Inegável verdade, assassinatos sempre existiram!
Segundo o jornalista e escritor argentino Osvaldo Bazán:
“A criança judia sofre a estupidez do mundo, volta para casa e lá seus pais judeus lhe dizem: ‘estúpido é o mundo, não você’. E lhe dizem por que essa noite não é como todas as noites, e contam para ela a história daquela vez em que tiveram que sair correndo e o pão não levou. Dão-lhe uma lista de valores e falam: ‘Você está parado aqui’. E saberá a criança judia que não está sozinha. A criança negra sofre a estupidez do mundo, volta para casa e lá seus pais negros lhe dizem: ‘estúpido é o mundo, não você’. E lhe falam do berço da humanidade, de um barco, de uma guerra. Dão-lhe uma lista de valores e falam: ‘Você está parado aqui’. E saberá a criança negra que não está sozinha. A criança homossexual sofre a estupidez do mundo e nem pensa em falar com os pais, porque supõe que eles vão ficar chateados. Não sabe por quê, mas eles vão se chatear. E para seus pais, o pior é crer que seu filho não é como eles (…). A criança homossexual, só por ter nascido homossexual, só por ter sido parida em território inimigo, está em guerra com a religião, com a ciência e com o Estado. Como poderá uma criança enfrentar uma luta tão desigual?” .
Osvaldo Bazán estava certo, A violência pautada na homofobia assusta o Brasil todos os dias, em Três Lagos, no Mato Grosso do Sul, um menino de 16 anos apanhou do pai por ser homossexual. A mãe do menino quem denunciou o marido à Polícia Civil.
“Ninguém pode ser discriminado por sua opção sexual [ Leia orientação sexual, grifo meu – link sobre o tema clique aqui ], a qual deve ser respeitada por todos”, disse o delegado Paulo Henrique Rosseto de Souza, titular da 1ª Delegacia de Polícia do município, onde foi registrado o boletim de ocorrência. Segundo a mãe, o pecuarista agrediu fisicamente e trancou o filho em um quarto sem energia elétrica. “Ele bateu na cara do menino, derrubou ele no chão, montou em cima e continuou dando socos e tapas em seu rosto e humilhando, dizendo que gay tem que apanhar mesmo, que é lixo, vagabundo”, contou a mulher à polícia.
A mãe ainda relatou que para salvar o menino, ela e os outros filhos o levaram para a casa da avó. Mesmo assim, o pai foi até lá e voltou a agredi-lo. “Bateu a cabeça do menino no chão e dizia que estava ‘endemoniado’ e que iria tirar o capeta dele na unha”, contou.
O próprio pai levou o jovem ao hospital após as agressões. Segundo testemunhas, o pecuarista amarrou uma corda na perna do menino, ameaçou jogá-lo para fora do carro e arrastá-lo pela rua. (fonte: http://odia.ig.com.br/noticia/brasil/2013-08-02/pai-espanca-filho-de-16-anos-por-ser-gay.html)
Pobre criatura, que por desgraça nasceu nessa sociedade sem limites.
Com apenas 08 anos, o menino Alex foi espancado pelo pai Alex André Moraes Soeiro, de 34 anos, até a morte, na Vila Kennedy, zona oeste do Rio, no dia 17 de fevereiro. O motivo: o menino não queria cortar o cabelo para ir à escola e gostava de lavar louças. Em depoimento, o pai afirmou que batia frequentemente no filho porque o menino era afeminado. No Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, os peritos constataram que ele morreu por hemorragia interna. De tanto apanhar teve o fígado perfurado. Ele também tinha sinais de desnutrição. (Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,menino-de-8-anos-e-espancado-ate-a-morte-pelo-pai-para-andar-como-homem,1137536,0.htm)
Segundo o Bolsonaro, esta é a solução mesmo, veja o lastimável vídeo:
A junção Política + Religião nunca foi uma boa combinação, os livros sobre o holocausto, a escravidão, os apedrejamentos a mulheres “adúlteras” entre outros, nos provam que a religião deve ser distanciada da política, e sem dúvida alguma, o eleitor deve tomar esse cuidado: Qualquer candidato que coloque seus valores religiosos a frente dos seus valores políticos é um perigo para sociedade, isso porque ele possui uma grande parcela de votos incondicionais e um grupo de fieis que votam pelo simbolismo religioso e não pelas propostas. A velha ferramenta de voto de cabresto, só que ao invés de um pedaço de terra para plantar ou par de havaianas, temos o céu como promessa. Políticos movidos por valores religiosos ou interesses, meramente, pessoais, como é o caso de Bolsonaro, falam e agem de forma a endurecer a nossa sociedade, criando valores arbitrários a boa convivência e valorização da dignidade humana, garantia pétrea de nossa nação.
A fala, mas que qualquer outra coisa, fortalece conceitos e ideias que resultam diretamente nos núcleos mais singulares de nossa sociedade: A família.
A família, pelo menos o modelo que conhecemos, nunca foi porto seguro, é na família que somos censurados, mimados, induzidos ao erro e castrado de nossas principais características, tornando-nos submissos ou egocêntricos. Na família a criança gay é ridicularizada com todos os termos pejorativos, antes mesmo dela saber o que a palavra gay significa e qual o seu peso social. Muito antes de seus desejos sexuais surgirem, essa criança já sofre a primeira marginalização, dentro de casa, entre os que deveriam amar, ou ao menos lhe proteger, como garante o Estado em nossa constituição. Quando uma criança demonstra qualquer tipo de delicadeza [Como se a delicadeza fosse um defeito, veja o tema clicando aqui] a primeira repreensão ocorre na santidade do lar. É em casa que a criança ouve, pela primeira vez, que qualquer conduta homossexual é condenável, e ela escuta isso sem nem ao menos saber o que é. Daquele momento para frente, na escola, no parque, no clube ou na rua, quaisquer agressões verbais ou físicas essa criança encontra-se desamparada, sem o porto seguro que seria sua família. Ao contar em casa, ela se sujeita a uma surra, pois incide sobre ela a culpa [Conceito religioso detestável, leia responsabilidade ao invés de culpa].
É óbvio que existem famílias diferentes, mas essas são as exceções e não a regra! A criança gay sofre rejeições das mais diversas e em todos os ambientes, ao torna-se adolescente e consequentemente ao aflorar sua sexualidade, todas as neuroses, adquiridas no âmbito familiar e social, sufocam e é por isso que o número de suicídios é tão alarmante entre os jovens gays. Uma parcela foge de casa, sujeitando-se a mazelas sócias, uso de drogas, prostituição e todo tipo de sofrimento e rejeição. Quem sobrevive a essa guerra, engolirá, goela abaixo, todos os dias, na escola, faculdade, trabalho, as piadas e ofensas.
Há quem diga que é escolha, que é opção sexual, mas convenhamos quem escolheria passar por tudo isso?
No entanto, existem escolhas, podemos escolher em quem votamos, quais os valores passaremos adiante, que sociedade queremos. Para que os homens maus vençam, basta que os bons não façam nada.
Evandro Mangueira é escritor, autor do livro Arcanjo Gabriel.
Tirene
10 de março de 2014
Difícil fazer qualquer comentário sobre este assunto. Só me vem a cabeça uma frase lida há muitos anos, ironicamente numa propaganda de cigarros, onde aparecia “Tolerância: a menor distância entre dois pontos de vista”.
Evandro Mangueira
10 de março de 2014
Frase muito boa, a tolerância é algo difícil de se conquistar quando existem forças tão desiguais.
Evandro Mangueira
10 de março de 2014
Creio que o amor seria a melhor palavra.
Gleison
10 de março de 2014
Quanto ao boçal do bolsonaro, o mais triste é ver pessoas o idolatrando por sua postura autoritária, agressiva, violenta, retrógrada, preconceituosa, entre outras características. É triste ver a truculência ocupando o lugar da inteligência.
Evandro Mangueira
10 de março de 2014
É verdade Gleison, triste é ver os que se espelham nessas personalidades.
charles
8 de setembro de 2015
o cara n é inteligente??? kkkkkkkk. o triste é ver gente falaando do q n sabe. O cara passou pela AMAN (ACADEMIA MILITAR DOS AGULHAS NEGRAS), uma das escolas mais tradicionais do Pais. CALA A BOCA DE REPORTERES MAL INFORMADOS, OU BEM INFORMADOS, CALOU Jô, então segue o caminho e se cala tbm.
Evandro Mangueira
9 de setembro de 2015
Charles, existem diversos tipos de inteligência, inclusive inteligência emocional. Sou obrigado a concordar com vc, o cara encontra-se na posição em que se encontra, utilizando artifícios de inteligência. Mas longe de mim, confundir inteligência com sabedoria.
Valéria Pisauro
10 de março de 2014
Muito bom! Acredito que a palavra correta seja “aceitação”, inclusive a partir do próprio protagonista.
Evandro Mangueira
10 de março de 2014
Valéria, aceitação é a palavra de ordem!
Carla Betta
10 de março de 2014
ARTIGO MUITO BEM ESCRITO, MUITO BEM ARGUMENTADO, ESTARRECEDOR PELA REALIDADE QUE DESCREVE. AMOR É A PALAVRA FUNDAMENTAL! ALIÁS, COMO TÃO BEM JÁ O DISSE PAULO DE TARSO.
Evandro Mangueira
10 de março de 2014
Obrigado Carla, amor, amor, amor é o que nos falta para um mundo melhor.
Eduardo Stella
11 de março de 2014
tenho me preocupado com a ignorância política e social que eleva gente monstruosa do quilate do bolsonaro a status de “foemador de opinião”.
Evandro Mangueira
12 de março de 2014
Eduardo Stella, A muitos anos (coisa de mais de 10 anos) em uma balada gay um candidato a um cargo político me disse: ” Se não começarmos a eleger os nossos representantes de fatos, vamos entrar em uma corrida sem volta, porque eles tem os fieis que votam em quem eles mandarem votar, eles sabem usar os seus púlpitos e altares. Lembro que na época me fez refletir sobre o assunto, e de lá para cá, só vi a igreja torna-se um grande gabinete político, ocupando todos os espaços e atingindo cada vez mais a população. Em certo programa de TV, vi um pastor dizer assim: “Votem no irmão “fulano” mesmo que vc não o conheça, porque ele é um homem de Deus e se nós não colocarmos um homem de Deus lá, o diabo vai colocar um dos seus!” Diga-me, como poderá alguém não voltar nesse fulano, se a oposição será um filho do capeta? Temo, meu caro amigo Eduardo Stella, que é tempo de esclarecer a população, senão o futuro será assustador.