESP, Departamento de Estradas e Rodagem, e Departamento de Águas e Energia Elétrica.
Essas autarquias do estado de São Paulo funcionam com uma administração própria, com influencias do estado claro, mas sua estrutura não muda a cada gestão.
E foi isso que propus à FUMEP em meu texto, alias, o IPPLAP de Piracicaba acho que já funciona nesses moldes. Não é nada impossível o que eu propus aqui…
Quanto a reclamações, isso é normal em qualquer situação. Mas deixo claro que o que eu fiz aqui não foi reclamar, muito pelo contrario, usei mais de construtivismo, abri ideias para que talvez um dia a EEP seja melhorada.
Sou aluno do último semestre, tenho mais 2 meses de faculdade, mas me impressionei com o D.A. desse ano. Parabéns, embora os alunos ainda não tenham a cultura de ir e participar do D.A., por questões óbvias do passado não tão distante, vocês estão começando a implantar isso, o que já é um bom começo. Esse tipo de mudança, principalmente em relação ao comportamento dos alunos vocês mudam com o tempo, infelizmente. A cada inicio de semestre letivo, peguem os bichos e coloque-os atualizados da situação da faculdade, e já criem um questionamento neles.
Reunião do D.A.?? Vou ver se consigo ir… Não estou em Piracicaba.
Parabéns mais uma vez Danilo.