Em 2015. Por Luis Fernando Amstalden

Posted on 31 de dezembro de 2014 por

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Em 2015 eu desejo ter boa saúde. Mas se a doença me surpreender, eu desejo ter paciência e coragem para me tratar ou tratar daqueles que precisarem. Afinal, a saúde eterna não existe e a fragilidade faz parte da vida. Entender isso é livrar-se do medo e viver bem.

Em 2015, eu desejo ter dinheiro para as minhas necessidades, mas desejo também que estas sejam necessidades reais e não ilusões criadas pela minha vaidade ou pelos interesses de uma propaganda gananciosa que me é estranha. E ainda, espero que tendo dinheiro suficiente para o que eu realmente preciso, eu tenha a coragem de partilhar o restante com aqueles que precisam mais. Eu não posso prover a mim mesmo de tudo. O que eu uso para viver é fruto do trabalho e do esforço de milhares, milhões de pessoas. Estas, por sua vez, não são necessariamente reconhecidas e remuneradas de acordo com seus esforços. Assim, aquilo que eu ganho a mais, deve ser repartido, não por caridade, mas por justiça.

Em 2015 eu espero poder trabalhar. Mas também que meu trabalho gere o bem, que não oprima, engane ou promova a injustiça e a alienação. Espero que meu trabalho produza realmente algo, ainda que uma ideia, uma reflexão, um pequeno conhecimento. Espero que meu trabalho não seja vazio e, posto que eu trabalho com os pensamentos, que ajude a libertar alguém de sua ignorância.

No ano que chega, eu desejo a paz, mas que não seja a paz dos covardes que ignoram a injustiça e a opressão por medo, nem a dos tolos que não enxergam as raízes dos conflitos. Eu desejo a paz do meu espírito e da minha coerência, que me dá a coragem para lutar por aquilo que acredito ser justo e perfeito. E, se a luta chegar, eu quero combater o bom combate. Aquele que se faz pela verdade, não importando se a vitória não chegar agora. Um dia ela chegará, de acordo com minha luta agora.

Em 2015 eu desejo amar e ser amado. Mas não quero amar por obrigação ou dever, e nem me sentir obrigado a suportar aqueles que me fazem mal. Quero amar de verdade, com espontaneidade e pureza, sem esperar nada, mas sem me subjugar ao egoísmo alheio ou ao meu próprio. Desejo não odiar ninguém, mas ao mesmo tempo reconhecer que não se pode escapar do ódio de alguns. Espero não responder o ódio ou a maldade com as mesmas atitudes, mas poder me afastar com serenidade daqueles que me ferem.

Em 2015, eu desejo ser feliz. Mas desejo a felicidade verdadeira, aquela que vem da sabedoria e da serenidade. O restante, é pura ilusão.

Desejo tudo isso a você, que me lê agora, e a todos.

Tudo isso, agora, em 2015…

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