Não sei !!! Não consigo entender !!!
Gente que “mete o pau” na bolsa família.
Estudou anos e anos em universidades ou faculdades públicas, não devolveu com trabalho gratuito essa gratuidade do curso, bancada pelo governo (e pelos contribuintes), e não quer permitir o mínimo de condição para sobrevivência de brasileiros quem nada tem, nas regiões mais pobres do país.
Depois ainda publicam fotos de suas viagens, carros, iates, festas e regalias, como profissionais bem sucedidos, esquecendo que todos nós pagamos por seus cursos e financiamos suas carreiras (como contribuintes).
Vão dizer que eu sou reacionário, comunista, sei lá, que conseguiram tudo por seu mérito e esforço, e que quem recebe a bolsa família é um bando de vagabundos e preguiçosos. Vão morar com eles e viver o seu cotidiano.
Exemplo: quanto é gasto com um brasileiro (você ou seu filho) só para sua graduação numa universidade pública? Mais ou menos, durante uma média de 5 anos, aproximadamente, por baixo, R$ 90.000,00 ? É claro que esse exemplo só é válido para quem tem acesso a um curso superior e não para aproximadamente 60 famílias com “bolsa família” por 5 anos.
Se a ideia é atacar o projeto para não reeleger a presidente (o “bolsa família” rende votos), acho que o caminho não é esse. Tirar isso, é contribuir para, no mínimo, o retorno da mortandade infantil aos níveis anteriores ao projeto, entre outros paliativos (infelizmente) necessários emergencialmente, e isso já é um crime para nossas consciências, que estão me parecendo, endurecidas pelo simples motivo de ser contra o governo que aí está. “Se tem governo sou contra”, seria isso???
Tem muita coisa errada no país, o governo não consegue resolver, mas colocar todo foco nesse projeto, que é um projeto que me parece já utilizado em governos anteriores, não tem lógica.
Desculpem minha forma, talvez simplista de ver o problema, mas não me parece solução para os problemas do país tirar o pouquinho de quem nada tem.
Renato Celini Badiale é Engenheiro e Professor.
Adhair
17 de julho de 2013
Em primeiro lugar, parabéns por expor com franqueza e coragem o seu modo de pensar. Muito interessante a sua abordagem ao assunto. No mínimo me fez pensar mais uma vez sobre este tema. Eu também já cheguei a pensar do mesmo modo. Porém já a algum tempo percebi que o bolsa família é um instrumento para “render votos”, como você mesmo citou, e não mais do que isto. Não resolve o problema da educação, da saúde e da miséria que afeta grande parte da população. Não educa as pessoas. Não melhora a cultura e o intelecto da população. Não atende às necessidades médicas e sanitárias deste país. É apenas e tão somente um meio de arrecadar votos e conseguir a manutenção do poder. Bem, estou apenas criticando e criticar é fácil. Difícil é oferecer uma alternativa. Eu também, de maneira simplista, penso que seria melhor dar à população a educação necessária através de escolas boas com professores competentes e valorizados, proporcionar saúde através de hospitais e sistemas de previdência eficientes, e dentre outras coisas, haver sempre exemplo de conduta ilibada em todos os setores, sejam públicos ou privados. Por sua vez, também penso que está na hora de todos, eu disse TODOS, se comportarem com um pouco mais de educação e cidadania. Todos nós deveríamos parar e pensar: é certo jogar lixo na rua? É correto levar o seu cachorro para sujar as ruas, e deixar a responsabilidade da limpeza para outrem? É correto dirigir com negligência, até mesmo soberba e agressividade no trânsito? Seria igualmente correto depredar e vandalizar tudo que é público????? Escolas são construídas e no mesmo instante são pichadas e estragadas. Está correto os alunos afrontarem e até mesmo agredirem professores em salas de aula? Resumindo: eu penso que ao invés de bolsa família, todos deveriam receber, com igualdade e justiça, condições dignas de vida. Porém todos deveriam retribuir respeito, dignidade e a com mesma igualdade e justiça a tudo aquilo que recebem. Se assim fosse, o bolsa família não representaria nada. De certa forma, estou de acordo com o Sr. Renato. Se a maioria se lembrasse e agisse do modo que deseja ser tratado, acho que estaríamos começando a trilhar um bom caminho. Mas estamos no sentido contrário. Bom dia a todos!!!
Carolina
18 de julho de 2013
Com BASE EM QUê vc diz isso: “Porém já a algum tempo PERCEBI que o bolsa família é um instrumento para “render votos”, como você mesmo citou, e não mais do que isto. Não resolve o problema da educação, da saúde e da miséria que afeta grande parte da população. Não educa as pessoas. Não melhora a cultura e o intelecto da população. Não atende às necessidades médicas e sanitárias deste país. É apenas e tão somente um meio de arrecadar votos e conseguir a manutenção do poder”? Sua percepção é sinônimo de verdade? Se lesse algumas das várias avaliações feitas sobre o Bolsa Família teria fundamentos para discordar desta sua percepção tão desinformada! Não sei como as pessoas têm coragem de expor suas opiniões assim, de forma tão tosca, com pretensão de dizerem uma suposta verdade sustentada em dados e argumentos que simplesmente desconhecem totalmente! AS AVALIAÇÕES MOSTRAM QUE O BOLSA FAMÍLIA CONTRIBUIU PARA A REDUÇÃO DA POBREZA E MISÉRIA E, MESMO, AINDA QUE EM MENOR MEDIDA, DA DESIGUALDADE. AUMENTOU O ACESSO DAS POPULAÇÕES CARENTES A DIREITOS DE CIDADANIA, DENTRE OS QUAIS, OS SOCIAIS, COMO ATRAVÉS DO ACESSO A SERVIÇOS DE SAÚDE E EDUCAÇÃO, MELHORANDO AS CONDIÇÕES DE NUTRICIONAIS E DE SAÚDE, BEM COMO EDUCACIONAIS (ENTRADA E PERMANÊNCIA NA ESCOLA E DESEMPENHO) DAS CRIANÇAS. OFERECE SEGURANÇA PARA PLANEJAMENTO DO FUTURO E CONDIÇÕES PARA INTERROMPER O CICLO DE REPRODUÇÃO DA POBREZA, AINDA QUE PARA ISSO MUITAS OUTRAS AÇÕES SEJAM NECESSÁRIAS, INCLUSIVE QTO À INSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO. ESSES SÃO SÓ ALGUNS DOS RESULTADOS E EFEITOS DO BOLSA FAMÍLIA QUE O TORNAM UMA POLÍTICA NECESSÁRIA, EMBORA NÃO SUFICIENTE PARA TANTOS PROBLEMAS ASSOCIADOS À HISTÓRICA POBREZA, DESIGUALDADE E RESTRIÇÃO DA CIDADANIA NO BRASIL. ALGUÉM SUPORIA QUE SERIA? FONTES AOS MONTES NOS SITES DO IPEA E SCIELO.
Adhair
18 de julho de 2013
Carolina, você está coberta de razão. Minha percepção não é sinônimo de verdade. Peço desculpas a você e a todos por haver deixado esta impressão. Foi apenas a minha (“tosca”) opinião sobre este programa de governo. Agradeço suas palavras pois me oferecem a oportunidade de voltar ao assunto para expressar que eu não julgo que o Bolsa Família deva ser cancelado. Não afirmei isto. Ao contrário, penso que não deve e não pode ser simplesmente cancelado devido justamente ao seus benefícios. Precisa continuar. Porém, ainda segundo minha percepção agora baseada na realidade brasileira, é muito pouco pois: “Não resolve o problema da educação, da saúde e da miséria que afeta grande parte da população. Não educa as pessoas. Não melhora a cultura e o intelecto da população. Não atende às necessidades médicas e sanitárias deste país” conforme escrevi inicialmente. Também escrevi: “Resumindo: eu penso que ao invés (ALÉM) de bolsa família ( Aqui sim, eu peço licença de fazer uma correção: no lugar de “invés, por favor entendam “além”) todos deveriam receber, com igualdade e justiça, condições dignas de vida. Porém todos deveriam retribuir respeito, dignidade e a mesma igualdade e justiça a tudo aquilo que recebem. SE ASSIM FOSSE O BOLSA FAMÍLIA NÃO REPRESENTARIA NADA”. Também cito como de “TODOS” a responsabilidade para caminhar para o melhor através de uma cidadania exemplar (Utopia? Quem sabe?). Cabe a todos cumprirem suas obrigações. Foi isto que realmente eu quis expressar. Enfim: o Bolsa Família embora tenha apresentado resultados satisfatórios (ótimo) que o justifique como “uma política necessária” conforme você citou, julgo insuficiente pois, conforme você também citou, não é “SUFICIENTE PARA TANTOS PROBLEMAS ASSOCIADOS À HISTÓRICA POBREZA, DESIGUALDADE E RESTRIÇÃO DA CIDADANIA NO BRASIL. ALGUÉM SUPORIA QUE SERIA?” Na minha opinião (espero que não julgue “tosca”), poderia ser feito mais. Quero deixar bem claro é que eu não estou falando de NENHUM governo em particular, passado, presente ou futuro. A responsabilidade é de todos: ontem, hoje e sempre. Fique(m) em paz.
blogdoamstalden
18 de julho de 2013
O bolsa família e outros auxílios de fato não resolvem o problema mais profundo, mas a ideia é dupla. Em primeiro, parte-se do princípio de que a riqueza de um país é construída por todos, mas não é usufruída igualmente por todos. Aqueles que trabalham em funções mal remuneradas, criam muita riqueza mas acabam ficando sem uma parte suficiente para sobreviver. Esta ideia é, inclusive, de Thomas Payne, um inglês que participou da revolução americana em 1776. Depois foi retomada por Rosseau e outros. Segundo Payne, parte da riqueza deveria ser redistribuída pelo governo num ato de justiça social. Por outro lado, os programas surgiram ainda no governo do PSDB para diminuir a desigualdade social e incluir parte da população no consumo, o que moveria a economia e geraria mais tributos. O fato é que é sim, usada com fins eleitoreiros, como de resto, tudo neste pais é e por todos os partidos. É o lado “b” de toda política social. Mas não acredito, como muitos, que isto incentiva a preguiça. De fato, não é suficiente para uma vida digna, mas pode diminuir a miséria e criar algumas condições de melhoria, ainda que isso não seja a única coisa a fazer, como você lembrou bem, Adhair. Muito Obrigado por participar. Abs
blogdoamstalden
18 de julho de 2013
Carolina, concordo com a maioria do que você disse. Mas peço seu perdão para expressar algo. Embora eu entenda que as vezes a emoção fala mais forte, eu gostaria que mantivéssemos um estilo mais cordial e menos agressivo nos comentários, a não ser quando o interlocutor realmente o foi antes. Não acho que este tenha sido o caso do Adhair (que não conheço pessoalmente, ok?), tanto que ele respondeu de maneira educada. Agradeço seu comentário, muito pertinente, e peço que não fique chateada comigo e nem deixe de comentar, mas achei seu tom um pouco duro demais. Assim o blog pode deixar de atingir o seu maior objetivo: o de criar o diálogo.Abs
Evandro Mangueira
17 de julho de 2013
Renato, ser simples, as vezes é o melhor caminho. Texto muito claro!
Concordo com o senhor, acho que o caminho é esse mesmo, não acredito que retirar a ajuda que se dá aos pobres seja solução. Talvez seja preciso mecanismos para não se ter aproveitadores do sistema (tanto os que querem votos, como os querem receber o benefício e não precisam). Entre todas as pessoas que criticam o Bolsa Família, estão muitos contemplados com outros planos do governo, como subsídio para casa própria, PROUNI, entre outros. Acho que o preconceito generalizado contra o Bolsa Família é um preconceito mais enraizado, mais antigo, é um preconceito contra o Nordeste, contra o nordestino, contra o pobre. Ninguém quer saber das crianças carvoeiras que deixaram de morrer, nem das famílias que passaram a comer frango juntamente com o feijão. Existem falhas na metodologia, então que consertemos as falhas e não o plano de erradicação da pobreza.
Evandro Mangueira
17 de julho de 2013
Parece que algumas pessoas tem uma raiva incalculável contra pobres. Sempre que defendem certos argumentos, nota-se o rancor na voz.
Valéria Pisauro
17 de julho de 2013
Conheço muita gente que sobrevive graças a Bolsa Família…
Carla Betta
17 de julho de 2013
Concordo, Evandro Mangueira e prof. Renato: há algo de podre neste reino quanto à crítica ao Bolsa-Família, sobrepondo-se aos resultados estatísticos e à lógica, mas permeados de preconceito e transformando indevidamente em uma arma para denegrir nossa presidenta.
Pedro
17 de julho de 2013
antes de tudo, obviamente sou a favor da erradicação da pobreza, mas não por estes meios…
“Estudou anos e anos em universidades ou faculdades públicas, não devolveu com trabalho gratuito essa gratuidade do curso”….
supondo que se formou em Engenharia (em 5 anos), ganha atualmente 8.000,00 – trabalha das 8 as 18 – salário: 8.000,00 – 1.443,47 IR – 457,49 INSS = 6.099,04 deixando com o governo 1900,96 (durante 35 anos)…seria isso insuficiente para pagar de volta sua faculdade ???
Juca
17 de julho de 2013
Pedro, faltou você abater da sua conta os outros 35 anos que este engenheiro vai receber sua aposentadoria, se não viver mais tempo….concordo que o valor dela é baixo e o IR é muito alto, mas faltou esta parcela na sua conta, por favor refaça a conta….agora se o engenheiro foi bolsista de graduação, mestrado ou doutorado, também deve abater esta parcela….
blogdoamstalden
18 de julho de 2013
Pedro, seu raciocínio também serve ao outro lado da questão. Tudo o que os pobres compram TAMBÉM é tributado e pesadamente. Aliás, o icms de SP reverte uma parte às faculdades estaduais. No entanto, malgrado paguem tributos, os pobres JAMAIS terão condições de frequentar as faculdades que já pagam e muito menos de ganhar oito mil ao mês. Acho que a questão não é quanto já se paga de impostos, mas onde eles são aplicados. Frente a corrupção, aos privilégios políticos, ao favorecimento ilícito de empresas e às obras inúteis, não acho que o bolsa família seja a grande sangria ou injusto. Acho que até ajuda ao pagamento de mais impostos, o problema é o que é feito disto.
Pedro
18 de julho de 2013
@Amstalden: concordo plenamente contigo….só estava tentando mostrar que o argumento “estudou em escola pública e não devolveu com trabalho gratuito….” é falacioso….
@Juca: vc tem razão…fiz uma conta “grosso modo”….agora, viver 35 anos APÓS aposentar tb foi um exagero….
Abs
Anônimo
19 de julho de 2013
Caro Pedro, acho que minhas contas não estavam muito certas. Achei essa informação de Breno Altman (diretor editorial do site Opera Mundi e da revista Samueque):
“A formação de um médico, na universidade pública, custa ao redor de 800 mil reais para o tesouro da União e dos estados. Nada mais justo que haja alguma forma de retribuição pelo aporte realizado por toda a sociedade para cada indivíduo que virou doutor. Dois anos de reembolso, com um razoável contracheque, é uma bagatela. Vale lembrar que o dever do Estado é com o povo, não com os médicos.”
Abração!!!
http://revistaforum.com.br/blog/2013/07/breno-altman-conservadorismo-de-branco-e-a-vanguarda-do-atraso/
João Humberto Venturini
18 de julho de 2013
parabéns pelo desabafo correto e certeiro!
Antonio Carlos
18 de julho de 2013
Num país rico como esse existir gente que passa fome, mora na rua e em barracos imundos; que não tem acesso à educação, lazer, segurança, etc.,etc,. é uma vergonha nacional. Portanto, enquanto houver injustiça não haverá Bolsa Família que dê jeito. Quem administra os recursos públicos tem que ser cobrado sem trégua, porque tanto a ‘fartura’ quanto a ‘penúria’ provém de decisões políticas. No Nordeste, só para citar um exemplo, fazendeiros e políticos nadam no dinheiro em meio ao caos em que vivem seus próprios irmãos. Usam até aviões da FAB para passear e levar seus compinchas. O povo nem médico tem. São bandidos portanto. Para eles Bolsa Família é ótimo porque não precisam repartir o bolo que acumularam.
Alexandre Diniz
19 de julho de 2013
Estudantes de universidades publicas (na sua maioria classe média / alta) podem receber auxílio do governo para melhorar de vida?
Pessoas de pouquíssima renda não podem receber auxilio do governo para melhorar de vida?
Interessantíssima reflexão! Mas as vezes as respostas são dialética.
Jose Augusto R.B.Seydell
19 de julho de 2013
Caro Renato Badiale, recebi email c/ seus comemntários no “Blog do Amstalden”. Muita lucidez de sua parte! Aliás, algum candidato a presidente teve coragem de dizer que “ia tirar”
o Bolsa Famíla? A oposição poderia muito bem, propor correções, melhorias , mas isto ela não sabe fazer!!! Parabéns Badiale , Jose Augusto R.B.Seydell – engo. e professor
ReMonteiro
20 de julho de 2013
Primeiro: não conhecia o blog. Parabens ao criador! Principalmente por mediar a discussão e não deixar virar agressão. Sei que dá o maior trabalho, mas foi isto que me motivou a fazer um comentário.
Segundo: parabéns ao autor do artigo. A discussão sobre políticas sociais e econômicas deveria caminhar para frente, isto é: qual o próximo passo possível na área da saúde, educação, transporte público, etc., e não ficar repisando os projetos e ações dos governos (seja do país, dos estados ou prefeituras) que, queiramos ou não, têm pelo menos o mérito de diminuir o nível de pobreza (ou seria indigência?).
blogdoamstalden
23 de julho de 2013
Obrigado, Re. De fato, tenho muita sorte com este Blog, que atrai tanta gente boa. Gostei do seu blog também e, desde já, faço um pedido, vou ler com calma suas resenhas, mas gostaria de reblogar alguma. Tem a seção Estante aqui, só de resenhas. Também, se quiser um dia escrever uma para este blog especificamente, ficarei muito honrado. Abraços e mais uma vez, obrigado.