Estamos vivendo um período de muita inquietação nas ruas. Há tempos o brasileiro não via isso. Protestos, cartazes, insatisfação transformada em ação, ônibus queimados e passeatas organizadas. Mas certamente surge uma divisória entre as pessoas. Alguns são chamados de ativistas, outros de vândalos, outros revolucionários e outros de reacionários. O que vem a ser isso? Para entendermos e refletirmos melhor, é preciso voltar um pouco na história e perceber outros barulhos já ocorridos…
Logo após o auge do período medieval, a França estava prestes a entrar em colapso. O rei e seus nobres esbanjavam riqueza enquanto a população morria de fome. O povo não suportava mais sustentar o rei e a sua corte. Foi então que idéias revolucionárias começaram a surgir. Grupos se organizaram pensando mudanças. Os detentores dessas ideias organizaram a população sofrida para a derrubada do rei e sua corte imperial. Esta foi a chamada Revolução Francesa. O povo invadiu o palácio e derrubou o rei. Os antigos opressores foram decapitados. Nem mesmo a igreja foi poupada, afinal, ela era uma grande aliada do império opressor. O ouro foi transformado em comida e o pobre camponês foi elevado ao patamar de proprietário de terras. Mas tal revolução foi fomentada pela revolta. No cabo da armas dos manifestantes estava sua insatisfação, que lutava de forma sanguinária contra aqueles que desejavam conservar o poder do rei. “não sejam assassinos” gritavam alguns; “Não vamos conseguir nada com violência”. Porém se não fosse pelos fatos ocorridos, a miséria permaneceria no prato da população.
Também temos ao longo da história das indústrias o sofrimento dos trabalhadores. Durante a revolução industrial, a jornada de trabalho chegava até 16 horas de trabalho por dia, sem descanso semanal, sem férias, nem 13º salário. Apenas o salário do dia. As condições de trabalho eram insalubres (para não dizer insanas). A morte habitava as fábricas. Foi então que os trabalhadores, cansados de sustentar o patrão burguês, se organizaram e tomaram as fábricas. A polícia foi enviada para forçar os trabalhadores a voltar aos seus trabalhos. Mas a dor e revolta pelo anos de exploração eram maior. Máquinas foram destruídas, fábricas incendiadas, e a vitória alcançada. A partir destas imposições dos trabalhadores, foi adquirido o que chamamos hoje de direitos trabalhista.
Algum tempo depois, no Brasil, os militares regiam o governo. Eles pretendiam controlar a população através da força e do domínio de opinião. Diziam que, todos que eram contra o governo, poderiam causar terror e destruir à nação. Chamavam de terroristas aqueles que eram a favor da democracia, e assim, enviavam o exército para puni-los violentamente. Na calada da noite, professores eram sequestrados e misteriosamente desapareciam. Assim, ficava no ar o pensamento geral “é preciso um governo rígido contra esses vândalos para não destruírem a ordem e o progresso”. Porém a sede de democracia era maior. A vontade de poder eleger seus governantes estava pulsando no coração da população. O regime militar não queria perder o seu poder, então estávamos a beira de uma guerra civil. Até o dia em que houve o sequestro de um embaixador dos Estados Unidos. A exigência dos sequestradores demonstrava o pedido de democracia.
Quem são os monstros e quem é são as vítimas? Que gritos são estes? Tais ações são de ataque ou legítima defesa? Por que alguns são contra atos violentos, mas defendem a pena de morte? O que essa população sofrida carrega em suas costas? Mudanças virão, isso é certo. A questão é, de que lado estamos? Do opressor ou do oprimido? Será que conseguimos distingui-los?
Alexandre Diniz – Estudante de Filosofia
anisioluiz2008
6 de fevereiro de 2014
Reblogged this on O LADO ESCURO DA LUA.
Alexandre Diniz
6 de fevereiro de 2014
ERRATA:
No final do penúltimo parágrafo, onde se lê “adestradores”, é na verdade “sequestradores”.
blogdoamstalden
6 de fevereiro de 2014
Vou editar…