Não existe regra certa para se educar um filho, não existem limites claros do que é moral e do que é amoral, e definitivamente, não existem limites para o desenvolvimento de um ser.
As famílias vivenciam uma prática moderna de permissão, é comum ouvi-se a frase: ” Darei ao meu filho tudo o que não tive”. A permissividade é uma regra geral.
Em um restaurante, a criança que não tinha mais que 7 anos, andou, de mesa em mesa, pegando objetos alheios, colocando a mão na comida de estranhos, puxando roupas de senhoras e espetando com palito pernas expostas, todos olhavam para aquela criança, menos os pais que comiam como se estivessem em seus quintais.
O Limite da permissão é ditado pelos pais, mas existem modelos familiares, e cada vez mais presentes na sociedade, onde as crianças ditam as regras. O local onde comerão, a programação televisionada que assistirão, o passeio ao estrangeiro que farão. Tudo, tudo mesmo em volta das escolhas da criança.
A exclusividade de um filho único e os inúmeros brinquedos comprados semana após semana, crianças brincando com celulares e tablets que custam preços de motocicletas, e roupas e sapatos que somados comprariam uma casa. Estamos falando da pedocracia, a ditadura infantil.
Segundo a psicóloga Marcia Neder a pedocracia é toda uma cultura que se organiza em cima de uma criança, um culto a criança, alimentada pela idealização da maternidade, supondo que uma mãe deva abrir mão da própria vida para dedicação ao filho.
As crianças desconhecem o valor do não e certamente sofrerão rejeições sociais mais tarde. Adolescentes ditando o comportamento social e jovens de 35 anos que nunca trabalharam, estamos vivendo uma extensão da infância e um alongamento da adolescência, com pouca ou quase nenhuma responsabilidade e grande consumo.
Quem educa não é o Estado, não é a escola, são os pais! Os limites são tão importantes quanto as permissões, é preciso dosar os direitos com as obrigações e dizer não é tão saudável quanto dizer sim. Não é porque vivemos tempos de ECA e Lei da Palmada, que as crianças tornaram-se reis e rainhas, a integridade física a criança e o adolescente devem ser garantidas, mas, também garantidas devem ser a integridade mental e moral, vivemos em sociedade e não podemos criar reis e rainhas, porque somos todos plebeus.
Posted on 21 de julho de 2014 por Evandro Mangueira
0