Estante Dupla. Por Enrico Hion Novello e Marcelino Agostini, apresentação de Luis Fernando Amstalden

Para quem busca, como eu, disseminar o gosto pela leitura, hoje é um dia especial. Em primeiro lugar tenho o prazer e a honra de publicar uma resenha feita por um jovem aluno, Enrico Hion Novello, de apenas dezessete anos que gosta de ler. Claro que Enrico não gosta de ler por causa desta coluna ou deste professor, mas por uma exposição aos livros constante, que vem de sua família. No entanto ele é o exemplo do que busco, do que sonho para a juventude. Alguém que lê, pensa e escreve sobre o que pensa. E agora escreve, pela primeira vez, uma resenha neste Blog. E não se trata de um livro qualquer, mas uma importante obra sobre a vida de um professor. Não é fantástico que alguém tão novo leia e reflita sobre a carreira daqueles que tem a sua frente todos os dias?

Em segundo lugar, tenho a honra e o prazer de divulgar, em primeira mão, um livro escrito também por um jovem. Trata-se de Marcelino Agostini, que não é novato no mundo das letras e das artes, mas que agora publica sua obra “A Águia dos Ventos – O Leão do Mirante”, o primeiro tomo de uma trilogia que envolve romance, mistério e suspense, além de uma dose do sobrenatural. Marcelino é, para mim, o exemplo do jovem não acomodado, que num mundo onde os mais novos dizem que não leem por não ter tempo, ele é a prova viva de que pode ser diferente. Lê, escreve, fotografa, mantém um Blog e trabalha. Quando idoso, Marcelino poderá olhar para sua vida e saber que realmente viveu, existiu, pensou e escreveu… Não passou a vida diante de uma tela assistindo as mesmas repetições fúteis de programas destinados ao esquecimento…

Seguem os textos. Em primeiro, a resenha de Enrico:

“Ei, professor” é o terceiro livro de Frank McCourt, no qual é contada de forma casual como sua carreira de 36 anos de magistério o encaminhou ao seu segundo ato como escritor. O livro não segue uma ordem cronológica, envolve a vida pessoal do autor e suas experiências nas salas de aula de Nova Iorque, e também forma uma base sobre sua triste infância na Irlanda. O livro é dividido em três partes, contendo a primeira os capítulos 1 ao 8, a segunda 9 ao 11 e a terceira 12 ao 18. O texto é narrado de forma autobiográfica, relatando relacionamentos, diálogos e pensamentos de forma contínua, que dão ao texto um ritmo semelhante a de uma conversa. Frank é muito real sobre a forma que se sentia sobre sua vida, não floreia nem tenta enganar o leitor. Deixa claro durante a narrativa que chegou a duvidar muitas vezes de sua carreira como professor, dos sonhos de ser escritor, e conta também situações do cotidiano de um profissional da área, como dias em que não está disposto a dar aula, problemas como não poder cuidar de sua filha pois tinha redações e trabalhos a corrigir, e também conflitos com burocracia de escolas, superiores e até mesmo pessoas de seu círculo social. Frank conquista o leitor ao vestir a humildade e expor seu lado humano. Deixa claro que cometeu erros por ter atitudes mesquinhas e não se julga por isso. É exatamente aí que mora a genialidade deste livro: na legitimidade e na afirmação sutil de que todos nós estamos no mesmo barco, independente de tudo. Recomendo fortemente este livro a quem se interessa por pedagogia, experiências de vida e devaneios alheios. Frank McCourt é autor do ganhador do Prêmio Pullitzer de 1997 “Cinzas de Angela”, que conta sua infância pobre na Irlanda. Nasceu em 19 de agosto de 1930 em Nova Iorque, mas foi criado na Irlanda. Com 19 anos voltou à Nova Iorque, se formou em Inglês pela NYU (New York University) e lecionou em seis escolas de ensino médio. Faleceu no ano de 2009 em sua cidade natal.

Enrico Hion Novello é estudante”

A seguir a sinopse do livro de Marcelino e sua pequena biografia:

“Frida vive o drama de qualquer garota: sob a criação rígida da mãe, ela divide o tempo entre a faculdade e os encontros ocasionais com o misterioso André, com o qual mantém um relacionamento aberto. Uma gravidez inesperada muda sua vida por completo, ao mesmo tempo em que, uma a uma, as pessoas à sua volta morrem de maneira suspeita. Ao se ver cara a cara com a própria morte, Frida ganha o poder de voar no tempo para tentar salvar a todos, mas ela descobrirá que cada escolha implica em um sacrifício.”

Veja a obra no link abaixo:

http://www.perse.com.br/novoprojetoperse/WF2_BookDetails.aspx?filesFolder=N1362034107375

“Nascido Marcelino Agostini de Campos em 1983 na cidade de Piracicaba, São Paulo, Maxx Zendag escreveu na adolescência vários poemas e contos, além do romance que viria a ser a trilogia “A Águia Dos Ventos”. Concorreu com obras de humor gráfico no Salão Internacional De Humor de Piracicaba. Em 2010, participou do Salão com exposição fotográfica “É Uma Limgua Portugueza Concertesa”. Atualmente é Auxiliar Administrativo. Sua mente inquieta o faz continuar criando nas horas vagas.”