A recente greve dos garis aqui em nossa cidade, embora justa, levanta problemas para a sociedade e indica claras soluções e caminhos que ninguém quer ver, e muito menos proceder a elas ou percorrê-los, no caso dos últimos. E são simples, apesar de paradoxalmente complicados; isso porque teríamos de sair de nossa profunda obtusidade e da falta de senso prático que nos paralisa e cega.
Ou seja, a greve é justa, mas as cabíveis perguntas a seguir são:
1-Ambientalismo `a parte, apenas considerando os pontos práticos, deveríamos depender tanto dos garis e dos coletores de lixo?
2-Se acharmos que não, então o que devemos fazer para não estar reféns de profissionais que têm a dura missão de lidar com nossos rejeitos diários, ganhando pouco para tal desagradável tarefa?
Resposta sintética: Muito simples; reaproveitar, reciclar e fazer compostagem com o lixo orgânico. Assim, sobraria muito pouco para deitar-se fora realmente!
Mas não se pense que a falta de consciência sobre o assunto resida somente na classe baixa, ou na média- baixa, ou ainda na classe média- média, ex- baixa. Imagine… Em bairros bem chiques vemos embalagens, papéis, papelões, vidros e plásticos deitados fora generosamente, em grandes quantidades, sem pejo, tudo para os lixeiros levarem. O mesmo nos comércios em geral, padarias, supermercados, bares, restaurantes, etc… Desperdício, dependência, resolutividade limitada.
Reaproveitando-se os materiais e também os reciclando, a questão do lixo orgânico, que vem a seguir, pode parecer-nos mais difícil de tratar mas não o é. Até mesmo os prédios poderiam aderir a tal técnica e aproveitar para fazerem tetos verdes, mais jardins, sacadas floridas. Isso porque lixo orgânico vira terra, húmus, adubo. E torres de cimento são o que há de totalmente feio e poluidor visualmente.
De fato, com esta conduta inteligente, aparentemente além de nossa capacidade, sobraria muito pouco para darmos aos garis, e estes poderiam até ser reduzidos bastante em número, sem que lixo aparecesse em monturos em cada esquina e bueiro, como hoje acontece. Isso tudo com o embelezamento da cidade e os aplausos da Natureza.
Em não sendo como o descrito acima, aguentemos as graves e sempre será necessário pagar aos lixeiros e garis o custo adicional do nosso comodismo e falta de direção. Para nós, bem feito. Mas a Natureza não o merece.
Eloah Margoni é Médica e Ambientalista
Evandro Mangueira
8 de maio de 2014
O processo de diminuição de lixo começa na hora da produção, devemos diminuir as embalagens, entre outras atitudes. Não basta reciclar, tem que diminuir o consumo.
Carla Betta
8 de maio de 2014
A natureza não merece!! Eu e o Evandro já conversamos sobre isso e a única solução que nos parece viável é o R de reduzir. Não penso ser viável reciclar todo lixo que produzimos! Precisamos acordar e modificar hábitos, não há como reciclar tantas garrafas pets! Temos que abolir esses tipos de vasilhames, além de outros. O vidro talvez seja a única embalagem de fato reciclável! Acordar já não é mais suficiente. É preciso despertar!