REFLEXÃO SOBRE O LUGAR DA LITERATURA EM NOSSA VIDA. Por Valéria Pisauro

Posted on 4 de maio de 2013 por

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papyrus

“Talvez não haja na nossa infância dias que tenhamos vivido tão plenamente como aqueles […] que passamos na companhia de um livro preferido.

    Depois que a última página era lida, o livro tinha acabado. Era preciso parar a corrida desvairada dos olhos e da voz que seguia sem ruído, para apenas tomar fôlego, num suspiro profundo. […] Queríamos tanto que o livro continuasse, e, se fosse possível, obter outras informações sobre todas as personagens, saber agora alguma coisa de suas vidas, empenhar a nossa em coisas que não fossem totalmente estranhas ao amor que eles nos haviam inspirado e de cujo objeto de repente sentíamos falta, não ter amado em vão, por uma hora, seres que amanhã não seriam mais que um nome numa página esquecida, num livro sem relação com a vida e sobre cujo valor nos enganamos totalmente […].”

PROUST, Marcel. Sobre a leitura. Campinas: Pontes, 1989. Tradução: Carlos Vogt. p. 9, 22-24 (Fragmento).

Esse fragmento de Proust sobre a emoção causada pela leitura transporta a outros questionamentos: por que nos identificamos pelos livros? Até que ponto a literatura pode ser um agente de transformação em nossas vidas? Por que os leitores quando perguntados sobre suas memórias de leitura, quase sempre falam primeiro dos livros que não gostaram, da dificuldade de chegar ao fim, da cobrança, da prova…? Qual é a sua lembrança mais prazerosa de leitura?

Todos nós, leitores apaixonados, temos algumas dessas lembranças especiais. É sobre elas que fala o escritor francês Marcel Proust, destacando um aspecto essencial para compreender a paixão pela leitura: as personagens do livro ganham vida, tornam-se pessoas próximas, por quem nutrimos sentimentos profundos, e cujas vidas gostaríamos de continuar acompanhando.

Proponho uma enquete:

1. Qual o livro que até agora mais marcou sua vida?

2. Qual foi o “pior” livro que leu?

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