
Políticos das mais diversas correntes e partidos em comício na Candelária. Fonte: http://www.blogdosarafa.com.br/?p=19913
Hoje, sábado, dia 22 de março de 14, estão marcadas para diversos pontos do Brasil, passeatas pedindo pela intervenção dos militares para “restaurar a ordem no país”. Não acredito na possibilidade de um novo golpe no Brasil. Também avalio que as manifestações marcadas terão poucos participantes e um resultado contraproducente. Porém, passados cinqüenta anos do golpe que levou o Brasil a uma ditadura, o que me espanta é o silêncio dos políticos atuais. Se eles estão lá, é graças ao sistema democrático e seria de se esperar que, no mínimo, fizessem declarações públicas a favor da democracia, da cidadania e contra novas idéias ditatoriais. Aliás, 2014 também marca o movimento pela redemocratização, as “Diretas Já”, que começaram um pouco antes, é verdade, mas atingiram o auge em 1984, trinta anos atrás. Naquela época, partidos e políticos disputavam espaço a cotoveladas para criticar a ditadura e pedir pela democracia. Hoje, já eleitos, não vejo tanto empenho em relembrar o golpe e a redemocratização. Uma pena. Mais do que isso, uma atitude que alimenta falsas idéias sobre o período militar e desmerece a luta de milhares.
Pensando nisto, enviei mensagens aos políticos de São Paulo e de Piracicaba, solicitando sua manifestação pública sobre a passeata pró ditadura de hoje. Minha iniciativa não foi somente pela passeata, que torno a dizer, imagino que será pífia, mas para que os homens e mulheres no poder refaçam seu compromisso democrático, como estavam ansiosos por fazer em 1984.
Enviei as mensagens na quarta e na quinta passadas e, por isto, é possível que alguns ainda não tenham tido tempo de responder. Vamos aguardar um pouco mais. Porém, para minha alegria, dois vereadores de Piracicaba responderam ainda antes das passeatas. Tratam-se dos vereadores Gilmar Rotta, do PMDB e de Paulo Camolesi, do PV. É pouco eu sei, já que mensagens foram enviadas a todos os vereadores (alguns que, inclusive, confirmaram o recebimento), ao prefeito municipal, aos Deputados Mendes Thame, Roberto de Morais e Dilmo dos Santos, além do Governador Geraldo Alckmin e de diretórios de partidos diversos. Mas, como eu disse, talvez tenha sido falta de tempo. Março ainda não acabou e o aniversário do golpe é em primeiro de abril. Eles terão tempo de se manifestar. Por enquanto, honrosamente publico as respostas de Gilmar Rotta e de Paulo Camolesi, aos quais agradeço imensamente pela manifestação.
Quanto aos demais, ainda vou esperar até o fim do mês.
Seguem as mensagens. Se puder e quiser, agradeça, como cidadão, aos que responderam.
Prezado Prof. Dr. Luis Fernando Amstalden:
Agradecemos por sua manifestação.
Na minha humilde opinião, acredito que, ninguém de bom senso ou simplesmente conhecedor minimamente da história de nosso país, pode ser favorável a qualquer espécie de ditadura; movimento político baseado em sofrimento e morte; censura, autoritarismo, terrorismo, tortura, enfim, absoluta supressão dos direitos constitucionais; etc.
Por pior que tudo esteja (e está), essa não é a melhor saída; pois é infinitamente melhor, poder participar das decisões, quer sejam políticas ou quaisquer outras.
Não tenho dúvidas disso.
Sou defensor dos princípios democráticos que protegem a liberdade humana, onde são respeitados os direitos da maioria da população e tb das minorias; para que possamos exercer cidadania onde, a maior contribuição, é investimento em EDUCAÇÃO.
A melhor receita não pode ser PIORAR para tentar MELHORAR.
Trata-se de questão incitante; que a falta de tempo não nos permite aprofundar neste momento.
GILMAR ROTTA
– Vereador PMDB –
Presidente da Comissão Permanente de Finanças e Orçamento
(fones: (19) 3403.6531 / 3403.6532)
Prezado Sr. Amstalden, boa tarde.
Quanto à manifestação, cabe-nos o que segue:
Nós, enquanto gabinete, lamentamos a organização e a intenção de participação na marcha do próximo sábado buscando a volta dos militares. Entendemos que cidadãos bem informados, participantes da vida política de sua cidade, e exercendo o poder democrático buscam outros horizontes, não o retorno do militarismo. Abdicar do poder democrático em pró de fantasiosas soluções imediatas de extermínio da corrupção e fim da violência é retroceder socialmente e lavar as mãos frente ao nossos problemas, os quais deveriam impulsionar diálogos e buscas conjuntas por soluções.
Att.,
Gabinete do Vereador Paulo Camolesi, PV.
Se você quiser ver o teor da mensagem enviada, clique no link abaixo.
Edu Pedrasse
22 de março de 2014
Parabéns aos dois vereadores. E principalmente ao Luís, pela iniciativa.
Vejamos agora os outros…
Alexandre Diniz
22 de março de 2014
Gilmar Rotta = PMDB = José Sarney…. hmmmmm
Eduardo Stella
22 de março de 2014
Seja lá qual pito toquem … o importante é haver o diálogo. E dentre os 23 representantes, apenas dois se dignaram.
Contra, a favor ou seja lá o que for, o importante é compor o debate democrático.
André Tietz
22 de março de 2014
Bom, não sei não quanto a esse Sarneyzinho que o Diniz disse, mas que ele me processou, isso é fato, kkkkkkkkkkk
Edu Pedrasse
23 de março de 2014
Tudo se resumiu a um grande fiasco.
Vejam os números da Marcha no link abaixo:
http://jornalggn.com.br/noticia/os-numeros-das-marchas-das-familias
Vamos em frente
Dilma Presidente.
Edu Pedrasse
23 de março de 2014
Marcha pela Família fracassa em Brasília e outras cidades
Veja aqui:
http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Marcha-pela-Familia-fracassa-em-Brasilia-e-outras-cidades/4/30539
Edu Pedrasse
23 de março de 2014
E pra terinar a palhaçada: “Marcha da Família tem caveirão, apelo à tortura e ‘Comando de Caça aos Corruptos”.
http://www.cartacapital.com.br/sociedade/marcha-da-familia-tem-caveirao-apelo-a-tortura-e-comando-de-caca-aos-corruptos-563.html