1930:
1940:
1960:
http://jardimescolasaopaulo.blogspot.com.br/
1970:2013:

http://pt.dhgate.com/product/children-2013-summer-girls-dimensional flowers/150328333.html
O Dia das Crianças já passou, já ouvimos/lemos/refletimos sobre o nossoinfante-interior e o quanto ele nos é importante. Já comemoramos. Já presenteamos e/ou fomos presenteados.
Já refletimos sobre nossas crianças? Como as educamos? No “que” as estamos transformando?
Observamos um panorama com duas extremidades: por um lado, adultos infantilizados e por outro lado, crianças adultizadas.
Nesta segunda extremidade, observamos meninos e meninas adultizados pelas responsabilidades que são obrigadas a assumir: se são pobres, trabalhando, cuidando da casa, cuidando dos irmãos menores; se são ricos: preenchendo o tempo com atividades visando apenas ao futuro, escolas que já preparam para o vestibular desde a educação infantil, ginástica, natação, balé, inglês, etc, para o vir-a-ser e não visando ao ser humano que já É.
Deste ponto-de-vista, observamos também crianças sensualizadas por vestimentas que lhes tiram a liberdade de movimentos para parecerem mini-gente. Recordo de uma aula de história, em que a professora nos dizia que o infante era visto como um mini-adulto inacabado, portanto, menor em importância e regalias e só recentemente (isto é, este “recente” se refere ao período em que eu frequentava o ensino médio, final da década de 1970) os petizes passaram a ser estudados em suas peculirares características e necessidades. Retrocedemos? A internet, o youtube nos mostra assustadoras quantidades de crianças dançando, rebolando sensualmente músicas para o público adulto com temas sexuais. As roupas à venda são as miniaturas da moda adulta. Quantas saudades dos vestidos rodados, dos sapatos e sandálias sem saltos, feitos para pular e correr e não para desfilar.
Pelo outro lado, além do fenômeno mais que comentado de filhos de 28 anos para mais que não deixam de morar na casa dos pais, observamos jovens-adultos que não assumem suas responsabilidades, sendo eternamente adolescentes em atitudes e comportamentos. Nas famílias menos favorecidas, os filhos, ao crescerem, podiam não sair de casa, mas colaboravam nas tarefas e nas despesas familiares, isto é, assumiam uma responsabilidade que diz respeito ao mundo-adulto. Nas outras famílias, podiam morar sozinhos, com amigos ou com o/a cônjuge.
Houve uma “onda” que ainda não passou de todo, é uma marola de festas de aniversários, cujos aniversariantes são adultos, com temáticas waltdisneyanas: infância perdida? Resgate do que não pode ter anteriormente? Ou esconder-se para sempre na Ilha de Peter Pan?
Indo mais além na visão panorâmica de nossa sociedade, aponta-se adultos na maturidade e na terceira idade, esforçando-se ao máximo para parecerem jovens, como se tivessem bebido na fonte da juventude,mas beberam nas cirurgias plásticas e academias, consumindo recursos financeiros e o mais caro de todos: o recurso do tempo, para serem superficialmente jovens ao invés de se aprofundarem na sabedoria que a idade, vivência e leitura podem trazer.
Conhecemos algumas análises sobre estes fenômenos, sabemos que estas são boas estratégias para criar e manter consumidores, mas…. não pode ser apenas isto, esta teoria não me convence de todo. Tem algo a mais, há um vespeiro que precisa ser cutucado, ocasionar doloridas picadas para chegarmos a fundo na análise e principalmente na mudança desses comportamentos.
O que tem acontecido às famílias? Como pode uma mãe achar “lindoooo” seu bebe de fraldas rebolar ao ritmo de uma música cuja letra é tudo, menos ingênua e singela? Comprar mini-roupas (estilo adulto, só que em menor tamanho) com se as crianças tivessem voltado a serem consideradas mini-gentes como o eram nos séculos passados?
No dia 13 de outubro, fui ao SESC, assistir ao Grupo Triii, que delícia! Minha sapeca interior dançou e brincou de roda. Na contramão deste modismo que repudio, o Grupo Triii, a Palavra Cantada, alguns teatros e espetáculos, principalmente os apresentados pelo SESC e pelo SESI aqui de nossa cidade respeitam a criança em sua inteligência, vivacidade e características infantis! O movimento de contadores de histórias dos quais participo se empenha nesta direção.
Fico estupefata em como o SESC, o SESI e outros não lotam de gurizada, abarrotando-se e consequentemente exigindo-se maiores e mais espaços assim! Onde estavam os infantes que não estavam brincando de roda conosco ontem? E nos outros espetáculos?…. Atentem ao “detalhe”: É GRÁTIS!!
evandro mangueira
7 de novembro de 2013
O meu medo (crescente) é que essa crianças serão adultos quando eu for velho, aposentado, debilitado e sem condições de me virar sozinho, dependente da caridade alheia. Isso eu temo de fato ( Oh Eutanásia, seja aprovada no Brasil, eu clamo!)
Antonio Carlos Danelon - Totó
9 de novembro de 2013
Parece que encaramos a infância como tempo de preparação para ao ‘futuro’ e não tempo fundamental para a vida. Pais muito apressados e estúpidos adultizam seus filhos. Logicamente teremos adultos infantis ou ‘adultescentes’ , bananas que não saem de casa porque na verdade firam velhos antes da hora. Enquadramos as crianças para calar sua mensagem que nos chama de volta às origens.