Quando meu tio Benedito (Dito) morreu, meu sobrinho Guilherme era pequeno, mas meu irmão resolveu leva-lo ao enterro como uma forma de educar para a realidade da vida.
Gui acompanhou impressionado o fechamento do túmulo e perguntou o que aconteceria agora. Meu irmão disse a ele que o corpo do tio ficaria ali, no túmulo, mas que a alma dele iria para o céu.
No trajeto de volta Guilherme estava pensativo e quieto.
No portão do cemitério ele disse:
– Pai eu queria ter um helicóptero…
E meu irmão:
– De brinquedo?
– Não pai. De verdade.
– Para quê, filho, para passear?
– Não. Para buscar a alma do Tio Dito e trazer ela de novo para juntar com o corpo…
Seria bom, né Gui, se existisse um helicóptero assim…
Carla Betta
10 de março de 2015
Ah, as crianças… … …