Pouco entendo, mas sei que PIB é uma medida do valor dos bens e serviços que o país produz num período, na agropecuária, indústria e serviços. Falam que nosso crescimento é fraco, empresas estão em apuros, inflação voltou e nosso PIB virou pibinho. Como sempre, empresários culpam o governo federal, apesar de pouco terem investido em qualificação de mão de obra e racionalização da produção.
Por outro lado, leio que “PIB é uma medida incompleta e até enganosa da riqueza. A economia global terá de se reinventar, pois já não basta gerar empregos, pagar impostos e criar produtos. A nova economia terá de prover bem-estar às pessoas para que o futuro não seja espartano por causa dos limites de planeta”. (Ricardo Abramovay. Economista – USP. Folha 08.06.12). Nesse mesmo sentido: “O ponto principal para o Brasil agora é resistir à tentação de copiar os EUA, onde a crença em lucro e crescimento é tudo. Porque não é. Crescemos, construímos, gastamos e lucramos cada vez mais, mas isso não tem se traduzido em uma sociedade mais igualitária e sustentável. Esse espiral de crescimento vai até o topo, mas entra em colapso”. (Gerd Leonhard, um dos principais futurólogos atuais. Folha de São Paulo 17.11.12).
Pressupõe-se que PIB elevado implique em melhoria no Índice de Desenvolvimento Humano. Porém, PIB não leva em conta a distribuição desigual de renda, responsável pela existência de uma minoria muito rica e uma maioria muito pobre. Num país onde instituições funcionam bem para quem é privilegiado, o bolo pode crescer o quanto der. A fatia maior ficará nas mãos de poucos; os demais que se matem pelo resto. Se houve – e houve – diminuição na desigualdade social nestes últimos anos foi graças a ações governamentais e não à mudança de mentalidade dos donos do capital. O Brasil tem 65 bilionários, cujas fortunas somam US$ 220 bilhões. Acumular tanto numa nação com tantos pobres é no mínimo grotesco. “Sabemos que a felicidade verdadeira, fiel a si mesma, não pode existir enquanto outros sofrem” (Governo do Butão – Folha 29.04.12).
Candidato que prega elevação na taxa de crescimento como única forma de desenvolvimento mente porque a desigualdade elevada prejudica crescimento. “Existem fortes provas de que tornar os pobres menos pobres beneficia um país”. (Paul Krugman do New York Times. Folha 09.08.14). Nem isso a tosca elite brasileira percebe. Na verdade, são os pequenos negócios que sustentam os bons índices de emprego no Brasil. Pequenas e microempresas criam mais vagas devido suas estruturas flexíveis; melhor e mais rapidamente respondem às sinalizações do mercado consumidor interno.
Por outro lado, adianta PIB elevado se o contribuinte precisa trabalhar cinco meses por ano para pagar tributos; se 32% da renda dos brasileiros mais pobres ficam nos impostos enquanto as famílias mais ricas gastam 21%; se existem no país cerca de 7,2 milhões de trabalhadoras domésticas e apenas 10% têm carteira assinada; se mulheres estão submetidas a exaustivas jornadas de trabalho; se idosos vivem mais, mas com menos qualidade; se milhares de jovens estão na cadeia; se operários de grandes construtoras são submetidos à escravidão por dívida, jogados em barracos sob condições degradantes, por vezes sequer sem receber salário; se depressão e estresse ligados ao trabalho elevam afastamentos pelo INSS; se trânsito e a poluição matam tanto e mais que a violência urbana e se o desenvolvimento desenfreado acabou com os recursos hídricos do Estado mais rico da nação?
“Porque uma grande nação deve ser medida por aquilo que faz por suas crianças e para seus adolescentes. Não é o Produto Interno Bruto, é a capacidade do país, do governo e da sociedade de proteger o que é o seu presente e o seu futuro, que são suas crianças e adolescentes”. (Presidenta Dilma).
Marco Anthonio Andre
22 de outubro de 2014
Depois deste post, prefiro gastar meu tempo lendo outros blogs. Esse Totó abanando o rabo para o PT foi demais.
Antonio Carlos- Totó
22 de outubro de 2014
Ainda bem que você se tocou. Cachorro com nome de Totó é tão antigo como escrever Antonio com th. Totó hoje é nome de cantor, artista,jogador. Quanto ao blog, existem para todos os tipos de mentalidade. Parece que esse não é o seu. Não tenho rabo, mas se tivesse, sendo meu, abanaria para quem quisesse. De qualquer modo sinto-me honrado em você ter pedido seu tempo lendo meu texto. Você poderia fazer um seu desdizendo tudo o que eu disse. Desse modo teríamos um construtivo debate.
blogdoamstalden
22 de outubro de 2014
Bem, se você, Marco Anthonio Andre responde a um artigo desta maneira, é melhor vc. “gastar seu tempo” com outro blog mesmo. Aqui se debate com educação.
blogdoamstalden
22 de outubro de 2014
Depois desta maneira de responder, Marco Anthonio Andre, é melhor mesmo que você gaste seu tempo com outro blog. Aqui, meu caro, as pessoas debatem com cortesia ou são deletadas. Este blog não é adequado a você. Nem se dê ao trabalho de replicar porque vai ser deletado. E não por não gostar do PT ou dos artigos do Totó. Mas por não ser educado.
Augusto Sousa
22 de outubro de 2014
Caro Totó,
Também entendo que o PIB, por si só, não deve expressar todo o grau de desenvolvimento de uma nação. Há outros, como o renda “per capita” ou IDH. Porém que a produção de bens e serviços ( PIB) é a mais importante talvez se perceba na comemoração do governo anterior quando o Brasil superou a Inglaterra em PIB.
Porém nada se falou, na ocasião, sobre a renda “per capita” ou IDH.
Apontar a existência de bilionários ou ricos como variável explicativa tem apenas tem efeito de massagear o ego. Toda nação tem que ter ricos, tem que haver sonho de progresso, mesmo material. O rico faz a moeda circular, dá emprego.Alimenta esperanças, sim. Apenas, como exemplo, acredito que em “Biafra”, nos anos 80, a desigualdade social era praticamente nula.Porém não servia como exemplo de qualidade de vida.Ou mesmo em Butão citado.
As estatísticas usadas pela imprensa, muitas vezes são enviesadas. Como pode ser dito que o rico paga 21% de imposto se só o Imposto Renda leva 27,5% ? não vá me dizer que é sonegação. Assim como o índice de 10% de empregadas domésticas com carteira assinada. Talvez esse dado seja de 1980.
Agora, já que citou a presidente Dilma, que tal lembrar outros feitos:
– Porto em Cuba (US$ 1,6 bilhões)
– Brasil financia rodovia de US$ 400 milhões na Bolívia
– De 6 mil creches prometidas, só 1.415 foram concluídas
– Campanha de Dilma em 2010 pediu dinheiro ao esquema do Petrolão
– Operação Lava a Jato: R$ 10 BILHÕES desviados entre 2009-2014 da Petrobras
– Refinaria de Abreu e Lima tem indícios de superfaturamento de quase R$ 370 milhões
– Brasil confirma que empréstimos de US$ 875 milhões a Angola e Cuba são secretos
Abraço
Diego Justino
22 de outubro de 2014
Lindas palavras, Totó, para que vai votar no PT.
Mas no meu caso, como insatisfeito que estou com o atual governo, e sabendo que não adianta somente tratar “dos mais pobres” e sim dar base sustentável ao país para que todos, incluindo os “mais pobres”, possam se capacitar e crescer de maneira igual a todos, creio que o mais “democrático” é sim a alternância de governos.
Porque, meu amigo, já se foram 12 anos e estamos aí, com os escândalos relatados pelo nosso querido amigo Augusto Souza (e muito bem dito).
Com sinceridade, não acredito que dar mais 4 anos de governo petista ao Brasil vai nos trazer realmente “governo novo, idéias novas”, como tanto eles têm veículado nos meios de comunicação.
Eu voto Aécio, 45, não porque ele é o que eu mais quero para o Brasil.
Mas considerando a “fantoche presidenta candidata” que temos atualmente, estamos realmente na hora de mudar.
Um grande abraço.
E grande abraço também a um dos melhores professores que tive na faculdade, EEP, prof. Amstalden.
Abração professor.
blogdoamstalden
22 de outubro de 2014
Obrigado Diego. Abração.
Antonio Carlos Danelon - Totó
26 de outubro de 2014
Amigos caros. Ser lido já é bom; comentado, melhor ainda especialmente por gente inteligente. Quanto alternância de poder concordo plenamente desde que tenhamos gente para isso. Ressuscitar FHC, Hermínio Fraga, o metálico Alckmin, etc. e acreditar num político de carreira como Aécio, é renovação? Nesse caso não troco o certo pelo duvidoso. Penso que devo colocar na presidência gente de confiança e que ame o país; que se preocupe com os mais sofridos, porque se formos um país justo seremos um país pacífico e promissor. Porém, a pessoa do presidente pouco pode fazer por nós. Quem cuida de nossa segurança, educação, transporte, esgoto, água, habitação, etc. é o prefeito, que se não tiver bons projetos nunca receberá verbas. É ele que deve ser cobrado.