Em tempos em que tudo se torna mercadoria e muitos teóricos liberais ainda defendem a sacrossanta supremacia do mercado – que se autorregularia, como queria “São Adam Smith”- e educação não fugiu à regra. Na busca de “aumentar” as vagas no ensino superior, o Estado Brasileiro permitiu, em anos passados, a abertura de um sem número de cursos superiores. A ideia de muitos defensores desta “flexibilização” é a de que, o próprio “consumidor”, no caso o aluno, seria capaz de selecionar as escolas melhores evitando as piores e, assim, o “mercado da educação” seria “depurado”, eliminando-se as instituições ruins e mantendo as eficazes.
A maioria no entanto, é ineficaz, incapaz de ensinar qualquer coisa aos alunos, principalmente a alunos que vem, por sua vez, de um ensino médio também fraco, muitas vezes do ensino médio proporcionado pelo próprio Estado. Os alunos, as vezes por inexperiência, as vezes por comodismo e até mesmo por não poderem pagar uma instituição melhor (ou ingressar numa pública de qualidade) acabam por aceitar as falhas da sua formação. Mas o que ele aprendeu? Para quê serviram os anos de estudo e de pagamento? Se ele não sabe, não pode ter sucesso na profissão, seja ela qual for.
Por enquanto, a única associação de classe que regula a entrada de novos profissionais no mercado é a OAB. Para se exercer advocacia é necessário submeter-se a um exame e obter o registro na Ordem, se não, nada feito. Não faltam críticas a ela, não faltam alegações de que seu exame é difícil propositalmente, como uma reserva de mercado. Eu não posso afirmar com certeza, mas conhecendo muitas faculdades, não duvido que o exame talvez não seja tão difícil assim, mas que o nível dos estudantes e das faculdades é que não é suficiente.
Depois que a OAB reprova 90% dos candidatos, o governo “fecha o balcão”…
Mas e as profissões que não tem este tipo de exame?
Que médicos, engenheiros professores, arquitetos, profissionais de saúde etc, estão saindo dos cursos que não são regulados por um exame?
Julgue você mesmo.
Abraços.
Amstalden
Valéria Pisauro
24 de março de 2013
Grande reflexão! Depois, não entendem porque caem prédios, morrem pessoas em hospitais por negligência…
Daisy Costa
24 de março de 2013
profissionais desestruturados…atinge a meta dos governantes, pois onde o caos instala-se eles continuam virando as costas à população e assim perpetuam-se em seus cargos, empavonados como ‘eleitos’.