Grafitti I. Por Valéria Pisauro

Posted on 6 de fevereiro de 2013 por

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I – INTRODUÇÃO:
Grafite ou grafito (do italiano graffiti, plural de graffito) significa marcas ou inscrições feitas em paredes, desde a Pré-História, passando por Pompéia, pela Revolução Mexicana na década de 30, pela Segunda Guerra Mundial, formando o Hip-Hop no final dos anos 60.

Considera-se grafite uma inscrição caligrafada, um desenho pintado ou gravado sobre um suporte que não é normalmente previsto para esta finalidade.

Grafismo, por sua vez, é a maneira de traçar linhas e curvas sob um ponto de vista estético.

O grafismo foi durante muito tempo visto como antiarte. Atualmente, o grafite conquistou espaço no âmbito das artes visuais, mais especificamente, da “street art” ou arte urbana, em que o artista aproveita os espaços públicos, criando uma linguagem intencional para interferir na paisagem da cidade, transmitindo diferentes ideias. Não se trata, portanto, de poluição visual e sim, expressão artística.

Entretanto, muitas polêmicas giram em torno desse movimento artístico equiparando-o á pichação, que é bem mais controverso.  Normalmente distingue-se o grafite, de elaboração mais complexa, da simples pichação, quase sempre considerada como contravenção e vandalismo, caracterizada pelo ato de escrever em muros, edifícios, monumentos e vias públicas. No entanto, muitos grafiteiros respeitáveis, como Osgemeos, autores de importantes trabalhos em várias paredes do mundo, como a grande fachada da Tate Modern de Londres, admitem ter um passado de pichadores. Na língua inglesa, contudo, usa-se o termo graffiti para ambas as expressões.

 

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II – CONTEXTO HISTÓRICO-CULTURAL:

 

A partir do movimento contracultural de maio de 1968, quando os muros de Paris foram suporte para inscrições de caráter poético-político, a prática do grafite generalizou-se pelo mundo, em diferentes contextos, tipos e estilos, que vão do simples rabisco ou de tags repetidas ad nauseam, como uma espécie de demarcação de território, até grandes murais executados em espaços especialmente designados para tal, ganhando status de verdadeiras obras de arte. Os grafites podem também estar associados a diferentes movimentos e tribos urbanas, como o Hip-Hop, e a variados graus de transgressão como forma de expressar toda a opressão que a humanidade vive, principalmente os menos favorecidos refletindo a realidade das ruas.

Nos Estados Unidos, um importante artista grafiteiro foi Jean-Michel Basquiat (1960-1988). Original de uma família haitiana, Basquiat buscou, para sua arte, raízes na experiência da exclusão social, no universo dos migrantes e no repertório cultural dos afro-americanos. Ao longo da década de 1970, seus “textos pintados” despertaram a atenção da imprensa novaiorquina, sobretudo pelas mensagens poéticas que deixou nas paredes dos prédios abandonados de Manhattan e nos bairros que eram redutos de intelectuais e artistas.

Posteriormente Basquiat ganhou o rótulo de neo-expressionista e foi reconhecido como um dos mais significativos artistas do final do século XX. Atualmente no século vinte e um, o grafite conquistou espaço em museus.

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III – ARTE GRAFITE:

 

Arte Grafite, Grafiti, Graffiti, Aerosol Art são expressões artísticas que utiliza como meio a lata de spray e se desenvolve no ambiente urbano.

A Arte Grafite Hip-Hop, no entanto, difere de Arte Mural, da Aerografia em muros e dos Afrescos. Os temas e as técnicas são outros. Coube aos brasileiros, uma inovação: a introdução da tinta látex na feitura do Grafite Hip-Hop.

É comum dividir a Arte Grafite em “Grafite Hip-Hop” e o “Grafite Acadêmico”. No primeiro, os elementos presentes são as letras e as personagens caricatas presentes em um cenário com influências fortes dos quatro elementos da Cultura Hip Hop e o uso predominante da tinta spray.

 

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Na segunda, estão as “máscaras” (stencil art) e dos Murais, sendo geralmente, praticadas por pessoas que não possuem vínculos com a Cultura Hip-Hop e sim das Escolas de Arte, autodidatas e boêmios. Entretanto existem artistas que utilizam o spray como instrumento, mas não pintam temas relacionados à Cultura Hip-Hop.

(Por motivo de capacidade  limitada do Blog em publicar imagens e de incapacidade ilimitada do mantedor do Blog – Amstalden – em conseguir uma solução técnica para isto, este artigo será publicado em três vezes. Portanto, continua… Amstalden)

Valéria Pisauro é Professora de Literatura e de História da Arte.

http://valiteratura.blogspot.com.br/