CIDANIA E LIBERDADE NO 12 DE SETEMBRO. Por Amadeu Provenzano Filho

Posted on 15 de outubro de 2013 por

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Foto de José Benedito Vizioli Libório

Foto de José Benedito Vizioli Libório

Mahatma Gandhi diz que reprimir a desobediência civil é tentar encarcerar a consciência. O direito de discordância e da desobediência civil é, para o indivíduo dotado de uma consciência, um dever. (Marcelo Otávio Dantas L. Costa – art. Folha de SP).

O REAJA, sem personalidade jurídica, é um grupo de pessoas de bom senso, bem intencionadas e que lutam pela dignidade de um povo que, conforme o brasão da nossa cidade apregoa: Audax in Intellectu et in Labore – Audacioso na Inteligência e no Trabalho. Ignorar isto é subestimar a inteligência do munícipe.

Todos querem Piracicaba na ponta do cenário político nacional – saíram daqui o primeiro presidente civil da República Prudente de Morais, como também combatentes da Revolução Constitucionalista de 1932 entre Batalhão da Força Pública e voluntários civis para lutar por São Paulo e pelo Brasil.

Naquela época, com todos os problemas políticos da ditadura Getúlio Vargas, era recíproco o relacionamento Batalhão da Força Pública e povo, bem diferente de hoje.

O atual modelo político do nosso país, por uma constituição com vícios que se somaram no decorrer do tempo, permite o que vem acontecendo: reeleições seguidas  que, no poder, dele não mais largam a ponto de se sentirem donos do Legislativo, sem dar oportunidade ao novo, à renovação de pessoas e de idéias.

Criou-se um pseudo feudo que, quem se colocar à frente discordando, é tachado com acusações das mais absurdas, levianas e descabidas. Isso não é só visto nossa Câmara de Vereadores. Esse é o retrato do nosso país.

Quem pensou que o REAJA PIRACICABA movimento da sociedade civil organizada, popular, com fins pacíficos, apartidário, sem vinculação com qualquer partido político veio para perseguir pessoas, engana-se. Há até quem o chame de REAJA dos cabelos brancos. E é verdade.

São pessoas de bem, trabalhadores, estudantes, aposentados, jovens, homens e mulheres, e que têm os mesmos ideais por dever, de lutar nas questões morais na política de Gestão Pública. É Constitucional.

E lutam a partir da Conferência da Transparência e Controle Social – Consocial de âmbito nacional, estadual e municipal – a nossa foi aconteceu em outubro de 2011 com representantes da sociedade civil.

O que acendeu a chama da mobilização do REAJA, foi o aumento dos subsídios dos quais os vereadores votaram em regime de urgência quando na verdade não era, com percentual abusivo, sem legitimidade porque desconforme com a realidade da nossa cidade e do resto do país. Não representaram os eleitores que os elegeram.

A bem da verdade, se animosidades existem a partir e por conta de atitude inconstitucional, antidemocrática, arquitetada, com as declarações impensadas feitas pelo presidente da Casa no início de agosto de 2012, sempre tentando dificultar a entrada dos manifestantes do REAJA, exigindo identificação e apresentação de documentos pessoais.

Dizem que existe alguém muito grande por traz disso tudo, é verdade, existe. E esse alguém, é Deus, o mesmo Deus que libertou o povo da escravidão do Egito e que o fez caminhar para a terra prometida, livre da tirania.

Há o ditado: “a voz do povo é a voz de Deus”. Entendam que a voz que se levantou.  Isso é uma certeza. Não pode haver o menor indício de qualquer idéia de perseguição pessoal a quem quer que seja, ou de subversão, que muito pelo contrário, veio de dentro da Câmara, sempre na tentativa de desqualificar o movimento. Jogo sujo mesmo.

Sempre houve a vontade de querer e poder ajudar a cidade a ter uma gestão legislativa eficiente, eficaz, interessante e melhor para todos.

Do que aconteceu ontem, há muitas testemunhas oculares, e doravante, a Câmara pode ser chamada de Câmara de Trincheira de Piracicaba. Pode-se ao invés de ir até a delegacia de polícia, deixar aqui registrado um Boletim de Ocorrência Policial Público.

Foi assustadora a ação de um assessor da Câmara quando, de forma rápida e violenta arrancou das mãos dos reajentes a faixa da passeata, correndo para dentro da Casa e sumindo com ela, flagrado por câmeras e flahs dos repórteres que lá estavam.

Ficou feio porque um membro do REAJA conversava com o diretor do cerimonial da casa, pessoa cordata, que naquele momento tomando conhecimento do fato, prontificou-se entrar e trazer de volta a faixa, o que aconteceu sob os olhos de todos e registrado pela imprensa, e pior, na frente da polícia que nada fez para evitar o roubo.

Quando a população pede transparência, o que menos dá para entender é como um vereador pode se servir de assessor que age dessa forma? Porque isso foi uma prática de subtração de bem alheio, ou seja: roubo.

Seria de bom alvitre saber quem é o assessor e de qual vereador é, porque se alguém do REAJA quando se inscreve para usar a tribuna popular,  tem a vida vasculhada como forma de intimidar os que se propõe a discursar.

Até o Cristo Redentor do Rio de Janeiro teve um diálogo com a Estátua da Liberdade de Nova York, quando disse: “Tropeça no teu orgulho e caia nos meus Braços !“

E o melhor que a Câmara pode e deve fazer é tropeçar no orgulho de si própria, sair do pedestal, e cair nos braços do povo.

Dessa forma haverá paz e respeito na cidade, e menos estímulo à violência e truculência a partir da própria Câmara de Vereadores.

Setembro acabou ficando um mês de referência forte em acontecimentos no mundo.

Nada comparado à tragédia do terrorismo nos EUA com a queda das torres gêmeas claro, mas o que aconteceu em Piracicaba nesse dia 12 de setembro de 2012, ficará registrado para sempre nos anais da história política de Piracicaba, São Paulo e do Brasil, e na memória do seu povo.

Amadeu Provenzano Filho é Aposentado e Cidadão Prestante.