O principal sentimento que tive no decorrer da fatídica votação na Câmara dos Deputados pela admissão do processo de impeachment de Dilma Roussef foi impotência. Impotência de ver a hipocrisia engravatada e travestida de bandeira nacional. Impotência pelo distanciamento representativo daqueles que se dizem nossos representantes. Impotência pela inanição política do brasileiro, de termos permitido que chegasse a esse ponto.
Como um remédio para esse sentimento resolvi que iria, pela primeira vez, fazer a minha lição de casa como cidadão. Comecei anotando o nome de alguns deputados, especialmente aqueles deputados que esbravejavam contra a corrupção (quem esbraveja a favor dela?), como sendo os arautos da moralidade e ética no país. Me restringi ao total de quinze nomes, poderiam ser muitos mais, porém, seria uma lição bem focada e incisiva.
Comecei a pesquisar nome por nome e pela minha “surpresa” descobri que de quinze desses nomes, quinze estão com pendências judiciais ligadas aos mais diversos crimes políticos. Que coisa não? Escrevi então uma mensagem privada no facebook a todos esses quinze deputados indagando-os sobre como era lutar contra a corrupção sendo eles próprios os corruptos. Será que é uma luta interna muito grande?
Como era de se esperar, quatorze desses quinze deputados questionados me responderam com silêncio, e como se diz na sabedoria popular: quem cala, consente. No entanto, obtive resposta de um deputado e prefereria ter ficado sem ela, somente o silêncio já me bastaria.
O Deputado? Digníssimo Carlos Manato (SD-ES), que teve sua campanha eleitoral abastecida com dinheiro de duas empreiteiras investigadas na Operação Lava-jato, a UTC e Andrade Gutierrez. A minha pergunta para ele foi basicamente a mesma que fiz para os outros deputados: como ser contra a corrupção recebendo dinheiro de corruptos?
A resposta dele: “Sua mãe vai bem?”
Como poderia interpretar uma resposta tão democrática e esclarecedora assim? Como? Seria a minha mãe uma das investigadas pela Lava-jato? Estaria ele tentando ofender a minha família? Estaria ele realmente preocupado com o bem-estar social de minha querida mãe? Não.
Essa resposta, para mim, somente confirmou aquilo que já desconfiávamos. Que independente de você ser um “coxinha”, independente de você ser um “mortadela” ou independente de você ser “isento”, eles não estão nem um pouco preocupados com o que pensamos ou deixamos de pensar sobre eles, o compromisso deles é com o dinheiro e com o poder, é pra esses dois que a classe política deve satisfação, pra mais ninguém. Consequência do nosso distanciamento e desinteresse pela política. Frases como “Não gosto de política.”, “Precisa discutir política agora?”, “Político é tudo igual.”, “Política é uma bosta.” são a força motriz desse distanciamento e que acabam facilitando casos de corrupção na política. Imagine se nós, os brasileiros, fizéssemos a lição de casa e fôssemos atrás de nossos representantes cobrando respostas sobre as suas atitudes, diminuindo essa distância cada vez mais, a internet está aí para isso. Imagine se mudássemos o nosso “jeitinho brasileiro”. Imagine se a ética que valesse para os outros, fosse a mesma que valesse para você. Imagine como poderia ser diferente a resposta que o Deputado Manato poderia ter me dado. Imagine.
E falando nisso, deputado, minha mãe vai muito bem sim, obrigado.
Iuri Pitombo é formado em Rádio e TV, músico e técnico de som.
PS: Eu, Amstalden, vou escrever ao Deputado Manato protestando por esse ocorrido. Se você quiser, esta é uma boa oportunidade de exercer a cidadania direta. Depois publico o que mandar. Escreva também e faça sua crítica. Escreva com educação e firmeza. E vamos pressionar para que respostas destas, indignas de um deputado, ocorram novamente. O email dele é
dep.carlosmanato@camara.leg.br
E você pode visualizar o perfil dele no link:
http://www.camara.leg.br/internet/deputado/Dep_Detalhe.asp?id=5830639
Antonio
7 de maio de 2016
Professor, não farei perguntas a nenhum deputado.
Entendo que atravessamos um momento difícil e até aqui único em nossa história.
O momento em que o país escolhe o caminho que irá trilhar e neste momento, corremos sério risco de perdermos a última riqueza que nos resta a qual permite inserir o país entre os grandes do mundo além de tornar o Brasil um país mais justo e igualitário a todos.
Enviarei este texto a todos os senadores.
Aos que eventualmente lerem, caso concordem, façam o mesmo acessando o Portal do Senado Federal e através dele, cada um dos senadores da república.
Excelentíssimo Senhor Senador, no próximo dia 11 de maio V.Exa. tem a responsabilidade de decidir sobre o futuro do Brasil e nossa plena soberania atual e futura.
A deposição da Presidente Dilma Roussef implicará na aplicação do programa de governo apresentado pelo Sr. Michel Temer que propõe, entre varies pontos, a privatização do Pré Sal e a retirada do Brasil do bloco dos BRICS.
O BRICS, cujos países possuem por mais de 1/3 da população mundial tende a se consolidar também como o maior bloco econômico mundial porque dele a China faz parte. Devem chegar a uma nova moeda de comércio internacional aliviando boa parte dos demais países da pressão exercida pelo dólar estadunidense.
Temos o mais rico subsolo entre todos os países do mundo, por decisão de governos anteriores a Vale do Rio Doce foi privatizada. Privatização que foi por muito tempo louvada como um exemplo de bom governo e boa administração.
Em novembro parte do Brasil e da nossa população conheceu a verdadeira face da tão propalada eficiência administrativa, o rompimento da barragem da SAMARCO, mortes e destruição do meio ambiente.
Fosse a VALE DO RIO DOCE ainda estatal e a SAMARCO ainda controlada pela VALE, essa tragédia não teria ocorrido porque uma estatal não maximiza seu lucro a qualquer preço e distribuí benefícios a toda população e não só aos seus poucos acionistas.
A privatização do Pré Sal e da Petrobras, pelo histórico anterior das privatizações e da própria VALE do RIO DOCE acarretará com toda certeza desastres iguais, senão maiores como o que ocorreu há pouco tempo no Golfo do México em razão da busca pelo lucro a qualquer preço.
Os valores que nosso governo deixará de arrecadar com a privatização obrigarão ao encerramento das atuais políticas sociais e os impostos ainda que sejam elevados serão insuficientes para manutenção dessas políticas. O grande lucro das operações com petróleo beneficiará apenas os acionistas particulares, muitos deles no exterior, como ocorre hoje com os lucros obtidos pela VALE.
Críticas podem ser feitas aos últimos governos, eu tenho algumas, mas é inegável que as políticas adotadas foram positivas para a população como um todo e para o país.
A ONU retirou o Brasil do Mapa da Fome, não permita que retornemos a ele.
Excelentíssimo Senhor Senador, acima das possíveis querelas pessoais e partidárias reflita e pense no Brasil, na nossa população e na nossa soberania plena que será irremediavelmente perdida com a deposição da presidente.
Não permita que o gigante que estava adormecido seja abatido quando começava a despertar. Abatido para nunca mais se levantar.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR SENADOR FAÇA SUA HISTÓRIA REJEITANDO O PROCESSO CONTRA A PRESIDENTE.
ENTRE PARA A HISTÓRIA DO BRASIL PELA PORTA DA FRENTE!
Antonio
7 de maio de 2016
Professor, peço que dentro de suas possibilidades assista esse vídeo e opine se considerar conveniente.
Antonio
7 de maio de 2016