Em todas as regiões da cidade vejo prédios sendo erguidos em ritmo frenético. Será que tudo isso foi planejado de modo sensato com previsão de equipamentos públicos e mobilidade? Foram feitos estudos sobre os impactos ambiental, social e de vizinhança? Casa não é esconderijo. Temos direito a uma cidade com qualidade de vida e não um amontoado de gente disputando espaço e recursos. Também precisamos – e muito mais – de parques com altas árvores, água, pássaros onde se respire um pouco de paz. Investir no verde economiza na doença. Antes que essa cidade vire um inferno é preciso que a administração pública freie a ganância do setor imobiliário. O que vejo está mais para corrida do ouro que crescimento sustentável.
HORÁRIO DE VERÃO
Nesta 38ª edição do horário de verão, o governo espera economizar R$ 400 milhões. Se, como no tempo do ‘apagão’, fizesse trabalho de conscientização durante o ano todo, certamente seria muito mais e não precisaria punir trabalhadores obrigando-os a dormir pouco e trabalhar mais. Vejo em muitas repartições públicas – privadas também – desbotados funcionários trabalhando em ambiente insalubre porque passam o dia com janelas e cortinas fechadas; persianas abaixadas, luzes acesas, ar condicionado e ventiladores a todo vapor. Lá fora o sol brilha pleno no azul do céu. Trocam o natural pelo artificial. Se deixassem entrar a brisa do dia e luz do sol, além de economizar energia, provavelmente seriam mais saudáveis.
FAMILIA ACOLHEDORA.
No dia 12 de outubro passado acompanhei lançamento do Programa Família Acolhedora, projeto sonhado e há tanto tempo aguardado como alternativa aos antiquados e traumáticos abrigamentos de crianças em situação de vulnerabilidade. Louvável a firme atitude da atual Secretária da SEMDES por fazer o sonho virar realidade; diferente da anterior que persistiu no nefasto sistema de abrigamento. “Crianças que começam a vida em orfanato mostram redução na massa cinzenta cortical do cérebro”. (Suzana Herculano-Houzel JP 25.09.12). Só não sei pra que sevem políticos nesses eventos, sempre à mesa de honra falando do que não sabem.
PLANO DIRETOR
Conforme exigências do Estatuto da Cidade, o Plano Diretor de Piracicaba está em período de revisão. A lei federal exige ampla participação da população. As reuniões estão acontecendo no Centro Cívico das 18 às 23 horas. Cidadão que trabalha o dia todo tem que rebolar se quiser participar. Nas poucas vezes que lá estive vi meia dúzia de pessoas. Quem mora longe e depende de ônibus volta pra casa de madrugada por sua conta e risco. A administração precisa parar com esse faz de conta que quer participação popular, pois quando faz, além de dificultar para não ver questionadas suas decisões, faz para cumprir exigências que habilitam o município a recursos federais. E mesmo assim nem sempre acata as contribuições dos cidadãos. Se fosse democrática de fato, faria reuniões nos bairros.
MÚSICA
Onde eu estava minha FM preferida não chegava. Virei o sintonizador do rádio de cima pra baixo e debaixo pra cima. Não achei uma estação tocando música decente. Parecia tudo igual: locutor, cantor, ritmo, estilo e letras, nojentas por sinal; uma baixaria. Nelas a mulher é tratada como objeto; vulgarizam o sexo, banalizam o amor e algumas delas preconizam a pedofilia. Os ‘cantores’ não cantam, berram. Querem fama mesmo efêmera e dinheiro rápido. Com isso jogam no lixo a mais bela das criações humanas, a música. Se rádios comerciais tocam a exaustão é porque dão dinheiro e se dão dinheiro é porque muita gente gosta. E isso é o pior de tudo.
Antônio Carlos Danelon (o Totó) é assistente social. totodanelon@ig.com.br
Posted on 15 de novembro de 2013 por blogdoamstalden
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