Hidrovia e barragem de Santa Maria da Serra. Por Eloah Margoni

Posted on 21 de novembro de 2013 por

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barragem

O Sr. Bruno Prata comentando, em 14/11, a parte de nosso artigo publicada no JP sobre a temática acima, enseja o ampliar da discussão. Em primeiro lugar, a Sodemap é entidade ambientalista com assento no Conselho Nacional de Meio Ambiente. Nossas opiniões refletem pensamentos, pareceres técnicos racionais de profissionais gabaritados nas áreas envolvidas. Mas o cidadão de bom senso entende a lógica simples da questão. Os outros não. Afinal, o pior cego é aquele que não tem mesmo interesse em ver, ou que enxerga somente o que deseja. E o ponto crucial: hidrovia não é igual a nenhuma nefasta barragem! Claro que somos a favor de os rios serem usados como vias! Isso, desde que os mesmos sejam navegáveis. O Piracicaba não o é; então um de nós, aqui, raciocina muito mal. Para aumentarem-se poucas dezenas de quilômetros de via será necessário transformar o Piracicaba num outro e talvez melancólico rio, como bem nos explica o professor doutor Paulo J. Figueiredo (seria tal como utilizarem-se cirurgias plásticas, braços e pernas biônicos num rapaz, para transformá-lo num novo Michel Jackson; ou talvez como no filme “A Pele em que Habito”); isso com exorbitante gasto de dinheiro público e conseqüências ambientais desastrosas, que mal sabemos como eclodirão na região. Também será necessário desalojar-se toda a população do Tanquã, que lá vive há tanto tempo, acabar-se com o habitat do jacaré de papo amarelo e com várzeas restantes do Tietê. Mas o Sr. Prata já deixou claro que não se importa com nada disso. E nós dizemos que a cidade às vezes é sábia, pois nunca o reelegeu como seu representante. Afirma o Sr. Bruno que o projeto não se trata de nada eleitoreiro como pensávamos. Tanto pior. Também procura nos desqualificar, dizendo que não sabíamos da existência de um EIA RIMA oficialmente só protocolizado na CETESB logo depois, apesar de as despesas com empresas contratadas para tal já se terem iniciado desde há muitos meses, e acordos entre Estado e Governo Federal antecederem à aprovação do mesmo… Mas o Gaema, a tropa de elite do Ministério Público Estadual de Meio Ambiente que, inclusive, conseguiu a proibição da queima de cana na região, atenciosamente distinguiu a Sodemap, convidando-nos para o encontro ocorrido em 12/11, ao qual comparecemos. O Sr Bruno Prata não estava lá. Voltando à hidrovia, ramais ferroviários, que levem as mercadorias até onde o Piracicaba é já naturalmente navegável, estão de bom tamanho. Isso para qualquer homem sensato, o qual sabe que daqui nada se leva e que com a natureza é necessário respeito. No mais, para o bem da região toda e da nossa população, deveria encerrar-se definitivamente essa história sem pé nem cabeça e, principalmente, sem nenhum coração.

 (Tomei a liberdade de inserir neste post, o comentário do Sr. Antônio Carlos Magalhães. Empresário que mantém uma reserva de Mata Atlântica preservada e ameaçada pela barragem. Ele está sendo convidado a escrever mais para este Blog e sua posição, me parece, é importantíssima)

Mensagem do Sr. Carlos Eduardo Magalhães

Sou presidente da CIA BARREIRO RICO e um dos 7(sete) proprietários dos mais de 2.400 ha de mata atlântica (ou sub conforme Paulo Nogueira Netto).A ÚNICA NO ESTADO DE SÃO PAULO(planalto) EM MÃO DE PARTICULARES.
Não sou xiita e sempre fui a favor do progresso principalmente no que tange transporte fluvial para escoamento de nossa enorme e crescente produção agrícola.
Imagino que todos estejam de boa fé , assim como eu.
Mas o que estão tentando fazer com a barragem é inaceitável pela falta de dados, falta de planejamento mínimo e amadorismo com que tratam a questão.
Estarei inscrito para falar na audiência pública de Piracicaba no próximo dia 10/dez/13 com dados da importantes universidades, especialistas e tantos outros competentes estudiosos além de detalhes que NINGUÉM escreve ou debate por desconhecimento.
Há 50 anos recebemos mais de 20 universidades do mundo inteiro para estudos de todo tipo de assunto .
Abraço
CARLOS EDUARDO DE MAGALHÃES