Outro dia, compartilhei pelo Facebook uma foto de um pastor milionário. Embaixo da foto estava uma frase jocosa distorcendo a citação bíblica: “Eu sou o seu pastor, e nada lhe sobrará”.
A maioria dos meus amigos riu, mas alguns ficaram um pouco chateados. Bem, eu entendo e peço desculpas se alguém ficou ofendido. Ocorre que a minha visão de cristianismo está um pouco distante da riqueza que vejo em praticamente todas as igrejas. Não me refiro só às evangélicas não, mas também à igreja católica. Eu não sou teólogo e tampouco especialista na Bíblia, mas até onde eu li e aprendi, Cristo nos instava a amar o próximo, a dividir o pão, a sermos humildes e simples e não a cultuar a riqueza. Claro que ninguém gosta de ser pobre e tampouco penso que o cristianismo glorifique a pobreza. O que eu entendo (e sinto) é que a proposta cristã, de dividir, visa exatamente acabar com a pobreza através da justiça, com amor. É por isto que não consigo aceitar a riqueza dos clérigos cristãos, sejam de que igrejas forem. E é por isto também que detesto ver gente pedindo dinheiro nos cultos ou programas religiosos. Vi padres vendendo pacotes de viagem à Terra Santa, outros vendendo terra e água da Palestina e do rio Jordão. Pastores pedindo para crianças venderem seus brinquedos e ofertarem seu dinheiro à igreja e outros vendendo “tijolos do céu”… Tudo isto, a meu ver, é um crime em termos sociais e, uma blasfêmia religiosa.
Mas parece que não sou só eu. Topei com este vídeo de um pastor do Nordeste que também não parece aceitar a riqueza de seus colegas nas regiões mais desenvolvidas. Gostei da fala dele. Não concordo com seu pedido de que o dinheiro das doações deveria ser usado para construir templos. Preferia que fosse usado para construir projetos econômicos sustentáveis e dar terra ao povo que precisa. De resto, porém, gostei. Compartilho aqui e de quebra, abaixo, compartilho um sobre a venda de tijolos.
Veja, pense e tire suas próprias conclusões.
Bom Domingo.
Amstalden
Alexandre Diniz
19 de janeiro de 2014
Em Angola, a única igreja legalizada pelo Estado é a Igreja Universal. As demais não tem permissão para atuar. E “curiosamente”, os membros do governo são da igreja Universal.
http://www.diarioliberdade.org/africaasia/reportagens/37936-a-proibi%C3%A7%C3%A3o-das-igrejas-evang%C3%A9licas-em-angola-e-poder-da-universal-no-pa%C3%ADs.html
Totó
22 de janeiro de 2014
Perfeita sua reflexão. Concordo plenamente. Continue, senão a mentira acaba dominando.