NOVA MODA DE LUCRAR DAS MONTADORAS. Por Amadeu Provenzano Filho

Posted on 20 de fevereiro de 2013 por

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AMADEU  -  FOTO   DE   18.02.2013

Você,  para comprar o carro zero que atenda a sua necessidade, procura a marca, a concessionária da confiança, e espera em troca do dinheiro que vai investir, a sua satisfação.

Compra um carro com todos os itens indispensáveis de segurança e conforto e paga mais caro por isso, o que inclui pneus com roda de liga leve aro 16.

No ato da entrega das chaves o vendedor faz com o adquirente a costumeira conferência., abre o porta malas, mostra o estepe com roda comum, entrega uma bolsinha contendo o manual de instruções para uso adequado do veículo, e você assina um documento da conferência que fica na empresa, e sai todo feliz. É feita depois uma pesquisa pela montadora a respeito da satisfação com o veículo e com o atendimento da concessionária, bem como com relação às revisões.

No decorrer do uso, você tem a infelicidade de passar inesperadamente em buracos no asfalto, principalmente numa cidade ao desleixo da administração pública como Piracicaba, cidade conhecida por batedeira, liquidificador, tal a quantidade deles, lombadas fora da especificação estabelecida na forma da Lei nacional que as regulamenta, as calhas para escoamento de águas de chuva – diga-se, criminosas.

Aqui o filho de um agente do trânsito morreu numa lombada na frente do pai,  que trabalhava para sinalizá-la logo após ser feita. Passou para ir ao trabalho não tinha nada. Quando passou de volta,  no escurecer, estava lá a lombada ainda por ser sinalizada, que o arremessou contra uma árvore e morreu na frente do pai que ali, só ficou sabendo ser o próprio filho quando tirou o capacete.

Quanto aos buracos, nesta época de chuvas são muitos. Asfalto de má qualidade – aqui o asfalto ganho nas licitações, sempre foi da pior qualidade e mal feito. Novo, em meses fica deteriorado.

Provas? O leito e entorno da ponte José Luiz Guidotti, a emenda dos vãos da nova ponte inaugurada em 1º de agosto. É só andar pela cidade e ver o que de novo existe e o que de buracos e deformações tem, e por onde mais passar. Pior ainda se  passa num deles e o pneu corta, faz bolha e coloca em risco a vida dos seus familiares e a sua própria, quando não estoura.

Sai à procura de pneu e não encontra em todas as lojas por causa da exclusividade da marca do carro. Entende? Coisa assim, como de monopólio. Daí o vendedor pega o estepe e vê que o aro é 15 e o pneu diferente do que aquele que o carro foi-lhe entregue. Inconcebível.

Você compra um carro com pneus de configuração de aro 16 – item de segurança máxima, e quando precisa lançar mão do estepe, o aro é 15 e o pneu menor e mais estreito.

Mesmo que seja para uso emergencial,  o carro não vai ter a mesma estabilidade, o que coloca em risco a sua segurança. Se algo pior acontecer, vai se haver com a seguradora que certamente vai colocar empecilhos de toda ordem para impedir o pagamento do seguro porque na apuração, o veículo era usado com pneu fora da especificação.

O vendedor lhe diz: “vai ter que colocar  dois pneus”. Eu quero só um porque vou usar o do estepe, assim fico com dois pneus novos na frente. Colocando dois, sobra um em ótimo estado que posso utilizá-lo como  estepe depois. E colocando os dois de trás na frente, pode ser colocado um novo atrás e deixar o outro. “não dá, diz, porque o pneu é aro 16 e a roda do estepe é 15. De qualquer forma, sobra um pneu de aro 16 que não dá para ser usado e o estepe continua lá e o senhor perde um pneu, é.”

A mesma história é repetida na agência : “mas o senhor recebeu o manual e lá diz isso”. Sim, quando recebi o carro, quase um mês depois da compra e nela não me foi dito isso.

“ A Chevrolet também faz isso. Nos Estados Unidos da América a BMW nem estepe coloca no carro”. Olha: se um aqui faz isso e lá entregam sem, o problema é deles. E BMW é carro de magnata e eu não o sou.

Procurei uma concessionária confiável e quero a correspondência. O carro é um bem durável, na garantia. Outra, estamos no Brasil e não quero falar sobre os EUA.

“ O que senhor quer que eu faça?.”

Eu tenho um estepe no carro que eu não faço nada com ele. Está novo, zero. “É o fabricante que coloca”. Esse problema é entre esta loja e o fabricante.

O meu é com esta loja, quero que resolva. Comprei um carro com a configuração do pneu de aro 16 e recebi um estepe de 15 e não faço nada com ele. “Se eu der um pneu com aro 16 nem vai caber no espaço do estepe”. Problema entre a agência e a montadora. “Me dá um tempo para pensar e dou a resposta”.

Após ter comprado o carro, mais duas pessoas da minha família compraram carros até mais sofisticados, mais caros e com mais recursos. Não troco mais carro aqui e esse é mais um item de conferência na compra. Se for diferente, não compro.

Se recebo estepe com aro e pneu igual dos pneus do resto do carro como sempre foi, e se  quiser jogá-lo no vaso sanitário, o problema é meu, mas eu quero igual, sem ser lesado por ninguém. Pago por isso.

Enfim, o problema foi solucionado de forma pouco recomendável com pneus usados e continuo com o estepe de aro 15, sem estar isento de pegar outro buraco e, a qualquer momento, ter outro pneu cortado e ficar novamente na mão.

Você por necessidade rodando com estepe diferente da configuração dos outros pneus, continua vulnerável a sofrer ou causar  acidente, do qual a seguradora vai levantar os fatores que contribuíram para isso e, fatalmente, chegará na questão de que o veículo fôra utilizado com item em desacordo com a configuração do carro, e certamente dificultará o pagamento da cobertura do sinistro.

O alerta que faço, é que essa prática está virando normal entre as montadoras para fazer um lucro maior, até porque o preço do carro nunca diminui, muito pelo contrário. Ela é feita para aumentar o envio de  divisas do Brasil para os países de origem: China, Alemanha, França, Coréia, Japão, etc.

Onde estão os responsáveis pelo respeito, fiscalização  e cumprimento do CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR? Ou os nossos legisladores protegem as montadoras e ferram o direito dos eleitores? Onde estamos.?

Isso é imoral, antiético no mínimo, um atentado contra a vida do cidadão e seus familiares e um estímulo para fraudes maiores e piores.

Daqui a pouco vamos receber carros com motores de plástico. Soube que os pneus de estepe agora serão entregues por montadoras coreanas para uso de até 100 km para serem descartados depois. E se tivermos necessidade, em viagens longas rodar com estepe por maior quilometragem?

Não pode ser verdade. Se for, ninguém está preocupado com a segurança e a vida do brasileiro, e os recalls, um engodo.

Em nome da segurança se fazem recalls de tantas coisas. E essa como fica?

Alô senhores responsáveis pelo Código de Defesa do Consumidor LEI Nº 8.078 DE 11 DE SETEMBRO DE 1990.

Agora sei que o meu deputado federal Antonio Carlos Mendes Thame  faz parte de uma Organização Internacional contra a Corrupção e pela Transparência. E então deputado?

Como cidadão e seu eleitor, manifesto – e o senhor está por mim convocado  para que coloque em votação na Câmara dos deputados a exigência de que os itens de segurança nos veículos jamais sejam piorados, e que essa  distorção das montadoras seja de pronto corrigida e essa prática nunca  permitida no Brasil.

Ou avançamos, ou entregamos e tornamos o país,  estrangeiro.

Amadeu Provenzano Filho:  Aposentado – Cidadão Prestante